Além do efeito de gastos públicos bilionários em 2022 e 2023, o salto real de 11,7% na massa de rendimentos do trabalho no ano passado, o maior desde o Plano Real, teve relação com a queda da participação dos lucros das empresas no PIB (Produto Interno Bruto) e do aumento do peso dos salários na economia.

Dados da Receita Federal mostram que a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas caiu 9% reais (descontada a inflação) no ano passado.

Foi no mesmo 2023 que a renda do trabalho subiu 11,7%, segundo cálculo do economista Marcos Hecksher, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

Boa parte da alta dos rendimentos tem relação com a derrama de incentivos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, com a PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Houve ainda aumento real no salário mínimo (de 4,1%, o maior desde 2012, segundo o Ipea), com impactos sobre benefícios sociais e aposentadorias; e a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 ao mês —mesmo patamar desde julho de 2022. As medidas tiveram efeitos multiplicadores nos salários, no emprego e no PIB, que cresceu 2,9%.

Outra contribuição para o aumento de 11,7% nos rendimentos foi o crescimento da participação dos salários no PIB, em detrimento dos lucros brutos das empresas (o EOB, Excedente Operacional Bruto, como é chamado tecnicamente).

Segundo Samir Cury, pesquisador associado do Insper, a queda de 9% na arrecadação de impostos das empresas em 2023 é indicativo claro de que houve redução no lucro bruto empresarial.

Como o PIB cresceu 2,9% e a renda subiu 11,7%, entre as “perdedoras” estariam as empresas. Cury estima que, na prática, a divisão entre lucros brutos das companhias e a renda do trabalho estaria retornando a patamares pré-pandemia, da metade da década passada.

Folhapress

02
mar

De volta ao topo

Postado às 20:46 Hs

O Brasil voltou ao grupo das 10 maiores economias do mundo, depois de registrar um crescimento de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Um levantamento da consultoria Austin Ratings — com base nos dados preliminares de PIBs em valores correntes que já foram divulgados por 54 países — mostra que o Brasil ultrapassou o Canadá e a Rússia, para ocupar a 9ª posição do ranking, com um PIB de US$ 2,17 trilhões no ano passado.

Em 2022, o país foi a 11ª maior economia do mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os Estados Unidos continuam liderando o ranking. No ano passado, os EUA chegaram a um PIB de US$ 26,9 trilhões, seguidos pela China, com US$ 17,7 trilhões, e Alemanha, com US$ 4,4 trilhões.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Jovens de 18 a 24 anos que não estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem”, poderiam ter contribuído com R$ 46,3 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2022 se inseridos na economia, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A população “nem-nem”, ou seja, aqueles em idade produtiva (15 a 29 anos) que se encontram em situação de inatividade, totalizou 10,9 milhões em 2022 — ou seja, um em cada cinco integrantes, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desse grupo, 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego e nem gostariam de trabalhar, sendo que essa resposta veio em pouco menos da metade de mulheres responsáveis por cuidar de parentes ou de trabalhos domésticos.

A pesquisa da CNC considerou uma amostragem mais conservadora devido ao recorte etário disponível nos registros oficiais, de 7,6 milhões. Caso essa parcela participasse do mercado de trabalho, o PIB poderia ter sido de R$ 10,146 trilhões ante o valor obtido em 2022 de R$ 10,1 trilhões — um aumento de 0,46 ponto porcentual (p.p.)

Segundo cálculos da CNC, a cada R$ 1 de aumento na renda média, há impacto médio de R$ 1,6 milhão no PIB, mas isso se difere entre as regiões do país. Nos estados do Sudeste, o efeito é maior, com R$ 5,5 milhões, enquanto no Norte é de R$ 400 mil.

CNN Brasil

Foto: SOPA Images/Getty Images

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou estagnado (0,0%) no terceiro trimestre de 2023 ante o segundo trimestre deste ano, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Em relação ao terceiro trimestre de 2022, houve crescimento de 1,8% no PIB do terceiro trimestre de 2023. No mês de setembro, a atividade econômica encolheu 0,6% ante agosto. Na comparação com setembro de 2022, houve expansão de 0,8% em setembro de 2023.

