Em busca de provas para corroborar os depoimentos dos delatores da Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República encontrou, no sistema eletrônico da empresa, arquivos originais com os nomes do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PGR localizou ordens de pagamentos e descartou fraudes na criação dos arquivos.

Os relatórios da SPEA (Secretaria de Pesquisa e Análise), órgão técnico da PGR, foram produzidos por um perito criminal entre 27 de julho e 8 setembro deste ano. Os nomes dos dois peemedebistas estavam em uma planilha no sistema da Odebrecht que os associa aos codinomes “Fodão” e “Babel”, respectivamente.

A análise da PGR também encontrou arquivos originais com programações de pagamentos para o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Alves (RN), todos do PMDB.

As informações são da Folha de São Paulo.

Há preocupação na cúpula do governo com Geddel Vieira Lima, mas também é feita a avaliação de que uma eventual delação do ex-ministro não sairia da noite para o dia. O Palácio do Planalto tem informações de que Geddel está tentando negociar uma delação premiada. Mas são tratativas ainda em caráter incipiente. Dificilmente, se for feito um acordo, ele será oficializado a tempo de influir politicamente na votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer que será analisada pela Câmara. Aliás, essa eventual delação teria de fundamentar uma nova acusação. No entanto, vazamentos do que Geddel poderia dizer causariam algum estrago numa casa política como a Câmara.
O Palácio do Planalto se preocupa hoje mais com a possibilidade de o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso desde o dia 8, fechar um acordo de delação premiada do que com a nova denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República na semana passada contra o presidente Michel Temer. A avaliação de auxiliares próximos a Temer é de que a segunda acusação formal oferecida pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que acusa o presidente de liderar uma organização criminosa e de obstruir a Justiça, terá um placar mais favorável que a primeira acusação quando chegar ao plenário da Câmara dos Deputados. Em agosto, quando a Procuradoria denunciou Temer por corrupção passiva, 263 deputados votaram por barrar o prosseguimento da acusação.

Via  G1

O avião da Polícia Federal trazendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso em Salvador na manhã de hoje, pousou no aeroporto de Brasília por volta das 16h. A previsão é de que ele seja levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília, ainda nesta sexta.

Geddel foi levado à cidade depois de ter a prisão preventiva determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Amigo pessoal do presidente Temer, Geddel ocupou a Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco público no governo Dilma Rousseff, indicado pelo PMDB.

A decisão de prender Geddel foi tomada após a PF apreender cerca de R$ 51 milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista. Ele cumpria prisão domiciliar desde julho. Além de Geddel, a Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã desta sexta o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Ferraz, que, segundo as investigações, é ligado ao ex-ministro. Ferraz também foi levado de avião a Brasília. Depois que deixou o aeroporto, Geddel foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A expectativa é de que, depois, ele passe por exame de corpo de delito e, por fim, seja levado ao presídio da Papuda.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo determinado) na manhã desta sexta-feira (8), em Salvador, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender R$ 51 milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista. A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. No governo Dilma Rousseff, Geddel ocupou a Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco público, indicado pelo PMDB. As investigações da Cui Bono apontam que o peemedebista, valendo-se de seu cargo na Caixa, “agia internamente, de forma orquestrada”, para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua diretoria e fornecia informações privilegiadas para os outros integrantes “da quadrilha que integrava”, entre eles o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido de prisão cumprido nesta sexta-feira foi apresentado pela PF e, posteriormente, acabou endossado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base na apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento que havia sido emprestado a Geddel por um amigo do ex-ministro.

Até aliados de Temer admitem que a euforia com a reviravolta no caso da JBS foi contida pela foto dos mais de R$ 40 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Embora a ação já estivesse no cronograma da PGR, o PT dirá que a denúncia da cúpula do partido por organização criminosa foi um gesto político, para contraditar a versão de que Janot persegue Michel Temer

Aliados do procurador-geral expressaram solidariedade a ele nos grupos de debate do MPF. Pessoas próximas dizem agora que Miller não era braço direito de Janot. A homologação da delação de Lúcio Funaro em meio à polêmica da JBS foi vista no governo como uma espécie de “contra-ataque” de Janot e Fachin.

