16
mar

Cadê a lista?

Postado às 11:58 Hs

 Ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para participar da sessão de ontem, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Tribunal, preferiu não responder às indagações dos jornalistas sobre a nova “lista do Janot”.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou, na última terça-feira, ao STF 83 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados nas delações de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Caberá a Fachin decidir se autoriza a abertura dos inquéritos e a retirada do sigilo dos depoimentos dos delatores, outro pedido feito pelo procurador.

Por Augusto Nunes / Veja

O fracasso da tentativa de trocar o depoimento em Curitiba por uma teleconferência que o manteria distante 500 quilômetros de Sérgio Moro tirou de vez o sono de Lula. As revelações de Marcelo Odebrecht sobre o Amigo, ou Amigo de E.O. (Emilio Odebrecht), pulverizaram o equilíbrio emocional do único líder popular que não dá as caras nas ruas. Só essa soma de reveses pode explicar os dois argumentos que Lula apresentou para escapar do pântano onde permanece submerso há meses.

Há dois dias, o sitiante sem sítio decidiu encomendar uma nota segundo a qual a Petrobras não pode ser considerada vítima do Petrolão: é também culpada pela destruição financeira e moral da empresa. “Para a ocorrência desses crimes”, alega o Amigo de E.O., “teriam concorrido diretores, gerentes e outros funcionários – isso sem falar que os próprios sistemas de controle de companhia não teriam funcionado na hipótese cogitada. Dessa forma, a empresa também possui responsabilidade no esquema criminoso”.

HAJA CINISMO – A conversa de 171 informa que não foi Lula (com a ajuda de Dilma Rousseff) quem nomeou todos os executivos da estatal algemados pela Operação Lava Jato. “A Petrobras é tão importante, mas tão importante que a diretoria deveria ser eleita pelo povo”, vivia declamando o palanque ambulante embriagado com as fabulosas jazidas do pré-sal que nunca saíram do fundo do Atlântico. Em vez de instituir a eleição direta dos cartolas da Petrobras, nomeou comparsas da base alugada que montaram o maior esquema de corrupção desde 1500.

Horas depois, Lula ordenou aos sabujos encastelados no Instituto Lula que divulgassem uma segunda nota, agora para reduzir os estragos causados pela descoberta dos codinomes que o identificavam no departamento de propinas e subornos da Odebrecht. “O presidente Lula jamais solicitou qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou qualquer outra empresa”, fantasiou o falatório. “Jamais teve o apelido de Amigo. Se alguém eventualmente a ele se referiu dessa forma isso ocorreu sem o seu conhecimento e consentimento”.

Como se apelidos concebidos para ocultar comparsas só pudessem ser utilizados depois de obtida a autorização do apelidado, com firma reconhecida em cartório. Como se outros fregueses da Odebrecht imaginassem que, nos porões da empreiteira, haviam sido rebatizados como Feio, Muito Feio, Angorá, Nervosinho, Italiano ou Boca Mole. Os argumentos de Lula são mais que bisonhos: são coisa de culpado desprovido de qualquer álibi que pare em pé. Os juízes federais que vão interrogá-lo sabem tudo sobre o réu. Lula não faz ideia do que sabem os magistrados.

Mentir para plateias amestradas é vigarice e rende voto. Mentir num tribunal é perjúrio e dá cadeia.

12
mar

OPERAÇÃO LAVA-RATO

Postado às 18:06 Hs

Por Guilherme Fiuza

A Lava-Jato perdeu a chance de se tornar a principal instituição feminista do país prendendo Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher. A delação da Odebrecht está confirmando o óbvio – que ela sabia de tudo (“tudo”, no caso, significando o maior assalto aos cofres públicos da história). Mas Dilma continua à solta, e isso nem é o mais grave. A mesma delação está servindo ao papo de que a corrupção iguala todo mundo. O Brasil está louco para ser depenado de novo – e ele é bom nisso.

“A delação da Odebrecht mostra que os que derrubaram a Dilma praticaram a mesma corrupção que ela”, decretou no rádio um desses companheiros fantasiados de comentaristas. Claro que não gastaremos uma linha explicando a esses militantes que quem derrubou a Dilma foi a Dilma, o PT e esse amor atávico deles pelo dinheiro dos outros. Eles sabem – com profundo conhecimento de causa.

Aí vem outro dizer que, à luz das revelações redentoras da Odebrecht, o caixa dois do Lula é igual ao do Fernando Henrique. É a preparação perfeita do “fora todo mundo”, relativizando as obras completas do PT. Se já apareceu até gente tentando relativizar o holocausto, por que não relativizar o petrolão?