Ao contrário do crescimento estimado pelo presidente Lula, a redução do número de feriados em dias úteis em 2024 deve ter um efeito irrelevante sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no próximo ano, dizem economistas.

Nos feriados, o consumo das famílias tende a ficar mais concentrado no setor de serviços, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. Isso, diz, gera uma espécie de compensação do impacto econômico causado pela paralisação de indústrias e lojas.

“Esse é um ponto irrelevante porque você tem alguns feriados que vão continuar durante a semana e outros no final de semana. Para o PIB, a diferença vai ser muito pequena”, afirma Vale. “No feriado, você não está produzindo na indústria, mas está fazendo mais turismo, está indo para o restaurante. É uma troca de bens por serviços, talvez. O efeito para a economia como um todo é irrisório”, acrescenta.

De acordo com Vale, o PIB brasileiro deve perder fôlego em 2024 devido a dois fatores principais: a desaceleração da agropecuária após o bom desempenho neste ano e o reflexo dos juros em um patamar ainda elevado.

A MB projeta alta de 3% para a economia em 2023 e de 2% em 2024. Na opinião de Vale, o PIB poderia ter um crescimento mais acentuado no próximo ano se Lula reforçasse o discurso de responsabilidade fiscal.

 

pri-1405-gastos eixo capital - (crédito: Caio Gomez)

Charge do Caio Gomez (Correio Braziliense)

Por Edla Lula / Correio Braziliense

O Brasil, ao lado da Ucrânia, é o terceiro país mais endividado entre os emergentes, segundo o relatório Monitor Fiscal, do Fundo Monetário Internacional (FMI). O documento, divulgado durante o encontro anual do organismo com o Banco Mundial, projeta que a dívida pública bruta do país vai ficar em 88,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Segundo o FMI, o indicador chegará a 96,2% do PIB em 2028.

De acordo com o documento, o Egito tem o maior endividamento bruto, correspondente a 92,7% do PIB. A vizinha Argentina, que passa por uma grave crise financeira, está em segundo lugar, com 89,5% do PIB.

RELAÇÃO PIB/DÍVIDA – O PIB equivale à soma de tudo o que é produzido no país em bens e serviços. Pelas previsões do Fundo, o brasileiro vai alcançar US$ 2 trilhões.

A relação dívida/PIB é usada pelo organismo para acompanhar a capacidade do país de honrar os compromissos com os credores. O relatório do FMI estima que o endividamento médio dos países emergentes vai ficar em 68,3% do PIB em 2023. O documento observa que “a dívida pública global está substancialmente mais alta” e prevê que cresça consideravelmente mais rápido do que nas projeções pré-pandemia.

DÉFICIT PRIMÁRIO – Em relação ao resultado das contas públicas, o Fundo Monetário Internacional projeta que o governo central do Brasil terminará este ano com saldo negativo (déficit primário) de 1,2% do PIB.

A estimativa é melhor do que a previsão anterior, divulgada em abril, de deficit de 2%. Pelas projeções, as contas permanecerão negativas em 2024, com deficit de 0,2%, revertendo para superavit de 0,2% em 2025. O relatório do FMI aponta que “as projeções fiscais para 2023 refletem a política (econômica) em vigor”.

O resultado da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) de agosto veio abaixo do esperado pelo mercado, e acende alerta de que a economia do país pode estar esfriando mais do que o governo tem considerado nas suas projeções, segundo especialistas disseram à CNN. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou um recuo de 0,77% da atividade econômica em agosto na comparação com julho, após ter um crescimento de 0,44% no mês anterior.

O número veio abaixo do esperado pelo mercado, que calculava uma queda de 0,3%, segundo projeções da Reuters. “Vimos uma pressão no setor de serviços, mostrando que o poder de consumo da população está enfraquecido, ao mesmo tempo em que não tivemos as exportações de commodities como vetor para compensar essa queda”, explica Thiago Lourenço, operador de Renda Variável da Manchester Investimentos.

Para o especialista, o resultado aponta que, talvez, a economia adote um movimento diferente do qual ela vinha até então, o que começa a colocar pressão sobre expectativa de arrecadação do governo, com o objetivo de manter o espaço que ele tem para sustentar seus gastos.

