Resultados de provas como o Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) são usadas em novo índice educacional / Foto: Cibele Barreto/Estadão

Apesar de muitas avaliações, com nomes e siglas de que muita gente nem se lembra, o Brasil não tinha um índice capaz de dizer com propriedade como cada geração termina a escola pública. Isso porque as provas nacionais são feitas apenas algumas séries, de dois em dois anos. Ficam hiatos de informação e crianças no caminho, que nunca são avaliadas ou que abandonam a escola.

O pesquisador e ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Reynaldo Fernandes, com o apoio do Instituto Natura, criou agora um índice que mostra quantos estudantes de uma determinada geração chegam ao fim do ensino médio com um nível aceitável de qualidade de educação. O cálculo complexo usa provas como o Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb) em todos os anos escolares, estimando notas de alunos em anos em que não houve exame, dos que estavam atrasados ou adiantados e também dos que se evadiram.

A conclusão foi que, dos nascidos em 2002 e que teriam que terminar a escola em 2019, só 19% foram considerados incluídos educacionalmente. São os que tiveram, no máximo, um ano de atraso e pelo menos 300 pontos no Saeb em Matemática e Língua Portuguesa, nível considerado básico pelos formuladores do novo indicador, chamado Índice de Inclusão Educacional (IIE). Essa geração foi usada como referência por ter os dados completos mais recentes.

A ideia é fazer o indicador anualmente e, em breve, um simulador que preveja como vai sair da escola o estudante que entra hoje no sistema. O diretor-presidente do Instituto Natura, David Saad, vê o índice como uma prova de que, para haver impacto, a educação precisa melhorar como um todo, desde a primeira infância até o jovem do ensino médio. Se só se investe em alfabetização, por exemplo, o ganho se perde ao longo da trajetória.

As avaliações brasileiras e também as internacionais, como mais recentemente o Pisa, mostram rotineiramente a baixa qualidade da nossa educação pública. Mas saber que o Brasil falhou com 81% das crianças e adolescentes de uma geração parece ter um peso maior.

O lado bom é que o mesmo índice também foi calculado para anos anteriores pelo grupo, em 2013, 2015 e 2017, com resultados piores. É claro que a situação está melhorando, mas ainda estamos longe de garantir o direito a uma educação de verdade para todas as nossas crianças e de enxergar impactos econômicos e sociais de uma eventual transformação do País.

Estadão

O Rio Grande do Norte conseguiu emplacar duas escolas entre as 20 melhores do país, segundo ranking oficial do Ministério da Educação (MEC). Pelo segundo ano consecutivo, o Over conseguiu o primeiro lugar no Estado e figura entre os 10 melhores do Brasil, com nota 7,5. Já o Cei Romualdo Galvão ficou em 16º lugar na pontuação nacional, com nota 6,9. Desde 2017, para medir a qualidade das escolas, o MEC passou a usar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) como único indicador, deixando de divulgar o antigo ranking baseado nos microdados do Enem pois privilegiava manipulações por parte de algumas instituições. “O modelo antigo era inapropriado, não refletia a realidade das escolas, não indicava a qualidade”, disse a ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini. “Daí a importância de combinar as notas da Prova Brasil com as taxas de fluxo das escolas, gerando um panorama mais real do desempenho das instituições, qualificando o resultado.”
24
ago

Pode gerar distorção…

Postado às 14:32 Hs

O uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), proposto pelo ministro Aloizio Mercadante, pode não representar a realidade de todas as escolas do País, é o que informa a Agência Estado.

No exame de 2010, o último com os dados disponíveis, 60% das escolas tiveram menos da metade dos alunos no Enem. Em apenas 7,6% das unidades mais de 90% dos alunos fizeram o exame.

Estados em que as escolas tiveram menor participação também registraram as mais baixas notas no Ideb. Em Alagoas – que tem o pior índice do País (2,6,) -, 77,9% das escolas não tiveram nem metade dos estudantes no Enem. Logo em seguida, vêm o Amapá e o Pará, com pouca adesão e notas abaixo da média nacional.