Também não vale gastar meia linha para explicar que Lula e Dilma, os presidentes da Lava-Jato, botaram o Estado brasileiro em cima do balcão, amordaçado. Há uma dinastia de tesoureiros petistas presos por esse detalhe. A maior empresa do país foi à lona por esse detalhe. Um pedaço do PIB foi gentilmente conduzido pelo bando governante ao seu sistema particular de arrecadação. Ninguém jamais havia sequer tentado algo parecido, porque o Brasil jamais havia sido governado pelo filho do Brasil – o herdeiro natural de tudo. Com lenda não se mexe.

O “fora todo mundo” quer que você ache que todos são iguais perante a planilha da Odebrecht. Estão loucos para ressuscitar a sentença mensaleira do herdeiro solitário: caixa dois todo mundo faz.

A história do assalto sem precedentes do PT precisa ser retocada porque a narrativa coitada não pode morrer. É que nem tráfico de drogas: virou indústria, meio de vida para muita gente. O sistema simplesmente não deixa acabar. Imagine se a plateia descobre, de repente, que a Gleisi Hoffmann propôs greve de sexo no Dia da Mulher apenas porque ela ganha a vida assim (não com o sexo, com a greve).

Seria duro demais para o país admitir, enfim, que todos esses revolucionários progressistas são só gigolôs da bondade – conforme a Lava-Jato, que indiciou Gleisi Hoffmann, já esfregou na cara dos brasileiros. Assim como a maconha e a cocaína, a hegemonia politicamente correta dá dinheiro – e dá onda. No auge da alucinação, produziu Dilma Rousseff. O Brasil fumou (e tragou) esse protetorado melancólico de Lula como símbolo de afirmação feminista e maternal. Essa era da boa.

E segue o baile. No Dia Internacional da Mulher, quem fala é Gleisi Hoffmann e a patrulha nostálgica dos anos Dilma – que levou ao poder Erenice, Idely, Iriny, Rosemary, Rosário, Jandira e grande elenco empoderado. Após o golpe do homem branco, velho, fascista e do lar, sabem qual é o perfil do poder feminino no país? Maria Silvia Bastos Marques. Sabem o que ela faz? Preside o BNDES, um dos maiores bancos públicos do mundo. Sabem o que ela está fazendo lá? Salvando o banco (e o seu dinheiro) do desastre perpetrado pelo governo bandido das companheiras empoderadas.

Cada nação tem o símbolo feminino que merece. Maria Silvia não surgiu à sombra de máquina partidária nenhuma, não ganhou notoriedade com proselitismo vagabundo nem batendo boca com político machista para se vitimizar. É independente, poderosa por suas virtudes, bela, elegante e ética. Claro que não fez o menor sucesso no Dia da Mulher.

Ao contrário: o que se viu foram notinhas plantadas na imprensa sobre empresários reclamando do BNDES – ou seja, tentando fritar Maria Silvia. São aqueles que mamaram nos 13 anos da DisneyLula, período em que o banco foi para as páginas policiais suspeito de operações obscuras no Brasil e no exterior. Lula é réu por tráfico de influência internacional envolvendo a Odebrecht e o BNDES. Imaginou a pressão sobre Maria Silvia? Pois é. Agora volte ao noticiário sobre a greve de sexo da Gleisi Hoffmann e disparates do gênero, porque é isso o que o Brasil tem para te oferecer na semana da mulher.

Um simpático deputado do PSOL foi ao jantar dos 50 anos de carreira de Ricardo Noblat. A patrulha flagrou-o conversando sobre vida real com Temer e Aécio. O pobre homem teve de se ajoelhar perante seus fiéis, jurando que continuava puro – e já arrependido. Quase ao mesmo tempo, o Ministério Público denunciava o PSOL pela criação de um núcleo partidário dentro do Colégio Pedro II. É a pureza de resultados.

Dizem que a MPB está entre Lula e Ciro Gomes para 2018. Viu como a lenda coitada tem sete vidas? Então preste atenção, porque caixa dois de reputação a Lava-Jato não pega.

11
mar

[ Ponto de Vista ] Refém do imprevisível

Postado às 13:08 Hs

Por Ruy Fabiano *

Enquanto o país aguarda, ansioso, a segunda lista do Janot – as delações premiadas dos 77 executivos da Odebrecht -, prometida para depois de amanhã (13), novos depoimentos continuam em curso. Na mesma segunda, Emílio Odebrecht, dono da empreiteira – e pai de Marcelo –, deporá ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba.