“Se o governo precisar reduzir os gastos, isso provocaria uma redução na atividade econômica, porque o governo é um grande player de consumo e demanda no país. Nesse cenário, veríamos a manutenção do patamar de decrescimento na expectativa do PIB”, avalia.

No primeiro trimestre de 2023, o resultado do PIB foi de alta de 1,9% e somou R$ 2,6 trilhões, enquanto o segundo trimestre registrou um crescimento da economia de 0,9%. Com os dois resultados acumulados, houve avanço de 3,7% no primeiro semestre do ano.

“Ainda temos mais um trimestre, que normalmente é mais forte e costuma aquecer mais a economia. Mas fica um alerta de que, tirando os eventos não recorrentes, que é o ciclo de grãos e os gastos de fim do ano, podemos ter uma economia esfriando, mais do que o governo tem considerado nas suas projeções”, diz Lourenço.

Ele avalia que essa possibilidade pode forçar o governo a rever o que ele prevê para gastos públicos e para os níveis de tributação, já que um aumento de impostos coloca uma pressão direta sobre o consumo.

CNN Brasil 

Com índices de crescimento que superaram as expectativas no primeiro e no segundo trimestres deste ano, o Brasil deve voltar ao grupo das 10 maiores economias do mundo ainda em 2023, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo um relatório divulgado pelo órgão na semana passada, o país deve ultrapassar Canadá e Itália e terminar o ano em 9º lugar no ranking das principais economia do planeta. Em 2022, o Brasil ficou na 11ª colocação.

Para o FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser de US$ 2,13 trilhões em 2023. A entidade estima que o país se mantenha como a 9ª maior economia do mundo em 2024 e, em 2026, assuma a 8ª posição, com um PIB de US$ 2,476 trilhões.

“O Brasil nos surpreendeu com sua força em termos de crescimento. Há várias razões para isso. Uma delas é o crescimento da agricultura. As reformas que estão sendo feitas e melhores perspectivas no gerenciamento macroeconômico também influenciam”, explicou o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Rodrigo Valdés.

Na semana passada, o FMI revisou para cima suas projeções para o desempenho da economia brasileira em 2023. Segundo o órgão, o país deve registrar uma expansão de 3,1% do PIB neste ano, ante 2,1% da última estimativa. Para 2024, segundo o FMI, a economia do Brasil deve avançar 1,5%.

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2023 ficaram estáveis na edição do boletim Focus desta segunda-feira (2). A pesquisa – realizada com economistas – é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC). 

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 2,92%. Já para 2025, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – deve ficar em 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.

Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.

O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.

Analistas econômicos brasileiros avaliam que as incertezas econômicas brasileiras se dissiparam. A inflação está em queda e o PIB pode até superar os 2% este ano. Porém, o início do ciclo de corte da taxa básica de juros só deve ocorrer em agosto. Essa é a avaliação, por exemplo, da Associação Brasileira de Bancos (ABBC).

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do BC começa na terça-feira (20). Na quarta, os diretores do BC divulgam, após o fechamento dos mercados de ações e do câmbio, a decisão sobre a Selic será divulgada.

Falando para a CNN Brasil, a professora de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Julia Braga aponta que, no início do ano, o aperto monetário do Federal Reserve (FED) e a crise bancária dos Estados Unidos influenciaram as expectativas no Brasil e não estão mais presentes agora. “Ao que tudo indica, o Banco Central vai começar a sinalizar uma queda a partir da próxima comunicação e realizar de fato a queda a partir de agosto”, afirma.

Outro dado que alterou o ambiente econômico foi a melhora na nota da dívida brasileira pela agência de rating Standard & Poor’s. Para Paulo Gala, professor da FGV e Banco Master, o mais importante agora é que a autoridade monetária reconheça, no comunicado pós reunião do Copom, que o cenário para a inflação está melhor. “O Banco Central nunca corta juros sem avisar antes”, alerta.

O Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 para 3,63%, de 3,52% estimados em março, mostrou boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgado nesta terça-feira (23).

O resultado mantém o indicador oficial da inflação brasileira acima do centro da meta. Para o ano que vem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estipulou centro do alvo para a inflação em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,50% e 4,50%.