Os dados mostram que não é totalmente certa a teoria de que o Enem tem representatividade censitária, como defende Mercadante. Além disso, o exame é feito por alunos mais preparados, mais focados na universidade, e as piores escolas têm uma proporção menor de alunos no exame. Isso também explica a melhora de desempenho maior do que a registrada no atual modelo de amostragem do Ideb, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), composta de 70 mil alunos. A partir disso são calculadas as médias estaduais.

Um levantamento feito pelo economista Ernesto Martins Faria, do blog Estudando Educação, mostrou que as escolas têm menor participação são as que têm mais alunos atrasados e vulneráveis socialmente e, consequentemente, piores notas.

Segundo um ex-funcionário do alto escalão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o problema de adotar o Enem é a abrangência. “Quem faz o Enem são os melhores alunos em geral, o que beneficia as piores escolas”, diz ele, que pediu anonimato. “Mas é importante manter o que já existe com o Saeb.”

25
ago

Nenhuma novidade…

Postado às 22:18 Hs

Tá no Portal IG

Três quartos das crianças do 3º ano do ensino fundamental das escolas particulares sabem o mínimo esperado de matemática, como as operações de somar e subtrair. Já nas escolas públicas, somente uma a cada três conhece o básico do conteúdo desta disciplina nesta série (que tem em sua maioria alunos com oito anos de idade).

Estes dados foram apresentados nesta quinta-feira (25) na divulgação do resultado da Prova ABC, que avaliou a proficiência de 6 mil alunos de 250 escolas públicas e privadas das capitais do país. A avaliação mostrou uma diferença gritante de desempenho entre estudantes de escolas públicas em relação aos alunos de escolas particulares.

Apenas um terço (32,58%) dos alunos da rede pública alcançou o índice de 175 pontos que corresponde ao conhecimento esperado dos alunos desta série segundo escala do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Já o desempenho na rede privada foi de 74,30%, mais que o dobro do índice dos alunos da rede pública. Esta escala é progressiva e vai até o terceiro ano do ensino médio (500 pontos). Na rede privada, a média foi de 211,2 pontos. Entre as escolas públicas, o desempenho foi de 158,0 pontos.

A Prova ABC mostrou também que 25,59% dos alunos do 3º ano das escolas particulares avaliados conseguiram um desempenho de 250 pontos, o que significa um nível de conhecimento adiantado que lhes permitiram alcançar a média prevista para alunos dois anos mais velhos, do 5º ano. Já entre as crianças de escola pública, somente 3,49% conseguiu tal desempenho.

26
jun

Educação de luto

Postado às 14:00 Hs

Morreu, aos 65 anos, vítima de enfarte fulminante, no final da noite de ontem (25), em São Roque, interior paulista, o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza. Paulo Renato, que segundo sua assessoria de imprensa vinha enfrentando problemas cardíacos, passava o feriado prolongado de Corpus Christi ao lado de familiares em um hotel da cidade quando começou a se sentir mal. Ele ainda foi encaminhado ao Hospital Unimed, no Jardim Lourdes, mas já teria chegado morto.

O velório do ex-ministro será realizado hoje, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em horário ainda a ser definido. O secretário estadual da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), esteve junto com familiares providenciando a documentação necessária para a liberação do corpo, que ocorreu por volta das 5h45 da manhã deste domingo.

O corpo de Paulo Renato será trazido direto para a Alesp. O enterro deve ocorrer apenas amanhã (27) pela manhã, para que as filhas de Paulo Renato – uma mora nos EUA e a outra no México – possam estar presentes no enterro do pai. Ambas iriam embarcar em voo ainda na manhã de hoje. Segundo a assessoria de imprensa do ex-ministro, o governador Geraldo Alckmin foi informado sobre o falecimento logo na primeira hora desta madrugada.

Economista, Paulo Renato foi ministro da Educação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Dentre as suas principais realizações à frente do ministério da Educação estão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Também ocupou outros cargos públicos e executivos no Brasil e no exterior, incluindo o de gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, o de secretário da Educação do Estado de São Paulo, entre 1984 e 1986, no governo Franco Montoro, e o de reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre 1987 e 1991, durante o governo de Orestes Quércia.

abr 25
quinta-feira
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