Emílio tem muito a contar, sobretudo de Lula, que, nas planilhas do departamento de propina de sua empresa, tinha o codinome de “amigo”. E, segundo consta, era credor de uma propina residual de R$ 23 milhões, ao tempo em que a farra acabou.

O volume da rapina é monumental. O STF, para difundi-lo, optou pela via digital. E solicitou que os veículos de comunicação interessados encaminhassem um HD de ao menos 1 terabyte – nada menos – para que fosse possível armazenar os depoimentos.

E vejam bem: é apenas o relato de uma empreiteira – a maior, é verdade -, mas há outras, fazendo a mesma trajetória: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS, UTC etc. Não se diga, pois – como têm feito viúvos e viúvas da gestão petista -, que não há provas.

São terabytes de provas, a mais bem documentada – exatamente por ser a maior – rapina de toda a história humana.

A delação da Odebrecht não se esgota nos fatos relativos à Petrobras. Resvala em algo ainda maior, a caixa-preta do BNDES. O TCU audita, neste momento, um extenso volume de operações suspeitas de crédito do banco, favorecendo, nos últimos 15 anos, empreiteiras (em grande parte em obras no exterior, em países de governos bolivarianos) e empréstimos a empresários amigos.

O total de recursos envolvidos é de R$ 1,2 trilhão, o que faz com que os cerca de R$ 80 bilhões roubados da Petrobrás pareçam uma ninharia. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, o rombo da Previdência, que a sujeitará a uma reforma de emergência, que afetará as gerações futuras, é de (“apenas”) R$ 150 bilhões. O Brasil definitivamente banalizou o bilhão.

O PIB de 2016 caiu 3,6%; o de 2015, havia caído em 3,8%. No acumulado desde 2013, a perda é de cerca de 10%.

Os desempregados chegam a 14 milhões, sem contar a clientela do Bolsa Família, excluída das estatísticas. Os números, paradoxalmente, revelam a grandeza do país, capaz de resistir a tamanha predação. Não cai no abismo porque é maior que ele.

No TSE, corre o processo que poderá resultar na cassação da chapa Dilma-Temer. Os depoimentos da semana, que envolvem também executivos da Odebrecht – entre eles, o onipresente Marcelo -, buscam avaliar o papel do presidente Temer nas doações criminosas à campanha que resultou na eleição de Dilma Roussef.

Já se sabe que ela participou diretamente das negociatas. Temer tem sua participação relatada de forma controversa: Marcelo diz que foi doação oficial; seus assessores dizem o contrário. A acareação entre eles, ontem ocorrida, esclarecerá. Mas, inocente ou não, existe, considerada a jurisprudência, a hipótese concreta de cassação da chapa, o que abrirá outro horizonte de problemas.

A saída do presidente, a menos de dois anos do final de seu mandato, destruirá a pinguela e lançará a sucessão no colo do Congresso – que, por sua vez, será mutilado pelas delações da Odebrecht e pelas que a sucederão. Como, nessa hipótese, preencher o hiato de tempo até 2018?

O ministro Gilmar Mendes diz que, mesmo cassado pelo TSE, Temer poderá ser reeleito pelo Congresso para concluir seu próprio mandato, se restar claro que pessoalmente não delinquiu.

Mesmo assim, é improvável que tal solução – no mínimo, falta de imaginação – contribua para a tal paz social que o próprio Temer receia que se abale com a prisão de Lula, a que se opõe.

Eis onde está o país, que terá este mês duas manifestações populares em protesto contra “tudo isto que está aí”. Na segunda, esquerda e intervencionistas, extremos que se tocam, vão às ruas pelo “fora, Temer”, unindo protestos com objetivos antagônicos.

Dia 26, os movimentos responsáveis pelas manifestações anteriores farão a sua. O país perdeu a confiança nas instituições e pretende demoli-las de fora para dentro.

Continua refém do imprevisível.

* Ruy Fabiano é jornalista

Via Diário do Poder

Marcelo confirmou em depoimento o “codinome” do ex-presidente

O personagem apontado como “Amigo” e “Amigo de EO” nas planilhas do “departamento de propinas” da Odebrecht é mesmo o ex-presidente Lula, segundo confirmou em depoimento sob acordo de delação premiada o próprio Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa. “EO” são as iniciais de Emílio Odebrecht, pai e antecessor de Marcelo na presidência da empresa.

A força-tarefa da Operação Lava Jato também encontrou referencias a “Amigo” e “amigo de EO” em trocas de e-mails de executivos da construtora com Marcelo Odebrecht.

Em seu depoimento, Marcelo critica o relacionamento íntimo do próprio pai com o ex-presidente Lula, que ele classificou de “estorvo”, inclusive porque a empresa era “obrigada” a executar projetos que não queria, nem pedia, somente para gerar oportunidades de comissões para os petistas.