Se o procurador-geral de fato apresentar nova denúncia, os advogados do presidente Michel Temer vão solicitar a anulação da delação dos Batista.

Embora a ação já estivesse no cronograma da PGR, o PT dirá que a denúncia da cúpula do partido por organização criminosa foi um gesto político, para contraditar a versão de que Janot persegue Michel Temer.(Painel – FSP)

 

06
jul

PMDB Bahiano e Potiguar no mesmo pacote

Postado às 9:14 Hs

Presidentes regionais do PMDB são envolvidos em casos de corrupção.

Após afastar-se do ministério do presidente Michel Temer (PMDB), Geddel Vieira Lima recolheu-se em casa, mas não deixou de fazer política. À frente do diretório do PMDB da Bahia, lidava com a máquina burocrática do partido, que comanda mais 40 prefeituras no Estado.

Na segunda (3), Geddel foi preso na Operação Cui Bono ?, sob acusação de obstrução da Justiça. Licenciou-se do cargo, mas continua como presidente do PMDB da Bahia, segundo a Folha de São Paulo.

Não é um caso único: Henrique Eduardo Alves, preso há um mês pela Lava Jato, também segue como presidente do diretório do partido no Rio Grande do Norte.

Oficialmente, o baiano e o potiguar estão licenciados, mas continuam respondendo legalmente pelo partido. Além de Geddel e Alves, outros oito gestores estaduais do PMDB são investigados por suspeitas de corrupção.

Via G1

Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, foi preso preventivamente nesta segunda-feira (dia 3). O Ministério Público Federal (MPF) argumenta que ele agiu para atrapalhar investigações, ao tentar barrar possíveis delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro. Segundo o MPF, Geddel tem atuado para garantir que Cunha e Funaro recebam vantagens indevidas e para constranger o doleiro a não fechar o acordo.

Na petição apresentada à Justiça, foram citadas mensagens enviadas recentemente (entre os meses de maio e junho) por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar, tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo.

SONDAGENS – Nas mensagens, o ex-ministro, identificado pelo codinome “carainho”, sonda a mulher do doleiro sobre a disposição dele em se tornar um colaborador do MPF. Para os investigadores, os novos elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa.

A prisão se baseia em depoimentos de Funaro e nas delações premiadas do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva. Geddel é um dos investigados na Operação Cui Bono. Deflagrada no dia 13 de janeiro, a frente investigativa tem o propósito de apurar irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o período em que foi comandada por ele. A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha.

OUTROS PRESOS – Em decorrência da Cui Bono, além de Geddel, estão presos Cunha, Funaro, o também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves e o consultor André Luiz de Souza. Cunha, Alves e Funaro já são réus no processo sobre o pagamento de propina decorrente da liberação de recursos do FI-FGTS para a construção do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Além deles, respondem à ação, Alexandre Margoto e Fábio Cleto.

Via Portal UOL

A PF (Polícia Federal) realiza, nesta sexta-feira (13), uma operação para investigar suspeita de fraude na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para empresas entre 2011 e 2013, tendo, entre os alvos, Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco e ex-ministro do governo Temer.

As informações que basearam a operação foram encontradas em um celular encontrado na residência do ex-deputado Eduardo Cunha em dezembro de 2015, quando ele era presidente da Câmara Federal. Estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, na Bahia, no Paraná e em São Paulo, informa a PF. Eles foram ordenados pela 10ª Vara da Justiça Federal, no Distrito Federal.

CATILINÁRIAS – A operação, chamada “Cui Bono?” –referência a uma expressão latina que significa “a quem beneficia?”–, é derivada da Catilinárias. Desdobramento da Operação Lava Jato, ela foi realizada em 15 dezembro de 2015. Na ocasião, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão que atingiram líderes do PMDB, como Cunha.