Segundo a equipe comandada por Fernando Haddad, a elevação das expectativas foi motivada pela “demanda externa”. “Para os anos subsequentes, espera-se IPCA com variação de 3,00%, no centro da meta”, informa o documento. Para 2023, o governo federal já admite que o BC vá estourar as bandas da meta ao aumentar a expectativa para 5,58%, ante 5,31% em março.

Caso isso se confirme, será o terceiro ano seguido que a autoridade monetária estoura o teto do alvo da inflação. Para ficar no limite estabelecido pelo CMN, a autarquia monetária deveria entregar a inflação entre 1,75% e 4,75% — com centro de 3,25% ao ano.

As mudanças deste ano foram justificadas pela mudança da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e outros reajustes, como pano de saúde e jogos de azar, informou o ministério.As mudanças da equipe econômica estão mais otimistas das expectativas apontadas pelo Boletim Focus, pesquisa semanal do BC que reúne as previsões dos agentes do mercado financeiro.

Para este ano, a pesquisa da última segunda-feira (22) mostrou que projeção para a inflação recuou para 5,8% — a primeira previsão abaixo de 6% desde o início de abril. Já para a variação de preços para o ano que vem, a expectativa teve leve queda para 4,13%. ,

PIB

A equipe econômica também elevou a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 1,6% para 1,9%.Já para o ano que vem, a previsão ficou mantida em 2,3%. Os dados também estão acima do estipulado pelo mercado. Para este ano, o Focus aponta alta de 1,2% da economia, enquanto em 2024, a expectativa é de um crescimento na ordem de 1,3%.

CNN e Reuters

Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron — Foto: Alexandro Martello

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu que a dívida brasileira pode superar o patamar de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026.

Com isso, ficaria acima do patamar de 77,3% do PIB – estimado como o pior cenário para o endividamento brasileiro na proposta de arcabouço fiscal. Em 2022, o indicador estava em 73,5% do PIB.

Por que isso é importante? A relação entre dívida e PIB é um indicador relevante para o mercado financeiro, interpretado como um sinal da capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros de curto, médio e longo prazo. Quanto maior a dívida em relação ao PIB, maior o risco de um calote em momentos de crise.

A expectativa de dívida acima de 80% do PIB no fim do mandato de Lula, segundo Ceron, considera projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação – que são piores do que as estimativas feitas pela equipe do Ministério da Fazenda.

Essa expectativa de endividamento maior também contempla a manutenção da atual curva de juros. A taxa básica (Selic) está em 13,75% – índice mais alto em seis anos.

“Sem nenhum fechamento [queda] da curva [de juros atual], ela [a dívida] supera [80% do PIB em 2026] e estabiliza em 82%”, afirmou Ceron ao g1 e à GloboNews.

A produção industrial caiu 0,3% na passagem de dezembro para janeiro, após registrar variação nula, de 0%, no mês anterior. Agora, o setor está 2,3% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 18,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Ao divulgar os dados, o IBGE informou que a taxa negativa no setor industrial, registrada em janeiro deste ano, atingiu 11 dos 25 ramos pesquisados. As influências negativas mais importantes foram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, veículos automotores, reboques e carrocerias, além de produtos alimentícios.

O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, no caso dos farmoquímicos, a instabilidade é uma característica da atividade. Quanto à queda no setor de automóveis vem da queda na produção de caminhões a partir de janeiro de 2023, devido a transição para uma nova tecnologia que reduz a emissão de gases poluentes.

No caso dos produtos alimentícios, o gerente destaca que a atividade vinha de três meses consecutivos de crescimento, e que esse comportamento negativo em janeiro é específico.

 

O governo federal anunciou nesta sexta-feira (17) uma redução na estimativa de crescimento do PIB brasileiro para 2023. A projeção, que era de alta de 2,10%, baixou para 1,61%. Os números foram divulgados pela Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, “a redução levou em consideração os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que seguiram mostrando arrefecimento na margem, e os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e mercado de crédito do que o anteriormente projetado”. A Fazenda disse ainda que “as perspectivas de liquidez reduzida nos Estados Unidos e em outras economias também colaboraram para a revisão da projeção anterior”. A previsão anterior tinha sido feita em novembro de 2022, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Permanência de Campos Neto pode abalar autoridade de Lula

Por Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva, o ministro Fernando Haddad e a ministra Simone Tebet voltaram a atacar os juros de 13,75% fixados pelo Banco Central para correção da Selic e sustentaram que os juros nessa escala impedem o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

“O país não pode ser refém de um único homem”, disse Lula. A reportagem, O Globo nesta sexta-feira, é de Alice Cravo, Bruno Góes, Renan Monteiro, Fernanda Trisotto e Eliane Oliveira.