O presidente Michel Temer confirmou Romero Jucá na liderança do governo no Senado

Agora, não resta dúvida: o presidente Michel Temer entende que denúncias contra políticos do seu PMDB na Lava Jato são letra morta. Não são indício, não constituem constrangimento, nem mesmo um desconforto.

A confirmação veio com a nomeação de Romero Jucá para líder do governo no Senado. Jucá é o “Caju” para Claudio Melo Filho, o ex-lobista da Odebrecht que o cita 105 vezes na sua delação. Em 82 páginas, Melo Filho conta quantas e quais vezes Jucá trabalhou para aprovar medidas provisórias de interesse da empreiteira e cobrou por isso – em moeda sonante.

A saraivada de casos que Melo Filho relata ocorreram quando Jucá era líder do governo no Senado, cargo ao qual acaba de voltar.

Por Vera Magalhães / Estadão

Procuradores do grupo que trabalha nos desdobramentos das delações premiaras da Odebrecht na Lava Jato não veem contradição entre as informações prestadas pelo herdeiro e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e o ex-diretor se relações institucionais Claudio Melo Filho, cuja colaboração havia vazado no fim de 2016.

Para os representantes do Ministério Público, Odebrecht narra as negociações políticas para que a empresa contribuísse com recursos no caixa 2 para campanhas do PMDB, enquanto Melo era encarregado mais da parte “operacional”.Nessa condição, ele não saberia detalhes da forma como se deu o pedido de ajuda financeira, mas fica claro por seu depoimento, de acordo com os procuradores, que ele partiu do presidente Michel Temer.

ORDEM DE TEMER – Como a proximidade entre Eliseu Padilha e o então vice-presidente era total, só uma delegação de Temer permitiria a Padilha negociar valores e aforma de entrega de recursos.

A PGR não descarta a possibilidade de as defesas de José Yunes e Odebrecht terem alinhado os depoimentos de forma a preservar Temer politicamente, embora, no entendimento de auxiliares de Rodrigo Janot, isso não anule a responsabilidade objetiva de Temer na negociação. Já a situação de Dilma Rousseff é considerada mais grave pelos encarregados de tomar as providências a partir das delações da Odebrecht. Isso porque o depoimento de Marcelo, que diz que alertou pessoalmente a então presidente sobre a origem ilegal e as circunstâncias do financiamento, joga por terra aquela versão de que Dilma era “pessoalmente honesta” que o governo e o PT tentaram vender durante o impeachment.

Nesse aspecto, os procuradores acreditam que a mudança de composição no TSE e a postergação do processo, estratégias da defesa do presidente, devem livrá-lo da cassação pela Justiça Eleitoral.

Por André Singer – Folha de S.Paulo

Quando o sigilo for levantado, conviria ler o depoimento integral do empresário Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Quarta-feira de Cinzas juntamente com um bom perfil dos lobistas Jorge e Bruno Luz, presos em pleno sábado de Carnaval. Somadas, a longa delação do megaempreiteiro e a biografia da família cujo pai é considerado o decano do lobismo no país —atuava desde o governo Figueiredo (1979-1985)—, devem revelar o quadro mais completo de como funcionava o financiamento da grande política nas últimas quatro décadas.

A delação de Odebrecht —assim como a teia dos Luz— distribui culpas de maneira democrática. Dilma, Temer, Aécio, Marina, por exemplo, são envolvidos no recebimento de dinheiro ilegal para as suas últimas campanhas. Os personagens, em uníssono, negam qualquer ilicitude; as contribuições solicitadas seriam oficiais.

O capitalista concede que, nas conversas que manteve com os principais atores, os valores específicos e a forma de pagamento eram deixados de fora. Cabia a “executivos”, dos dois lados (pagadores e recebedores), acertar tais detalhes. O expediente, plausível, abre uma válvula de escape jurídica, pois, quem sabe, não seja possível provar que as lideranças tivessem conhecimento do caráter criminoso dos recursos utilizados.

Porém, perante o tribunal da opinião pública, já estão condenados. Tome-se o caso de Temer, hoje o mais poderoso dos acusados. Ao dizer que jantou com o então vice, falou de dinheiro, mas não acertou um valor específico, o empreiteiro enfraquece a acusação de pagamento de propina direta ao presidente. Mas ao confirmar encontro na residência oficial, no qual foi tratado aporte para o grupo do peemedebista, cauciona a convicção de que Temer chefiava esquema doloso.

