O DEM planeja desembarcar do governo para lançar candidatura própria ao Planalto em 2018. Na convenção do dia 6 de fevereiro, o partido irá consolidar sua disposição de apresentar um nome na disputa e se posicionar como independente.

O preferido é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Demistas avaliam que ele teria mais chances de competir com outros candidatos do centro, campo disputado hoje pelo tucano Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles (PSD).

E querem dissociar seu candidato do nome apoiado pelo Palácio do Planalto. Enquanto isso, a saída do ministro Mendonça Filho (Educação) não será imediata e pode se arrastar até abril, quando ele se desincompatibiliza para concorrer às eleições. O DEM não indicará substituto.

Já o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o senador Ronaldo Caiado (GO), almoçaram ontem, em Salvador, com Rodrigo Maia em mais uma tentativa de convencê-lo a disputar o Planalto. Ele resiste.

Por Marcelo Mafra

No início da votação, percebia-se como estava o rosto de Rodrigo Maia, pálido e tenso, de uma forma estranha e muito diferente das expressões que sempre exibe nas sessões de plenário. Com a divulgação dessa situação médica em relação ao Temer, parece então que Rodrigo Maia foi avisado de mais detalhes da situação. Uma renúncia, um impedimento ou um afastamento de Temer, que o faça assumir o cargo, prejudicaria também a ele (Rodrigo Maia), que tem o seu final de mandato como deputado federal em 2018.

E o que ele iria fazer? Concorrer novamente a deputado federal? Estará ocupando o cargo de presidente da República e ao mesmo tempo será candidato a deputado federal?

MUITAS DÚVIDAS – Pode ocupar tal cargo no Poder Executivo e se candidatar para cargo no Poder Legislativo? Se pudesse, terá tempo para fazer campanha eleitoral? Achará melhor se desincompatibilizar do cargo de presidente da República? Poderá fazê-lo?

Se Maia substituir Temer e depois se desincompatibilizar, o próximo na linha de substituição seria o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, que foi eleito em 2011, e que está, portanto, também em seu último ano de mandato e vai querer concorrer novamente para algum cargo (senador? Deputado federal? Governador?)

Rodrigo Maia e Eunício de Oliveira vão deixar o cargo de presidente da República para a próxima na linha de substituição, a ministra Cármen Lúcia? E a presidência do STF? Ficará para Dias Toffoli?

27
out

Eleições 2018: Procura-se candidato

Postado às 9:51 Hs

O deputado Rodrigo Maia quer influir na sucessão presidencial. Animado com as negociações para inflar o DEM, ele sonha em tirar o partido do velho papel de coadjuvante dos tucanos. Para isso, busca um candidato capaz de liderar a centro-direita em 2018. O líder das pesquisas é o ex-presidente Lula, que ensaia uma guinada à esquerda. Em segundo lugar aparece o deputado Jair Bolsonaro, porta-voz de uma direita radical que nunca chegou ao poder pelo voto. O deputado recebeu a Folha nesta quinta (26), em sua residência oficial em Brasília. Cotado para disputar o governo do Rio e até a Presidência da República, ele disse que tentará a reeleição em 2018: “Sou candidato a deputado federal. Sei o meu tamanho”.
Não foi com grande vantagem, mas Rodrigo Maia largou à frente de Michel Temer na maratona que vai definir quem conduzirá a agenda de recuperação econômica do país até meados de 2018. Enquanto o presidente da República concedia, em troca de apoio, cargos no governo, emendas parlamentares e acesso à máquina federal em ano de eleição, entre outras benesses, o chefe da Câmara estimulava deputados da base aliada a darem a Temer uma vitória pífia, que obrigaria o Palácio do Planalto a permanecer refém das barganhas do Congresso. E o resultado de apenas 251 votos favoráveis a Temer — menos da metade dos 513 que compõem a Casa — deu ao deputado inequívoca vantagem.