O celular de Cunha encontrado na operação foi periciado e, “mediante autorização judicial de acesso aos dados do dispositivo, a PF extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas” entre o ex-deputado e Geddel, informou a instituição.As mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos com a Caixa, “o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro”, segundo a PF.

Segundo as informações, o caso passou a ser da alçada da Justiça Federal do Distrito Federal depois que Cunha e Geddel perderam o foro privilegiado. Geddel deixou o governo em novembro passado e Cunha teve seu mandato de deputado federal cassado em setembro. Ele está preso em Curitiba desde outubro.

FORO PRIVILEGIADO – “O caso tramitava no Supremo Tribunal Federal em razão de se tratar de investigação contra pessoas detentoras de prerrogativa de foro por função. Porém, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, o Supremo decidiu declinar da competência e encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF”, lembra a PF.

De acordo com a PF, o esquema envolveria o então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, além do vice-presidente de Gestão de Ativos do banco e empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro. Uma fonte da agência Reuters afirmou que o ex-vice de Pessoa Jurídica investigado é o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.

O esquema envolveria a liberação de recursos da Caixa para as companhias por meio de direcionamento político, com participação de Cunha, em troca de pagamento de propina. Mas a PF ainda não identificou as empresas investigadas na operação “Cui Bono?”.

O presidente Michel Temer escolheu o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para assumir uma turbinada Secretaria de Governo. O anúncio do tucano para a pasta, que será reformulada com o ganho de novas atribuições, deverá ocorrer até no máximo a segunda-feira. A troca na Secretaria de Governo foi antecipada pela Coluna do Estadão e em reportagens do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Imbassahy vai substituir no cargo o também baiano Geddel Vieira Lima, amigo de Temer, que pedira demissão há duas semanas após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de ter pressionado para rever uma decisão que embargava um empreendimento imobiliário em que o ex-titular da Secretaria de Governo tinha cargo. A ampliação do espaço do PSDB – que receberá o quarto ministério na Esplanada dos Ministérios – visa a aumentar o protagonismo do partido nas decisões de governo, inclusive com a busca de ações de reanimação para a economia brasileira. A primeira conversa do aumento da participação do PSDB ocorreu no dia da queda de Geddel, quando Temer almoçou com a cúpula do PSDB

Via o Globo

Em meio a mais uma crise que resultou na queda de Geddel Vieira Lima, um dos principais ministros do governo, o presidente Michel Temer tenta criar uma agenda positiva antecipando que vetará qualquer proposta do Congresso de anistia ao caixa dois. A posição representa um recuo de Temer em relação ao que havia sinalizado a interlocutores menos de 24 horas antes. Segundo eles, o presidente vinha dizendo que sancionaria integralmente o texto aprovado pelos parlamentares, havendo ou não anistia a crimes. Mas, em reunião nesta sexta-feira com aliados, após um dia conturbado com a demissão de Geddel, Temer afirmou que vetará qualquer anistia a caixa dois, segundo o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).

Em vídeo postado nas redes sociais, o aliado diz que Temer o autorizou a anunciar para a “sociedade” que vai barrar a proposta, caso o Congresso manobre para incluir o perdão a crimes eleitorais e outros cometidos por políticos.  – Caso o Congresso Nacional venha a aprovar qualquer tipo de anistia, não só o caixa dois, mas qualquer outro crime, o presidente Temer vetará imediatamente – disse Rosso.

PADILHA ACOSSADO – Na esfera das investigações, a Procuradoria-Geral da República vai chamar Padilha para dar explicações sobre a suposta participação dele na manobra para pressionar Calero a liberar a obra do Edifício La Vue, em Salvador, onde Geddel tinha comprado um apartamento. A partir daí, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá decidir se pede no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Padilha. Janot também deverá analisar se há indícios suficientes para estender a Temer um eventual pedido de investigação.