O elo extralegal do sistema fica reconhecido nas palavras do advogado José Yunes, amigo muito próximo e ex-assessor especial de Temer no Planalto. Cerca de 15 dias atrás, em depoimento espontâneo à Procuradoria-Geral da República, Yunes afirmou ter recebido em 2014 um pacote a pedido do atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, embrulho o qual teria sido retirado de seu escritório em seguida. O ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, dá a entender que o “pacote” continha dinheiro e foi entregue por um doleiro.

Como a confirmar a veracidade da acusação de Cunha, Padilha, hoje o principal articulador do governo, se licenciou em seguida do palácio sem data para voltar. Parece evidente que o “pacote” era forma ilícita de contribuição, acertada genericamente no jantar do Jaburu com Odebrecht. Amparado em detalhes judiciais, Temer poderá até permanecer no cargo, mas quem restará, em qualquer dos partidos importantes, para sucedê-lo em 2019?

Via Blog do Josias

Franzina e baixinha, Cármen Lúcia tomou nesta segunda-feira uma decisão à altura da crise moral que o país atravessa. Educada em colégio de freiras, formada em universidade católica, a presidente do Supremo Tribunal Federal poderia ter confiado à providência divina o futuro da Lava Jato. Mas preferiu não dar sorte ao azar. Ao homologar as 77 delações da Odebrecht, a ministra manteve o ritmo da Lava Jato. Retirou do substituto de Teori Zavascki, ainda a ser sorteado, a chance de pisar no freio.

Cármen Lúcia contrariou interesses e opiniões dentro e fora do Supremo. No Planalto e no Congresso, políticos encrencados nas investigações apostavam que a morte do relator Teori lhes proporcionaria o refrigério de um atraso de pelo menos três meses na tramitação do processo. Na Suprema Corte, parte dos ministros era contra a urgência. Alegava-se que a homologação a toque de caixa era desnecessária e até desrespeitosa com o futuro relator, posto sob suspeição antes mesmo de ser escolhido. Não restou aos contrariados senão dizer “amém” à homologação. A presidente do Supremo cercou-se de todos os cuidados técnicos.

De plantão no Supremo durante as férias dos colegas, cabe a Cármen Lúcia decidir sozinha as pendências urgentes. Ela conversou com os juízes que trabalhavam com Teori. Soube que o relator da Lava Jato havia se equipado para homologar no início de fevereiro os acordos de colaboração da Odebrecht. Só faltava ouvir os delatores, para saber se suaram o dedo espontaneamente. Convidou o procurador-geral Rodrigo Janot para uma conversa. Acertou com o chefe do Ministério Público Federal o envio de uma petição requerendo a urgência nas homologações.

Munida da requisição de Janot, Cármen Lúcia autorizou a equipe de Teori a tocar as inquirições dos delatores. O trabalho foi concluído na última sexta-feira. Simultaneamente, a ministra realizou consultas aos colegas. Avaliou que as opiniões contrárias à homologação eram minoritárias. E escorou-se no regimento do Supremo para deliberar sozinha sobre a matéria, tratando-a com a urgência que a conjuntura requer. Fez isso um dia antes do encerramento do recesso do Judiciário. As férias terminam nesta terça-feira (31). Tomou um cuidado adicional: manteve o sigilo das delações.

A preservação do segredo, recebida com alívio no Planalto e no Congresso, pode ser inócua. Logo começarão os vazamentos dos trechos que ainda não chegaram ao noticiário. Mas Cármen Lúcia livrou-se de críticas, porque manteve o formato das decisões tomadas anteriormente pelo próprio Teori. O antigo relator só levantava o sigilo dos acordos de colaboração depois que a Procuradoria da República requisitava a abertura de inquéritos na Suprema Corte.

Com o aval de Cármen Lúcia, o Ministério Público pode dar sequência às investigações, equipando-se para processar e punir os envolvidos. Parte do material será enviada para Curitiba, onde são moídos os investigados que não dispõem do foro privilegiado do Supremo. A conjuntura intimava Cármen Lúcia a agir com destemor. E a ministra preferiu não transferir a tarefa para Deus.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as delações de 77 executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht, nos quais eles detalham o megaesquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

Com isso, os mais de 800 depoimentos prestados pelos executivos e ex-funcionários da Odebrecht ao Ministério Público Federal (MPF) se tornaram válidos juridicamente, isto é podem ser utilizados como prova.

A expectativa agora é saber se Cármen Lúcia irá retirar o sigilo das delações, nas quais os ex-executivos citam dezenas de políticos com mandato em curso como envolvidos no pagamento de propinas. Entre os delatores está o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht.