Minutos depois das 17h (horário de Brasília), o plenário da Câmara dos Deputados registrou a presença de 342 deputados, o número mínimo para que se inicie o processo de votação de denúncia contra o presidente Michel Temer.

Assim que o número foi atingido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encerrou a votação de um requerimento que pedi a retirada da denúncia de pauta e deu início ao processo de votação, com as falas de líderes contra e a favor da denúncia.

Minutos depois de iniciada a votação, parlamentares de oposição, que estavam evitando registrar presença na tentativa de que o quórum não fosse atingido, entraram no plenário, que em poucos minutos já tinha mais de 370 deputados.

Fonte: O Globo

Fatura subiu mais: agora cargos e mais alguma coisa.

O presidente tem se comprometido pessoalmente com alguns parlamentares da base aliada, mas tem cobrado fidelidade, sobretudo em relação à agenda pós-denúncia. Interlocutores de Temer asseguram que o peemedebista procura, nesta reta final de governo, se cercar de parlamentares que deem segurança e garantia de que continuarão com o governo até o fim. “Alguns parlamentares dizem que estão com o governo, mas dão sinais de insatisfação. Não existe isto, de ser a favor do governo e contra o presidente”, diz uma fonte palaciana.

“Agora é a hora da verdade. Se quer estar com o presidente, tem que se comprometer. Não vamos aceitar que se abstenha e venha cobrar alguma coisa”, alerta outro aliado de Temer.

Um outro grupo, além de cargos e emendas, quer mais. Aliados de Rodrigo Maia duvidam que Temer conseguirá mais de 250 votos em plenário e a governabilidade estaria comprometida. Para isso, sugerem que o peemedebista se comprometa a dar mais espaço no governo para os presidentes da Câmara e do Senado.

“Seria uma forma de parlamentarismo branco. O Temer não tem mais o apoio do Congresso e o país não pode ficar parado até 2019. A ideia é um gabinete compartilhado, no qual Temer, Maia e Eunício (Oliveira, presidente do Senado) tomem juntos as decisões, principalmente, em relação à área econômica”, explica um deputado defensor da ideia.

(Do Correio Braziliese e AE)

Via Blog da Andréia Sadi

O presidente Michel Temer mandou, ontem, o ministro Antonio Imbassahy (PSDB) procurar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para tentar contornar o novo atrito entre eles em meio ao processo da segunda denúncia. Segundo o Blog apurou, Imbassahy encontrou Maia ontem à noite. O ministro da articulação política também esteve com Temer no domingo.

Na conversa com Maia, Imbassahy disse que o presidente quer baixar a temperatura da crise, e quis saber detalhes da reação de Maia ao advogado do presidente Eduardo Carnelós. Também no domingo, Maia disse ao Blog estar perplexo com as acusações do advogado de Temer de que a divulgação dos vídeos de Lucio Funaro foi “um vazamento criminoso”. Os vídeos, no entanto, foram divulgados no site da Câmara.

Maia repetiu ao ministro que, se Carnelós não se desculpasse com a Câmara em nova nota, ele iria subir o tom. Mas completou afirmando que, para ele, o assunto estava encerrado. O Planalto avalia, nos bastidores, que o gesto de Maia foi mais um no sentido de se distanciar do presidente, além de um sinal para os deputados que avaliam votar a favor da denúncia contra Temer.

Mesmo em meio ao clima de desconfiança, a ordem do presidente aos aliados é não alimentar o atrito com o deputado, que é quem ditará o ritmo dos trabalhos da denúncia na Câmara.

Via  G1

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse neste sábado (dia 23) que a “tendência” é que a nova denúncia contra o presidente Michel Temer não seja fatiada ao ser analisada pela Casa. Isso significa que devem permanecer num mesmo processo as acusações contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Os três estão entre os 8 denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 14 de setembro pelo ex-procurador da República, Rodrigo Janot. Temer foi denunciado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. Padilha e Moreira Franco, por organização criminosa.

