Por Carla Araújo / Estadão

A assessoria de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que os advogados do ex-presidente solicitarão acesso a delação premiada do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE). “Diante da evidência de mais um vazamento ilegal, os advogados do ex-presidente Lula vão requerer acesso ao suposto depoimento do réu Pedro Corrêa, para tomar as medidas cabíveis diante de mais uma arbitrariedade contra Lula”, afirmou o Instituto Lula, em nota.

De acordo com reportagem publicada pela revista Veja, em seus depoimentos Corrêa detalhou como era discutida a partilha de cargos no governo do ex-presidente, disse que Lula gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção na Petrobrás e descreve um suposto diálogo entre Lula e o ex-presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra sobre um impasse na nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria da estatal.

“Não se pode tomar como verdade a palavra de réus confessos, que negociam acusações sem provas em troca de sair da cadeia”, diz Lula, segundo o Instituto.

REPORTAGEM CALUNIOSA

O ex-presidente também acusa a revista Veja por “mais uma reportagem caluniosa”. Segundo a assessoria de Lula, a publicação “há décadas mente e faz campanha contra o ex-presidente”.

“Há mais de dois anos o ex-presidente Lula tem suas contas, impostos, viagens e conversas devassadas e não se encontrou nenhum fato que o associe aos desvios da Petrobrás, porque Lula sempre agiu dentro da lei”, diz a nota.

Segundo a revista, Lula teria pressionado o então presidente da Petrobrás para acelerar a nomeação de Paulo Roberto Costa. Corrêa descreve um diálogo entre Lula e Dutra em que o ex-presidente ameaça demitir e trocar os conselheiros da estatal caso o seu indicado não assuma logo a diretoria.

LULA E A “TRADIÇÃO”

Segundo Corrêa, depois que Dutra disse a Lula que não era “tradição” na Petrobrás essa troca rápida na diretoria, Lula teria respondido: “Dutra, se fôssemos pensar em tradição na Petrobrás, nem você era presidente nem eu era presidente da República”.

De acordo com a assessoria de Lula, “o ex-presidente não participou, não foi conivente e muito menos organizou qualquer tipo de ação ilegal, e a os investigadores da Lava Jato sabem disso”.