A homologação ocorre após a morte do relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, na semana passada, na queda de um avião no mar próximo a Paraty (RJ). Ele trabalhava durante o recesso do Judiciário para conseguir homologar rapidamente as delações. Após a morte de Teori, restou à ministra Cármen Lúcia a prerrogativa de poder homologar as delações durante o recesso do Judiciário, por ser presidente do Supremo.

Amanhã (31) é o último dia do recesso do Judiciário.

Fonte: Portal Terra

Por Leandro Colon / Folha

Atordoados com a delação premiada da Odebrecht, o presidente Michel Temer e assessores deveriam se preocupar também com Eduardo Cunha, um antigo aliado e companheiro de tratativas sigilosas com executivos da empreiteira. Pessoas próximas do ex-deputado veem na decisão do juiz Sergio Moro de transferir Cunha da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para uma penitenciária comum um fator de pressão psicológica para que ele tope delatar, hipótese considerada remota até poucos dias atrás. Sua defesa foi contra a remoção. Pediu que ele ficasse até fevereiro na PF. Aos raros aliados que lhe restam, Cunha sinalizou que, no caso de ir para um presídio, em condições espartanas e regras de visita rígidas, as chances de negociar delação crescem. Sobretudo porque se esgotam as tentativas de soltura — o STJ já negou pedido de habeas corpus.

PESO DA DELAÇÃO – Nas palavras de um amigo, o cálculo do peemedebista é de curto prazo, de semanas, porque o ex-deputado avalia que seu poder de fogo depende da força do governo de Michel Temer: quando mais fraco estiver, menos peso terá uma delação. Temer vive hoje o pior momento no Planalto desde que assumiu. Anunciou um catado de medidas microeconômicas até relevantes, mas que estão longe de tirar o país da recessão. Sua popularidade despenca ladeira abaixo, segundo pesquisas. A possibilidade de Cunha implicá-lo na Lava Jato em 2017 deve causar temor de iguais proporções das delações da Odebrecht já reveladas.

 DICA DE CUNHA – Reportagem de Marina Dias e Bela Megale, na Folha, mostrou, por exemplo, o que estava por trás da pergunta de número 34 das 41 que Cunha fizera ao presidente, arrolado como sua testemunha de defesa. Cunha mandou recado, expondo reunião com Temer, um lobista e um ex-executivo da Odebrecht. Em um presídio, poderá transformar mais perguntas em relatos de supostas participações do presidente e de aliados em outros episódios nebulosos.

Por Carlos Chagas

O procurador Rodrigo Janot entregou ontem ao Supremo Tribunal Federal o conteúdo das delações premiadas feitas por setenta e sete diretores e ex-diretores da Odebrecht. Trata-se da maior peça acusatória já encaminhada à mais alta corte nacional de justiça, envolvendo ministros, ex-ministros e políticos de diversos partidos que receberam propina da empreiteira para defender seus interesses no Congresso e fora do Congresso. Houve vazamento de algumas acusações que chegaram a atingir o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministros Geddel  Vieira Lima e  Romero Jucá, além de Renan Calheiros e Rodrigo Maia, presidentes do Senado e da Câmara. E muitos outros políticos.

Apenas após o recesso do Judiciário, em fevereiro, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da operação Lava Jato, opinará a respeito da homologação dessas delações premiadas. Muito tempo vai passar até que se apure a participação dos mais de acusados. Apesar disso, a simples menção de nomes de políticos irá deixá-los sob suspeição, com reflexos em seu futuro. Embora as próximas eleições só devam acontecer em 2018, a maioria deles vive desde já um prolongado inferno zodiacal. Assiste-se a preliminar de uma renovação do quadro político, ainda que se possa temer a emenda ficar pior do que o soneto, ou seja, de os eleitos superarem os excluídos em matéria de corrupção.

A concluir está o vaticínio do dr. Ulysses: pior do que o  atual Congresso, só o próximo…

20
dez

Apelidos que machucam

Postado às 9:34 Hs

Por Álvaro Costa e Silva – Folha de S.Paulo

Meu amigo Ivan Soter, grande historiador do futebol e autor da “Enciclopédia da Seleção” (Edições Folha Seca), não tem dúvida: Mané Garrincha, hoje, conseguiria facilmente um emprego na Odebrecht. Garrincha era o rei dos apelidos. O seu é o nome de um pássaro pequenininho, mas de canto bonito. Nenhum companheiro de clube ou dos times do Brasil nas Copas de 1958 e 1962 escapava de seu poder de observação e humor de caricaturista. Nem os cartolas: o poderoso Paulo Machado de Carvalho virou “Cabeça de Telefoto”.