PROCESSO ÚNICO – “A admissibilidade da denúncia deve ser feita no âmbito de uma solicitação de instauração de processo. Considerando que o processo no STF é único, a tendência é que [na Câmara] seja uma única solicitação de instauração de processo”, disse Pacheco. De acordo com ele, a decisão deve ocorrer no início desta semana.

O presidente da CCJ ressalvou, porém, que antes o assunto será discutido com a mesa diretora da Câmara e com o presidente da Casa, Rodrigo Maia. De acordo com o Blog do Camarotti, de forma reservada Maia (DEM-RJ) sinalizou que não deve fatiar a nova denúncia. Rodrigo Janot afirma na denúncia que Temer liderava a suposta organização criminosa. Segundo o procurador-geral, o presidente, os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures e os ministros Padilha e Moreira Franco, todos integrantes do PMDB, formaram um núcleo político para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos.

MEIO BILHÃO – De acordo com a denúncia, os integrantes do suposto esquema receberam valores de propina que, somados, superam R$ 587,1 milhões, arrecadados de empresas e órgãos públicos, entre os quais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados. O Supremo somente poderá analisar a denúncia contra Temer se a Câmara autorizar. Em agosto, a Câmara rejeitou a primeira denúncia de Janot contra Temer, por corrupção passiva.

É sempre bom repetir que na política as aparências realmente enganam, quase sempre há necessidade de se fazer tradução simultânea, para situar os fatos de uma maneira mais real. Agora, por exemplo, está ocorrendo um embate entre Rodrigo Maia e Michel Temer. Aparentemente, o atrito entre eles teria como motivo a ação dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco para fazer com que dissidentes do PSB deixem de se filiar ao DEM e prefiram o PMDB. Mas na realidade, Rodrigo Maia está usando este argumento para descolar seu partido da órbita do Planalto, já com vistas à sucessão presidencial de 2018. Faltam apenas duas semanas para se encerrar o prazo de filiação partidária. Quem quiser mudar de legenda para disputar a eleição – não importa o cargo pretendido – tem de se filiar agora, caso contrário terá de ser candidato pelo partido atual. Eis a questão, diria Shakespeare.

Via Radar –Veja

O preço acaba de ficar mais alto.

A insatisfação do DEM às vésperas da votação da denúncia deve sangrar os bolsos do governo. Michel Temer já sabe que terá que renegociar sua salvação com a bancada.

E o preço ficou mais alto: Rodrigo Maia reclamou da “facada nas costas” que o Planalto deu no partido ao filiar o senador Fernando Bezerra Coelho, que já estava praticamente fechado com o DEM. Eles não contavam com o “chapéu” dado pelo presidente nacional do PMDB Romero Jucá. O “troco” anunciado pelo deputado Efraim Filho, líder da bancada na Câmara, virá em prestações nada suaves.

Apesar do confuso quadro sobre a disputa presidencial do ano que vem, é bom prestar atenção no surgimento de uma dupla que, se vingar, vai fazer barulho dentro do grupo que está no poder. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão cada vez mais afinados na defesa de uma severa política fiscal, das reformas da Previdência e tributária e do controle das contas públicas. Do que falam pode-se entender o esboço de um programa de governo. Como os dois não negam suas pretensões e o desejo de chegar à Presidência da República, torna-se mais claro, a cada dia, a tentativa de ocupar o espaço no campo político liberal do governo, que alguns chamarão de centro-direita. Eles sabem que uma chapa Meirelles-Maia teria grande chance de receber apoio de parte do mercado e do setor produtivo. Haveria dificuldades para conquistar a Fiesp, que faz oposição forte a Meirelles e tende a apoiar o governador Geraldo Alckmin, do PSDB.

Via Veja

O deputado cassado Eduardo Cunha está prestes a firmar acordo de delação premiada com a Procuradora-Geral da República. De acordo com a coluna Radar Online, da revista Veja, Cunha entregou à PGR um calhamaço com aproximadamente oitenta anexos. Os arquivos fazem parte do ‘cardápio’ que promete contar em seus depoimentos.