Em depoimento à Polícia Federal, Calero acusou Temer, Padilha e Geddel de pressioná-lo a contrariar parecer técnico do Iphan e autorizar a retomada das obras do La Vue, ou a transferir a decisão sobre a questão do patrimônio histórico para a Advocacia-Geral da União (AGU).

NA PROCURADORIA – Janot só deve deliberar sobre o assunto em duas semanas, quando retornar de viagem à China. Depois da divulgação do conteúdo do depoimento de Calero, Geddel deixou o governo. Mas sua renúncia não foi suficiente para baixar a temperatura da crise política.

Segundo depoimento que Calero deu à PF, Geddel teria exigido, em tom agressivo, que o então colega de governo atropelasse a lei para beneficiá-lo. Depois do episódio, o presidente da República entrou em cena. Temer e Calero tiveram duas conversas sobre a liberação do La Vue.

Numa delas, no Palácio do Planalto, Temer teria dito, segundo Calero, que a decisão do Iphan de embargar as obras do La Vue estava criando “dificuldades operacionais” no gabinete dele. Disse, ainda, que Geddel estava irritado. E que o processo sobre o La Vue deveria ser mandado para a AGU, onde a ministra Grace Mendonça já tinha “uma solução” para o caso.

PADILHA REFORÇOU – Num outro momento, Padilha também reforçou a ordem para Calero deixar a decisão com a AGU. Irritado com a pressão e com receio de ser, no futuro, envolvido em eventual investigação sobre corrupção e tráfico de influência, Calero pediu demissão e denunciou o caso à PF. A AGU diz que não teve participação no caso. O único parecer emitido foi favorável à interdição da obra, o que contrariou os interesses de Geddel.

No governo, há a certeza de que Temer foi gravado por Calero, o que é visto com tranquilidade porque a divulgação da conversa seria boa para o presidente, pois o conteúdo dos diálogos entre Temer e Calero “foi republicano”.

O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) decidiu deixar o cargo após o agravamento da crise envolvendo seu nome, o presidente Michel Temer e o ministro Eliseu Padilha, informa a Folha.

A carta com a decisão foi entregue a Temer na manhã desta sexta (25). Geddel comunicou aliados de sua decisão, entre eles alguns ministros e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Geddel foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tê-lo pressionado a rever decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) que impede a construção de um empreendimento imobiliário onde o ministro da Secretaria de Governo adquiriu apartamento.

Em depoimento à Polícia Federal, Calero disse ainda que o presidente Temer o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para obra de interesse de Geddel. Além de Temer e de Geddel, Calero implica também o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O ex-ministro diz à PF ter recebido uma ligação de Padilha após uma conversa ruim com Geddel.

Ainda não se sabe se a saída de Geddel do cargo será por demissão ou apenas afastamento. Se houver demissão, ele perderá o foro privilegiado e poderá ser julgado em instâncias inferiores ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Via Época

A Procuradoria-Geral da República deverá pedir abertura de inquérito para apurar supostos crimes cometidos pelo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, em favor da liberação das obras do prédio La Vue, Ladeira da Barra, uma das áreas mais valorizadas de Salvador. O ministro, com gabinete no Palácio do Planalto, é acusado de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a forçar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder licença ao empreendimento mesmo contra parecer técnico da área.

O pedido de inquérito terá como base depoimento prestado espontaneamente por Calero à Polícia Federal. No depoimento, o ex-ministro relata conversa em que Geddel cobrou dele, de forma enfática, a concessão da licença para o La Vue, mesmo sabendo de recomendação em contrário dos técnicos responsáveis pela proteção do patrimônio histórico do país. O ministro teria dito a Calero que queria a liberação das obras porque um dos apartamentos do prédio, um dos mais luxuosos de Salvador, seria dele.

CORRUPÇÃO – Calero considerou a cobrança acintosa, decidiu pedir demissão e denunciar o ex-colega de governo para se proteger de uma eventual investigação por corrupção. Em silêncio, o ex-ministro compareceu à Polícia Federal e narrou os detalhes dos diálogos suspeitos com o ministro da Secretaria de Governo. Como Geddel tem foro privilegiado, a PF recolheu as informações e repassou o depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF). O STF enviou o documento para a Procuradoria-Geral da República.

