26
out

§ § Espaço Web § SONETO DE UM DOMINGO

Postado às 0:12 Hs

Em casa há muita paz por um domingo assim.

A mulher dorme, os filhos brincam, a chuva cai…

Esqueço de quem sou para sentir-me pai

E ouço na sala, num silêncio ermo e sem fim,

 

Um relógio bater, e outro dentro de mim…

Olho o jardim úmido e agreste: isso distrai

Vê-lo, feroz, florir mesmo onde o sol não vai

A despeito do vento e da terra que é ruim.

 

Na verdade é o infinito essa casa pequena

Que me amortalha o sonho e abriga a desventura

E a mão de uma mulher fez simples, pura e amena.

 

Deus que és pai como eu e a estimas, porventura:

Quando for minha vez, dá-me que eu vá sem pena

Levando apenas esse pouco que não dura.

Vinicius de Morais

 Rio, setembro de 1944

05
out

§ Espaço Web § Soneto de Fidelidade

Postado às 22:00 Hs

 

De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar me canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito em quanto dure.

31
ago

§ Espaço Web § Poesia

Postado às 6:36 Hs

31 Anos – Eternamente Vinícius – DE REPENTE!

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

16
jul

Homenagem ao Poetinha – 31 anos depois

Postado às 17:21 Hs

16
ago

Justa Homenagem

Postado às 19:00 Hs

Em decreto assinado pelo  presidente Lula , nesta segunda-feira, promovendo postumamente a embaixador o poeta, escritor, compositor e diplomata Vinicius de Moraes falecido em 1980. A solenidade será realizada no Ministério das Relações Exteriores.

Em 1968, Vinicius de Moraes foi aposentado compulsoriamente por meio do Ato Institucional (AI) nº 5 sob a alegação de que seu comportamento boêmio não condizia com a carreira pública. Durante 26 anos, ele atuou na diplomacia brasileira, em geral em atividades burocráticas, servindo em Los Angeles (Estados Unidos), Paris (França) e Roma (Itália). Na época de sua demissão, havia uma verdadeira caça a homossexuais e a bêbados, na carreira. Reza a lenda que Vinícius, em coletiva, se apressou em esclarecer: “estou entre os bêbados”. Lembramos que o movimento da Ditadura Militar fez o nosso país a não se acostumar de vez com a verdadeira democracia, em nosso país e na América Latina vez por outra se fala em regimes ditatoriais populista como é o caso de Hugo Chavez na Venezuela.

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