PENSAMENTO OPOSTO – Na minha opinião – acrescento – o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não poderá resistir no cargo porque ninguém, tenha mandato ou não tenha, possua autonomia ou não, não pode representar um pensamento contrário ao do próprio governo e permanecer no posto.

A sua permanência vai inibir em seu próprio desempenho, é óbvio. E se permanecesse, estaria abalando seriamente a autoridade do presidente da República. O Banco Central não pode assumir uma posição frontalmente contrária a do Palácio do Planalto.

PIB – O IBGE divulgou, na quinta-feira, dados que encontrou apontando um crescimento de 2,9% para o Produto Interno Brasileiro. Reportagem de Cássia Almeida e Vitor da Costa, O Globo de ontem, destaca a conclusão.

Mas, francamente, não encontro, pelo menos à primeira vista, onde se localizam os resultados concretos desse crescimento, pois a sua confirmação englobaria um crescimento do emprego formal e não a informalidade verificada. Muito alta, em cerca de 40% da mão-de-obra ativa. De outro lado, a arrecadação federal teria refletido o crescimento, e as contas públicas no Orçamento para este ano não teriam uma perspectiva de déficit no patamar apresentado.

O IBGE acentua que no quarto trimestre houve um retrocesso econômico. Entretanto, em matéria de estatais, é preciso definir sobre que base absoluta incidem os cálculos percentuais . Pois o crescimento de 2,9% pode não ser do PIB de R$ 6,5 trilhões, mas em relação ao desempenho do ano anterior. E se no ano anterior a base for baixa, o resultado concreto da aplicação será reduzido.

SERVIÇOS – O fato é que nos cálculos do IBGE é apontado como um dos fatores do crescimento do PIB os serviços que teriam avançado em 4,2%. A estatística inclui os serviços diversos onde é apontado um crescimento de 11,3%. Que diferença é essa entre os serviços? A indústria de transformação recuou dois pontos.

Outro fator de crescimento apontado foi a liberação de recursos do FGTS, mas essa inclui vários destinos. Um é para atender vítimas de catástrofes do tempo, outro para o saque-aniversário, outro para rescisões contratuais de trabalhadores formais, e por aí vai. A liberação não é um ato isolado. Ele está dividido em vários setores e nem todos produtivos.  Se o PIB tivesse realmente avançado 2,9%, as receitas do FGTS e do INSS teriam subido, da mesma forma que a arrecadação do PIS e do PASEP, além da arrecadação tributária nacional. Isso não aconteceu. Os cálculos do IBGE precisam ser revistos.

Para o presidente Lula da Silva, a economia de 2,9% em 2022 “é nada” e Fernando Haddad destaca a retração verificada no quarto trimestre, que teria causado um desastre no crescimento econômico. Mas o IBGE não considera essa queda na média que apresentou.

EXPLICAÇÕES –  O presidente Lula da Silva convocou o ministro Juscelino Filho, das Comunicações, para dar explicações na segunda-feira, no Planalto, sobre a sua viagem para Espanha e Portugal usada para adquirir cavalos, e para a qual recebeu diárias no total de R$ 34 mil. Bernardo Mello Franco publicou artigo ontem no O Globo colocando a questão e a dificuldade de se manter o ministro no posto. Lula afirmou, em matéria de Mariana Holanda e Matheus Teixeira, Folha de S. Paulo, que Juscelino Filho terá que comprovar a sua inocência. Caso contrário, terá que deixar o governo. Já, por si, o fato já é suficiente para abalar a permanência do ministro no cargo.

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, abriu em alta no pregão desta quinta-feira (2/3), pouco depois da divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2022, que teve alta de 2,9%. Às 10h45, o índice avançava 0,23%, aos 104.623,78 pontos.

Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de 0,52%, aos 104,3 mil pontos. Os investidores repercutem o desempenho da economia brasileira no ano passado, que veio em linha com as projeções do mercado. Apesar da expansão do PIB, o resultado do quarto trimestre foi negativo (-0,2%), na comparação com o trimestre anterior, interrompendo série de cinco trimestres positivos em sequência. Mesmo assim, em relação ao 4º trimestre de 2021, houve avanço de 1,9%. Entre as ações mais negociadas na Bolsa até o momento, o destaque negativo vai para a Petrobras, que recua 3%, mantendo a trajetória dos últimos dias. A Vale, por sua vez, avança 0,4%.

Dólar

O dólar, por sua vez, opera em alta na manhã desta quinta. Às 10h40, a moeda americana subia 0,47% e era negociada a R$ 5,216. A cotação máxima da sessão até aqui foi de R$ 5,222. Na mínima, o dólar recuou para R$ 5,182.

No dia anterior, a moeda fechou em queda de 0,65%, cotada a R$ 5,191 na venda. No cenário exterior, os investidores repercutem números de inflação na zona do euro e dados sobre a atividade econômica nos Estados Unidos, com expectativa em relação a novo aperto monetário nos países desenvolvidos.

Pela primeira vez desde 2013, o governo brasileiro vai encerrar o ano com um resultado primário positivo, o que representa um superávit primário das contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.

Conforme as estimativas mais recentes do Tesouro Nacional, o saldo positivo primário de 2022 vai corresponder a 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto), fruto de uma receita líquida de 18,8% do total de riquezas nacionais e de uma despesa estimada em 18,8%.

“Se confirmada, a projeção para o resultado primário [que exclui despesas financeiras] será a melhor em oito anos. Desde 2014, o Brasil apresentava saldo negativo [déficit] nas contas públicas”, escreveu o ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma rede social.

Pedro Afonso Gomes, economista e presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), explica que o resultado positivo é decorrente do aumento da arrecadação em meio ao processo de retomada econômica e o corte de inúmeras despesas orçamentárias.

“Nos últimos meses, alguns setores da economia cresceram um pouco e, mesmo ainda abaixo no patamar pré-pandemia, começaram a gerar e pagar impostos. Esse movimento aumenta a receita do governo”, afirma Gomes.

O Tesouro Nacional destaca que “eventos não recorrentes”, como as receitas de dividendos da Petrobras e as concessões decorrentes da privatização da Eletrobras, ou arrecadações associadas a um ciclo favorável de commodities, também ajudam a explicar o resultado positivo.

Gomes recorda ainda o corte de 6,74 bilhões do Orçamento anunciado pelo governo federal para cumprir teto de gastos. “Quando você reduz as despesas, há um superávit ou um déficit menor, porque você gastou menos, em termos reais, do que deveria. Isso reflete negativamente, principalmente nas áreas de assistência social”, lamenta ele.

No acumulado dos 12 meses finalizados em novembro, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$ 137,9 bilhões, o equivalente a 1,4% do PIB, de acordo com dados do BC (Banco Central).

Para o ano que vem, as projeções do Tesouro Nacional já sinalizam para o resultado negativo equivalente a 1,1% do PIB nas contas do governo central, com um retorno das contas pública ao campo positivo apenas em 2026.

Gomes, no entanto, avalia que as projeções ainda podem ser revertidas. “Não há dúvida de que, em 2023, vai haver um déficit. Isso só não vai acontecer se houver um aquecimento rápido da economia, porque a retomada muito forte aumentaria as receitas, como aconteceu neste ano”, observa.

R7

O mercado financeiro elevou a previsão de inflação de 5,17% para 5,23% em 2023. A estimativa consta no relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (26).

A projeção do índice de preços ao consumidor deste ano, no entanto, foi reduzida de 5,76% para 5,64%.

Para o PIB, a previsão é de crescimento de 3,04% para 2022, ante 3,05% na semana passada. A estimativa para a atividade econômica em 2023 foi mantida em 0,79%.

Sobre a Selic, os economistas ouvidos pelo Banco Central projetaram uma taxa básica de juros de 12% ao ano em 2023. Atualmente, a taxa determinada pelo Copom é de 13,75%.

Para o dólar, a projeção sobre o valor da moeda americana ficou em R$ 5,25 em 2022 e R$ 5,27 em 2023.

O Antagonista

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