A partir das informações, a Procuradoria-Geral deverá pedir abertura de inquérito por advocacia administrativa, entre outros crimes, que teriam sido vislumbrados na suposta tentativa do ministro de pressionar um outro ministro a atender interesses particulares em detrimento de recomendações técnicas. A Comissão de Ética já anunciou a abertura de processo contra o ministro. O presidente Michel Temer disse no início da semana que o ministro seria mantido no cargo.

Em nota divulgada hoje a Polícia Federal confirma o depoimento de Calero. “A documentação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, responsável por investigar o eventual cometimento de crimes por pessoas com prerrogativa de foro”, diz a polícia.

O maior mistério da política brasileira é a situação do presidente Michel Temer. Conforme noticiamos aqui na “Tribuna da Internet”, caso o ministro Geddel Vieira Lima não fosse demitido nesta segunda-feira, haveria duas hipóteses: 1) o presidente é uma espécie de refém dos caciques do PMDB; 2 ) o presidente é o chefe da quadrilha que domina o Planalto, em substituição à gangue anterior. Como não houve a menor demonstração de que Temer pretende afastar o secretário de Governo, o país poderia estar diante de uma dessas opções. Mas surgiu de repente mais uma alternativa, que demonstra ser a verdadeira: 3) O presidente é refém dos caciques do PMDB, mas está tentando se livrar deles. Esta terceira hipótese ficou clara devido a uma reveladora declaração do secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, que não é ministro, mas nos últimos dois meses se tornou o principal interlocutor do presidente Michel Temer.
O secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer, não garantiu, hoje, a permanência do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na Esplanada dos Ministérios, após as recentes denúncias que pesam sobre ele. Falando em Paris, onde participa do 4º Fórum Econômico França-Brasil, o secretário informou que “o presidente está debruçado sobre a questão” e que uma solução “que sirva ao governo e ao país” será buscada nos próximos dias. Moreira Franco revelou que Temer “está muito preocupado” com as denúncias de corrupção e tráfico de influência feitas contra o articulador político de seu governo. “O PMDB não se organizou para fazer delito”, frisou.

Por Carlos Newton

Não há contemplação. O presidente Michel Temer foi professor de Direito Constitucional, tem obras publicadas, aposentou-se como procurador do Estado de São Paulo, carrega uma biografia jurídica e não pode desconhecer a força da lei. Se insistir em manter Geddel Vieira Lima no Ministério, sem a menor dúvida estará cometendo crimes de responsabilidade e ficará sujeito a sofrer impeachment, poucos meses depois do afastamento e da condenação da presidente Dilma Rousseff, com base na mesma Lei 1.079, de 1950, que já tinha atingido Fernando Collor em 1992.

No processo da governante petista, os crimes de responsabilidade foram cometidos devido às pedaladas fiscais, com maquiagem das contas públicas e desrespeito à Constituição e à Lei de Responsabilidade Fiscal. No caso de Temer, trata-se de infrações ao Capítulo V, cujo artigo 9º discrimina os seguintes crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:

(…) não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição; (INCISO 3)

(…) proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo. (INCISO 7)

DUPLA INCRIMINAÇÃO – Como se vê, o presidente Michel Temer estará claramente incurso em dois crimes de responsabilidade expressamente previstos na chamada Lei do Impeachment, cujo ditames foram recentemente confirmados pelo Supremo Tribunal Federal, ao julgar ação movida pelo PCdoB às vésperas do afastamento de Dilma Rousseff.

O caso é gravíssimo, porque Geddel cometeu simultaneamente vários crimes e irregularidades. Não somente favorecimento pessoal, mas também improbidade administrativa, crime contra a administração pública, vantagem indevida através do uso do cargo e ameaça de demissão da presidente do Iphan (Patrimônio Histórico). Não satisfeito, Geddel intimidou o ministro e disse que já tinha acertado um parecer sob encomenda com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, foi um verdadeiro festival. Tem de ser demitido a toque de caixa e a bem do serviço público.

