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Fabrício Torquato realiza balanço das ações no combate aos efeitos da seca
Postado às 13:19 Hs
A mais forte estiagem dos últimos 30 anos deixa um rasto de incontáveis prejuízos na região Nordeste.
A pedido do Portal UOL de notícias, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) produziu dois mapas, com imagens referentes aos meses de abril de 2011 e 2012.
A diferença gritante entre os cenários pode ser comprovada pelas áreas em vermelho –as quais a vegetação encontra-se afetada pela falta d’água (o mapa à esquerda é a seca registrada em 2011, e o da direita, a situação deste ano).
Nas imagens é possível ver que 80% do semiárido da região sofre com a estiagem, o que representa seis vezes o percentual registrado no ano passado. O estado que começa a ser mais afetado, segundo o mapa, é o Ceará. Não fica difícil, portanto, perceber o porquê do governo federal intervir emergencialmente na questão.
Por Marcos Dantas
As previsões são as piores para a quadra chuvosa deste ano no Rio Grande do Norte. Em entrevista à Rádio Caicó AM, o meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN), disse que 60% do inverno previsto já foi embora, e que as esperanças estão voltadas para o mês de abril, que de acordo com ele, é o segundo mês mais chuvoso do ano na região Nordeste. Ele justifica a ausência de chuvas pela existência de um “bloqueio” em alto nível no mês de março, impossibilitando a formação das chuvas, mesmo com todas as condições normais dos oceanos.
A massa de ar quente em todo o Nordeste impediu a formação de nuvens mais profundas, até se formavam, o tempo fechava, mas como as nuvens não conseguiam crescer, as chuvas eram fracas. Até para os experientes profissionais da Emparn, o quadro foi desolador.
“Ninguém estava esperando uma situação tão intensa, provocando uma estiagem tão pesada em toda região semi-árida do Nordeste. As chuvas estão voltando na região sul do Ceará. Tivemos boas chuvas ontem no oeste da Paraíba e esperamos que durante esta semana, nós tenhamos a chegada de chuvas mais significativas para as regiões oeste e central do RN, já que a central é a mais castigada com a estiagem”, explicou Bristot. Para Gilmar Bristot, se não chover consideravelmente até o final de abril, é quase impossível que para mais adiante, as chuvas sejam intensas na região, e ele não tem dúvida de que, o principal prejudicado será o homem do campo.
“Nós estávamos esperando um ano difícil, com chuvas mal distribuídas, mas não dessa forma. A situação é critica em todo o Nordeste. É um problema para o governo federal chegar junto com a comunidade rural, porque sabemos que o primeiro semestre é de produtor de recursos naturais, e o segundo semestre, é de consumidor estes recursos. Este ano, não temos muito o que consumir, já que a produção está sendo baixa. Você imagina como será o segundo semestre”, finalizou.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, anunciou ontem (14) a destinação de R$ 26,4 milhões para combater os prejuízos causados pela estiagem no estado. Esses recursos irão se somar aos R$ 28 milhões provenientes do governo federal o que totalizará uma ajuda de R$ 54,4 milhões aos 300 municípios gaúchos afetados pela seca.
Acompanhado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, o governador visitou ontem o município de Joia, um dos mais prejudicados pela estiagem no estado.
A previsão é que os recursos já estejam disponíveis na próxima semana. De acordo com o governo do Rio Grande do Sul, o governo federal sinalizou a possibilidade de liberação de mais recursos, caso haja necessidade.
Tarso assinou ainda um decreto que autoriza a transferência de R$ 40 milhões para municípios em situação de emergência. Até o momento, 279 cidades integram a lista. Outra medida prevê o investimento de R$ 5 milhões da Secretaria de Habitação e Saneamento na extensão de redes de água, compra de bombas para poços artesianos e reservatórios nas cidades atingidas pela estiagem.
Uma nova reunião foi agendada para a próxima sexta-feira (20) no Palácio Piratini, às 14h, com técnicos dos três ministérios e de órgãos do governo e representantes dos produtores.
Na última quinta-feira (12), o governo federal anunciou a liberação de R$ 48 milhões para os estados da Região Sul, atingidos pela estiagem. Além do Rio Grande do Sul, que recebeu R$ 28 milhões, Santa Catarina e Paraná devem receber R$ 10 milhões cada, para investimentos em projetos de prevenção.