A lista é longa, de morrer de rir e expõe algumas crueldades típicas: Zagallo (“Dedo-Duro” ou “Caspinha”), Nilton Santos (“Caminhão”), Paulinho de Almeida (“Meio-Queixo”), Dorval (“Boca de Chinelo”), Castilho (“Frankenstein” ou “Bóris”), Djalma Santos (“Fornalha” ou “Nariz Bossa Nova”), Coronel (“Cara de Boneco”), Zito (“Chulé”), Coutinho (“Carvãozinho”), Zózimo (“Boneco da Esso”), Altair (“Zezé Macedo”), Mengálvio (“Pluto”), Jair da Costa (“Palito de Fósforo”), Amarildo (“Papagaio de Puteiro”), Mauro (“Beleza”), Pepe (“Mulher de Trinta”), Pelé (“Crioulo”), Didi (“Foca”, “Pescoço” ou “Saca-Rolha”).

Quase todo mundo levava na brincadeira. Ao contrário dos políticos citados por alcunhas, codinomes e antonomásias na delação da Odebrecht à Lava Jato. É surpreendente a notícia segundo a qual alguns deles — não se sabe se “Boca Mole”, “Todo Feio”, “Bitelo” ou “Angorá” — ficaram mais irritados com os vulgos do que com a revelação dos crimes que teriam cometido contra o país. Pensando bem, nada mais surpreende.

Michel Temer, que aparece citado 43 vezes em uma só deduragem, ganhou um codinome óbvio e sem sal: “MT”. Os corruptores poderiam se inspirar em certos apelidos do presidente que correm à boca larga — não à boca mole — entre o populacho. Meu preferido é “Mãozinha”.

Por Cristiana Lôbo

A vida política brasileira contemporânea poderá ser dividida entre os períodos anterior e posterior à delação premiada da empreiteira Odebrecht, que começou a ser assinada nesta quarta-feira por 78 diretores e ex-diretores da companhia. Isso porque a delação atinge algo como 200 políticos – e poderá triplicar o número de casos de investigados pelo Supremo Tribunal Federal; outros tantos que já tiveram e hoje não têm mais foro privilegiado, e também porque envolve a política brasileira desde o início dos anos 2000.

O mundo político ferve em Brasília com a notícia da assinatura do acordo de delação premiada, o que quer dizer que agora vai ser possível saber se é ou não verdade tudo aquilo que se falou sobre os nomes citados pelos delatores. Mais dia, menos dia, eles virão a público, embora a expectativa neste momento seja a de que os investigadores ainda irão deixar as informações sob sigilo, pelo menos até a homologação do acordo pelo ministro Teori Zavaski.

CAIR NA REALIDADE – Por outro lado, um aspecto positivo – se é que há aspecto positivo num caso como estes: é o fim da expectativa e o começo de um outro momento, o da realidade. As peças da política vão se encaixando aos poucos. Os agentes econômicos já conhecerão o impacto de tudo o que for revelado pela Odebrecht e poderão ter mais clareza para calcular seus investimentos. O governo Temer, no entanto, vai continuar na expectativa para saber qual ou quais dos seus integrantes estão nesta lista da Oedebrecht e de que forma isso pode atingir seus mais importantes quadros, inclusive o próprio presidente Temer.

TRATAMENTO DIFERENCIADO – Mesmo na Justiça, já se falou em dar tratamento diferenciado aos beneficiários de financiamento político da Odebrecht: pena maior para o ordenador de despesa que autorizou o superfaturamento de obras públicas e recebeu financiamento da empresa; um pouco menor para aqueles para os que receberam doação sabendo se tratar de propina, mas não eram ordenadores de despesa; e pena menor para os que receberam doação sem declarar – o chamado caixa dois. Este é o assunto em discussão no Congresso neste momento. Mais precisamente, na Comissão Especial que analisa as Dez Medidas de Combate à Corrupção.

O juiz federal Sérgio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância, teria feito o seguinte comentário a um interlocutor de Brasília, de acordo com a revista Veja dessa semana: “Pela extensão da colaboração, haverá turbulência grande. Espero que o Brasil sobreviva”.

Na capa, a publicação se refere à delação da Odebrecht como “a delação do fim do mundo”, que promete atingir parlamentares, governadores e ministros de diversos partidos, sem contar Michel Temer (PMDB), presidente da República. Trechos da delação já incriminaram o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que segundo executivos recebeu R$ 23 milhões em propina da empreiteira por meio de uma conta na Suíça.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi outro cacique tucano citado na delação, como beneficiário de doações de campanha em troca da participação da construtora nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Ele seria o “Santo”, codinome registrado em planilha da Odebrecht. Segundo a delação, Temer pediu, em uma reunião com Marcelo Odebrecht realizada no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões para seu partido. Parte do dinheiro teria sido entregue em dinheiro ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.  O acordo da empreiteira com o Ministério Público Federal deve ser fechado nos próximos dias e promete abalar todos os corredores de Brasília.