COSTEANDO O ALAMBRADO – Como dizia Leonel Brizola, o fato concreto é que o presidente Temer já vem “costeando o alambrado” em termos de respeito à legalidade, ao manter no Ministério e no quadro de apoio político elementos investigados pela Lava Jato ou envolvidos em outros processos ou inquéritos, como os líderes do governo na Câmara (André Moura) e no Senado (Romero Jucá).

Na semana passada, o presidente escorregou feio, ao dar entrevista ao excelente programa “Roda Viva”, de Augusto Nunes, dizendo que Lula não deveria ser preso: “Eu espero que, se houver acusações contra o ex-presidente, que elas sejam processadas com naturalidade, mas a prisão de Lula eu acho que causa problemas para o país. Porque haverá movimentos sociais, e isso pode criar uma instabilidade”, afirmou, esquecido de que todos são iguais perante a lei.

CRIANDO INSTABILIDADE – Na verdade, quem mais está criando instabilidade no país é o próprio presidente da República, ao apoiar a chamada Operação Abafa, que visa a inviabilizar a Lava Jato, através de vários projetos de leis e emendas, exatamente como ocorreu na Itália em relação à famosa Operação Mãos Limpas, que ia passar o país a limpo, ficou pela metade e deu origem a um novo esquema de corrupção conduzido pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Agora, diante desse episódio envolvendo Geddel Vieira Lima, ao invés de demiti-lo, a reação do Planalto foi espalhar notícias negativas contra o ministro da Cultura, Marcelo Calero, exatamente como havia acontecido com o então chefe da Advocacia-Geral da União, Medina Osório, submetido a intensa campanha difamatória. Ciente dessa estratégia do Planalto, Calero reagiu e prontamente denunciou Geddel, abortando a plantação de notícias que o Planalto já iniciara, como ficou claro na explosiva entrevista concedida a Natuza Nery e Paulo Gama, na Folha.

Temer tem de demitir Geddel na segunda-feira de manhã, assim que o encontrar no evento, para não se tornar convivente com os diversos crimes cometidos por seu ministro da Articulação Política. Se o fizer, até poderá se sair bem do episódio e estará definitivamente livre de Geddel. Mas fá-lo-á?  Logo saberemos.

Por Andrei Meireles – Blog Os divergentes

Com Geddel Vieira Lima na corda bamba, podendo despencar nas próximas horas, o presidente Michel Temer está diante de uma escolha delicada e perigosa: um articulador político que não dificulte seu jogo no Congresso Nacional. Na Câmara, onde Geddel de fato atua, a situação é mais complicada. Ali, é precário o equilíbrio na ampla base parlamentar do governo, dividida na escolha do futuro presidente da Câmara. A disputa está acirrada entre os partidários da reeleição de Rodrigo Maia e o Centrão, com outras forças partidárias correndo por fora.

Com Geddel, tido como aliado de Rodrigo Maia, já há um mal estar. Sem ele, todas as correntes vão querer um articulador que no mínimo aparente neutralidade. Não é fácil encontrar alguém com esse perfil e com capacidade de administrar a gula por cargos e verbas da base governista.

Essa dificuldade até poderia dar uma sobrevida para Geddel. Mas, no entorno de Michel Temer, a situação do ministro é avaliada como “delicada e gravíssima”. Afinal, ele teria usado sua proximidade com o presidente e todo o cacife do cargo para conseguir vantagens pessoais, caso típico de abuso de poder, entre outros problemas legais.  O estilo trator e desbocado de Geddel levou um tiro, aparentemente mortal, do educado diplomata Marcelo Calero. Se sair da Secretaria de Governo, Geddel perde também o foro privilegiado, podendo ir para a jurisdição de Sérgio Moro. Ele está sendo investigado na Operação Lava Jato

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