PTC faz uma análise da situação do PMDB no RN e do fracasso que tem sido o partido sob a presidência do deputado federal Henrique Alves.
“O partido está à deriva, perdido, sem rumo. Muitos já debandaram. Restam alguns oportunistas pendurados em poucos, mas certamente polpudos contracheques, e remanescentes do antigo aluizismo que começam a enxergar o risco que está correndo a reeleição do senador Garibaldi Alves Filho”, diz Paulo Tarcísio, que é irmão do deputado Poti Júnior, um dos quatro parlamentares do PMDB na Assembléia Legislativa.
Confira o artigo, intitulado “Quem avisa, amigo é”:
Ainda não ouvi nem li qualquer manifestação do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, quanto à advertência do vereador Hermano Morais com relação ao pouco tempo que ele tem dedicado ao Rio Grande do Norte.
Henrique, todos sabem, não é homem para abraçar uma causa pela metade. E, na realidade, tem dedicado tempo quase integral à sua condição de líder da bancada peemedebista e de um dos principais interlocutores do presidente Lula. Ou seja: suas honrosas e inquestionáveis atribuições a nível nacional, relegaram quase que ao lixo suas responsabilidades de dirigente político estadual.
No pouco de tempo que sobra para o RN, a preocupação maior de Henrique tem sido a construção da unidade na base de apoio ao presidente Lula, em detrimento não apenas do PMDB que preside, mas até da própria batalha difícil que terá de travar para se reeleger.
É evidente que Hermano, em sua fala, não estava querendo ensinar “padre nosso a vigário”. Afinal, às vésperas de completar 40 anos de vida pública, Henrique é um especialista em rotina política e sabe quanto é importante a preservação de um contacto permanente com as suas bases.
O problema é que ele é, hoje, um homem, nacionalmente, muito poderoso, muito assediado e, numa situação dessas, se você não tiver quem lhe desperte para a verdadeira realidade, você se deixa dominar pela obsessão do tapete.
Diz-se que o poder é afrodisíaco. E é mesmo. Mas, o poder também tem o seu lado ruim. O poder embriaga. O poder cega.
Distante, ou limitado à visão distorcida que os gabinetes têm da planície, Henrique tem transmitido a impressão de que não percebe o que sente, o que pensa, o que fala, o que sonha, o que quer, aqueles que o colocaram na posição e no lugar em que se encontra. Se percebe, não liga.
O fato é que tão envolvido, tão comprometido e tão apegado Henrique está com as suas atribuições a nível nacional que não percebe o fracasso retumbante que vem marcando o tempo mais recente de sua gestão como presidente estadual do PMDB.
O partido está à deriva, perdido, sem rumo. Muitos já debandaram. Restam alguns oportunistas pendurados em poucos, mas certamente polpudos contracheques, e remanescentes do antigo aluizismo que começam a enxergar o risco que está correndo a reeleição do senador Garibaldi Alves Filho.
E, Henrique não se iluda: o estrago está feito. Talvez nem haja tempo para revertê-lo; pode ser até que a advertência de Hermano tenha chegado tarde, mas, seja como for, ela não deve passar em branco. Merece, ao menos, ser avaliada.
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