Fonte: Brasil 247

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo crime de corrupção em razão de evidências de propina de R$ 20 milhões mascarada em contratos da empreiteira Odebrecht em Angola firmados com a empresa Exergia, cujo sócio era Taiguara Rodrigues, seu sobrinho. Lula foi indiciado por corrupção passiva, porque a PF concluiu que os contratos de Taiguara só aconteceram em razão do parentesco e das relações da empreiteira com Lula, além dos documentos que citam o próprio ex-presidente no negócio. Seu sobrinho e sete executivos da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, foram indiciados por corrupção e lavagem. O indiciamento ocorreu após cinco meses de investigação da operação Janus, que devassou contratos da empreiteira com a empresa Exergia. Em maio, a PF, com autorização da Justiça, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Taiguara em Santos. Era uma mina de ouro para a investigação. A PF descobriu que Lula recebia três alcunhas nas conversas: tio, presidente e “chefe maior”. Uma das provas apreendidas pela PF era uma espécie de diário no computador de sobrinho de Lula, com diversos relatos da empresa e do petista. Eram textos em formato .doc, com Taiguara falando de si mesmo em terceira pessoa. Um dos primeiros — e mais relevantes — registros desse diário é de 2009, quando Taiguara descreve uma reunião. Ele diz que esteve em Brasília para conversar com o tio. Registrou até a duração do encontro: 50 minutos. Taiguara resumiu a resposta de Lula, dizendo que ele deu “carta branca” para os negócios em Angola.

Via: Diário do Poder

A força-tarefa da Lava Jato acha que Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira mais beneficiada pelo roubo à Petrobras, pode entregar muito mais do que tem feito, na negociação do acordo de delação premiada. Em especial sobre o envolvimento de Lula em negócios suspeitos, em troca de vantagens financeira indevidas, e no esquema que transferia dinheiro do Tesouro Nacional à Odebrecht, via BNDES, sem licitação, por meio de financiamento de obras no exterior. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder. No engenhoso esquema de Lula, obras eram financiadas pelo BNDES em ditaduras sem órgãos de controle, tampouco fiscalização.

Apesar de o dinheiro ser do BNDES, órgãos de controle brasileiros não podem auditar obras de Odebrecht no exterior. Eram “secretos” o contrato do BNDES com a Odebrecht e os “acordos bilaterais” com países como Cuba, Venezuela etc, que os autorizava. Além da Lava Jato, Lula é investigado pela Operação Janus por tráfico internacional de influência, batalhando obras para a Odebrecht lá fora.

A Odebrecht e o Ministério Público Federal assinaram na quarta passada o documento que formaliza a negociação de delação premiada e de leniência da empreiteira no âmbito da Operação Lava Jato. As conversas já vinham ocorrendo há alguns meses, mas a partir de agora são oficiais. A informação é de Mônica Bergamo, na sua coluna desta terça-feira na folha de S.Paulo.

A colunista detalha mais:

Integrantes do Ministério Público pretendem, com a formalização, convocar até mesmo Emílio Odebrecht, ex-presidente da empresa e pai de Marcelo Odebrecht, que está preso, para dar informações. A empreiteira se comprometeu oficialmente a detalhar o financiamento de todas as campanhas majoritárias de anos recentes com as quais colaborou –como as de Dilma Rousseff a presidente da República e Michel Temer vice e a de Aécio Neves a presidente, em 2014. Ou seja, nenhum dos grandes partidos (PT, PSDB e PMDB) deve ser poupado.

Apesar dos rumores insistentes de que Marcelo Odebrecht pode envolver diretamente Dilma, que teria pedido a ele recursos para a campanha de 2014 num encontro no Palácio da Alvorada, o tema não foi ainda abordado oficialmente com o Ministério Público Federal. Os procuradores negociaram para ter acesso a toda a contabilidade de caixa dois da empresa, o que pode envolver centenas de políticos e até mesmo autoridades de outros poderes. Para se ter uma ideia do alcance dos dados que devem ser fornecidos, só numa das operações de busca e apreensão feitas na empreiteira foi encontrada uma lista com o nome de mais de 300 políticos. O termo assinado pela Odebrecht e pelos procuradores não define o número exato dos executivos que devem delatar. Mas ele pode chegar a 50.

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