Dilma Rousseff e José Serra deixam cargos para disputar as eleições presidenciais
Foto: Arte /Terra
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Ambos de saída e de olho na eleição presidencial, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), adotaram discursos emotivos, frases de efeito e alfinetadas mútuas em suas despedidas dos cargos. Mais afeitos aos números, os dois transformaram suas cerimônias de desincompatibilização em palanque para esboçar virtuais plataformas de campanha.
“Não estamos dizendo ‘adeus’, estamos dizendo ‘até breve’. Sob a sua influência, senhor presidente (Lula), quem fez tanto pode fazer muito mais e melhor. Hoje, sabemos que Brasil está pronto para dar novo e decisivo passo rumo à prosperidade econômica e social”, afirmou Dilma, que ficou com a voz embargada durante sua fala. Quase chorando em alguns momentos do discurso, Dilma falou por todos os ministros que deixam os cargos – ela, inclusive – e deu as boas vindas aos novos titulares. A petista classificou como “alegria triste ou tristeza alegre” o sentimento de deixar o corpo de ministros do governo Lula.
Já Serra provocou risos até entre seu secretariado ao negar a fama de centralizador. “O pessoal de Brasília sorri ironicamente, mas o pessoal de São Paulo sabe que não sou centralizador, sei que é difícil passar essa ideia”, afirmou. Ao comentar a demora em assumir sua candidatura, o tucano disse que sempre foi aconselhado a procurar os “holofotes, a buscar as notícias, mas sou sério”. E também se valeu de um tom emocional ao afirmar que nunca incentivou o “confronto gratuito”. “Não entendo assim o jogo político. Ao ódio reagi com serenidade de quem tem são Paulo e o Brasil no coração.”
Em comum, os dois rivais usaram a expressão “mais” para dar a ideia de que quem for eleito avançará nos acertos da era Lula (Serra foi de “juntos, o Brasil pode mais”, Dilma de “quem fez tanto pode fazer muito mais e melhor”). Dilma discursou pela manhã, durante cerimônia no Palácio do Itamaraty ao lado de Lula, junto com outros nove ministros que deixaram as Pastas para disputar algum cargo nas eleições de outubro. Serra falou às 16h, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Além do tucano, alguns secretários do governo também deixaram os cargos com vistas ao pleito no fim do ano.
Alfinetadas
Em termos de ataques, os dois rivais foram sutis ao bater no adversário sem citar nomes. Dilma disse que, diferentemente dos tucanos, que não endossam amplamente o governo Fernando Henrique Cardoso, não irá renegar o legado de quase oito anos da gestão Lula. “Eu não pretendo me desvencilhar do governo do presidente Lula. Uma parte dele (governo) sai comigo, não pretendo escondê-lo.”
Em termos de ataques, os dois rivais foram sutis ao bater no adversário sem citar nomes. Dilma disse que, diferentemente dos tucanos, que não endossam amplamente o governo Fernando Henrique Cardoso, não irá renegar o legado de quase oito anos da gestão Lula. “Eu não pretendo me desvencilhar do governo do presidente Lula. Uma parte dele (governo) sai comigo, não pretendo escondê-lo.”
Serra, por sua vez, disse que seus antecessores no Palácio dos Bandeirantes o legaram uma “herança bendita” e insinuou que, sob Lula, houve conivência com a corrupção e inchaço da máquina pública. “O governo, como as pessoas, tem que ter honra, porque aqui não se cultivam escândalos. Agimos com transparência, não criamos cabides de emprego”, afirmou.
Fora citar a realização de obras em suas esferas de governo, tanto Dilma quanto Serra frisaram que suas pré-candidaturas não são fruto de uma iniciativa individual. “Um projeto de eleições não é um voo solo”, disse Dilma; “pelo Brasil, façam-se as grandes coisas, vamos juntos”, declarou Serra.
Fonte: O estadão
Fonte: O estadão
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