A publicação destaca que o material inclui informações sobre cerca de oitenta deputados. No entanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, devolveu o material. A informação é de que Janot teria certeza de que Cunha está protegendo aliados, sobretudo políticos do Rio de Janeiro.

Maia preocupado – A delação do ex-deputado Eduardo Cunha preocupa muita gente. Entre eles está o atual presidente da Câmara dos Deputados – e sucessor do presidente Michel Temer -, Rodrigo Maia. Segundo reportagem da revista Veja, Maia será um dos nomes citados no depoimento de Cunha.

A publicação apurou com pessoas próximas ao ex-deputado que Maia aparece na delação como sendo o intermediário em assuntos de interesses empresariais da máquina pública. Além disso, ele aparece como sendo o destinatário de recursos provenientes de origem ilícita. A delação não será uma surpresa para Maia. Na última semana, Cunha enviou um amigo em comum para alertar o deputado de que ele “também seria lembrado”.

A piada é velha, mas atual. Após vários mandatos, o presidente deixa o poder e volta para casa. Estanca diante da porta cerrada mas não trancada. Espera horas. Desaprendera a usar a maçaneta. Temer provou que, quando precisa, consegue girá-la sozinho. Na terça à noite, abriu caminho sem ajuda de serviçais nem do anfitrião e adentrou a casa de Rodrigo Maia, em cena flagrada pelos repórteres Naomi Matsui e Sérgio Lima. Foi encorajador. Agora, só falta Temer demonstrar que também é capaz de sair de palácios e residências oficiais por conta própria. Tudo indica que essa parte do aprendizado será mais difícil, e custará extremamente caro – não para o aprendiz, é obvio.

Por Pedro do Coutto

Manchete principal da edição de O Globo deste sábado e matéria também de grande destaque no Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, a área econômico-financeira do país – reportagem de Ana Paula Ribeiro, João Sorima Neto e Luciane Carneiro – começa a aceitar a transferência de poder de Temer para Rodrigo Maia, como caminho mais favorável ao atual panorama político do Brasil.

O afastamento do mercado do governo atual retira uma das principais bases de apoio que ainda sustentava o Planalto. Essa movimentação política, inclusive de acordo com Gustavo Uribe, Daniel Carvalho e Talita Fernandes, Folha de São Paulo, motivou até setores governistas que passaram a admitir o afastamento de Michel Temer do poder, mas a permanência da equipe econômica do Ministro Henrique Meirelles numa administração Rodrigo Maia.

DÍVIDA PÚBLICA – O principal ponto de vista dessa corrente governamental projeta-se na manutenção de Henrique Meirelles à frente da Fazenda. Com o afastamento do mercado, principalmente do sistema bancário, que é o principal credor da dívida pública brasileira, que já atinge, como escrevemos recentemente neste site, quatro 4,6 trilhões de reais, incluindo débitos dos Estados, Municípios e estatais, o presidente fica isolado, contando com o apoio apenas de deputados e senadores em margem restrita, ao contrário da maioria que o sustentava a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O atual governo vem sofrendo um processo de diluição através do qual perdeu, acredito, pelo menos 70% de seu poder e de sua base de apoio. Verifica-se esse processo inclusive pela iniciativa da direção nacional do PSDB, hoje nas mãos do Senador Tasso Jereissati, para que a legenda afaste-se da coligação que constituia a base parlamentar do Executivo.

AGRAVAMENTO – O processo crítico ainda tende a se agravar mais, a partir da delação anunciada do ex-deputado Eduardo Cunha. Portanto, em seu retorno de Hamburgo, na realidade Michel Temer encontrou um cenário ainda pior daquele que deixou ao viajar para a Conferência do G 20.

Sua manutenção no Planalto está praticamente por um fio. Sem maioria parlamentar, sem apoio do mercado, na véspera do relatório de Sérgio Zveiter sobre a denúncia de Rodrigo Janot, o atual  presidente da República ingressou no seu crepúsculo político. O Palácio Alvorada parece que terá em breve um novo ocupante.

Via  Correio Braziliense / Agência Estado

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou neste sábado (dia 17/6) as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou não caber à instituição comentar ritos do processo legislativo no Brasil. A troca de farpas entre os dois começou depois que a OAB divulgou nota à imprensa sobre o “cinismo” da Casa em ignorar os pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer.

Mais cedo, Rodrigo Maia rebateu esse comunicado e ironizou o pedido da OAB para que a Câmara analise, enfim, os pedidos de impeachment contra o presidente da República. “Não me cabe comentar as resoluções do Conselho Federal da OAB, não sou comentarista de agenda de advogados. Como também não creio que caiba ao presidente da OAB comentar ritos e procedimentos do processo legislativo”, disse Maia ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

IGNORÂNCIA – Em resposta às afirmações de Maia, Lamachia disse que o presidente da Câmara dos Deputados parece ignorar trechos da Constituição que são fundamentais para que ele exerça o cargo que está ocupando. “Uma das incumbências dele é apreciar o pedido de impeachment, algo que ele tem se recusado a fazer. Por outro lado, não é função do presidente da Câmara atuar como muralha de proteção a aliados políticos investigados”, frisou Lamachia. A OAB protocolou um pedido de afastamento do presidente peemedebista na Câmara em 25 de maio. A entidade máxima da Advocacia atribui a Temer crime de responsabilidade, em violação ao artigo 85 da Constituição no episódio JBS.

EM CIMA DA MESA – No total, já são 20 pedidos de impedimento contra o presidente da República. Ainda assim, os pedidos não têm sido foco de análise da Casa. “A OAB tem a obrigação, estabelecida pela Constituição, de zelar pelo correto cumprimento da lei e pelo funcionamento das instituições que compõem a democracia. Por isso, a OAB não aceita que a Câmara dos Deputados seja usada para proteção de um ou outro grupo político”, explicou Claudio Lamachia.

“O Brasil precisa de homens públicos comprometidos com uma agenda ética e moral, não com paixões partidárias, ideológicas ou ligadas a outros interesses que não sejam os republicanos. É hora de a Câmara parar de agir com cinismo, como se nada estivesse ocorrendo no País, e começar a apreciar os pedidos de impeachment”, diz a nota da OAB.

O PT fechou nesta quarta-feira, dia 31, um projeto de resolução a ser votado no sábado em seu 6º Congresso, que prevê o boicote e a não participação do partido em eventual Colégio Eleitoral, caso deputados e senadores tenham de escolher um substituto para o presidente Michel Temer. A sigla prega eleições diretas para presidente da República e vai insistir nessa bandeira, na tentativa de se reaproximar da sociedade após ser envolvida em escândalos de corrupção. Mesmo assim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer que o congresso do PT – a ser realizado de quinta-feira a sábado em Brasília – lance agora sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Por Pedro do Coutto

Seja qual for o desfecho da delação praticada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS e da Friboi, uma coisa é certa: o governo Michel Temer explodiu e o presidente da República flutua no espaço vazio. Foi uma bomba no cenário político do país porque revelou – reportagem de Lauro Jardim e Guilherme Amado na edição de O Globo online – a existência de filme e gravação mostrando a concordância de Temer com operação de suborno para assegurar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha quanto ao envolvimento do presidente da República no esquema desvendado pela Operação Lava-Jato.

O filme apresenta até a numeração das notas dos pacotes de dinheiro utilizados na sequência dos obscuros entendimentos com a participação do Palácio do Planalto. Nos pacotes foram colocados chips para assegurar a exibição dos conteúdos. A posição do presidente Michel Temer, ao aceitar a realização da Operação Eduardo Cunha, tornou-se automaticamente insustentável. Perdeu as condições de permanecer presidindo o país.

IMPEACHMENT – Pode até não sofrer impeachment, embora seja este o seu caso, vista sua participação seja pelo ângulo político seja pelo ângulo jurídico. Pode escapar do impedimento, mas não escapará de si mesmo. Já nem é caso de impeachment, terá mesmo de renunciar. Não pode mais permanecer na presidência do país. Perdeu as condições básicas para isso. Tornou-se réu perante a opinião pública de um processo de corrupção no qual deixou nítida sua participação. Basta lembrar que o ex-deputado Eduardo Cunha encontra-se na carceragem de Curitiba, condenado pela Operação Lava-Jato e com a cassação de seu mandato confirmada por 90% dos integrantes da Câmara. Votaram a favor de sua cassação 450 deputados federais.

CÚMPLICE DE TEMER – Foi para este personagem que Michel Temer deu seu consentimento para que ele se tornasse também um vendedor de seu silêncio. Logo este silêncio interessava diretamente a Michel Temer.

O episódio que deixou o Brasil perplexo apresenta outras implicações. A delação de Joesley Batista foi proposta ao ministro Edson Fachin. Vazou para o conhecimento geral e seu percurso transitou também pela Procuradoria Geral da República e pela Polícia Federal. Ficou evidente sua importância decisiva pelas escalas que percorreu antes de aterrissar no site do Jornal O Globo, que colocou a reportagem de Lauro Jardim e Guilherme Amado na Manchete da edição do jornal na internet.

Será inevitavelmente manchete deste site e de todos os grandes jornais impressos que vão circular a partir do alvorecer desta quinta-feira. Os projetos das reformas trabalhista e previdenciária explodiram junto com o governo.

NOVO PRESIDENTE – Assumirá a presidência da República o deputado Rodrigo Maia, que pela Constituição terá de convocar eleições indiretas dentro de 30 dias.

A política é algo imprevisível. E como dizia o historiador Hélio Silva, a história não espera o amanhecer. O Brasil acordou na quarta-feira com um panorama de rotina. Vai acordar nesta quinta-feira com uma outra realidade, dentro de uma sequência extremamente crítica. Assim se descreve os imprevistos do acontecer.

Via Leandro Colon – Folha de S.Paulo

Tente encontrar alguém que vive fora de Brasília preocupado com a eleição para as presidências da Câmara e do Senado. É uma tarefa árdua. Jornalistas que fazem a cobertura, por dever de ofício, e políticos são os que mais se interessam. O desdém das ruas há de ter suas razões, afinal o Congresso não está nem aí para o que você pensa sobre a disputa. Na campanha, pouco importa a biografia do candidato.

O que pesa são cargos, benesses e privilégios, alguns deles inconfessáveis. Em fevereiro de 2005, o baixo clero da Câmara deu uma sova no candidato do PT e do então presidente Lula para eleger Severino Cavalcanti. Ele caiu da cadeira, passados sete meses, pelo escândalo do mensalinho de R$ 10 mil que cobrava para autorizar o funcionamento de um restaurante contratado pela Casa.

No outro lado, no Senado, reinava Renan Calheiros, que em 2007 renunciaria à presidência em meio à revelação de que recorreu a um lobista para pagar despesa de uma filha com a jornalista Mônica Veloso. Os senadores então elegeram José Sarney em 2009. Sua gestão protagonizou a maior crise administrativa da história do Senado após a revelação dos atos secretos e de outros desmandos internos com verba pública. Saiu Sarney, voltou Renan. O alagoano deixa o cargo nos próximos dias como réu pela mesma acusação que o derrubara anos atrás, além de ser alvo de inquéritos da Lava Jato.

Se nada sair do previsto, o deputado Rodrigo Maia e o senador Eunício Oliveira serão eleitos na semana que vem para comandar cada Casa. Nenhum dos dois traz uma expectativa de novos tempos no Congresso.

O primeiro já ocupa um mandato-tampão desde julho, quando foi escolhido para substituir Eduardo Cunha. Maia leva o apelido de “Botafogo” na delação da Odebrecht. Do grupo de Renan e Sarney, Eunício, chamado de “Índio” na planilha da empreiteira, é mencionado como destinatário de R$ 2,1 milhões em troca de uma medida provisória.

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