Está pavimentado o caminho que levará o deputado Michel Temer(foto) à posição de candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.

Em diálogo que manteve com um dirigente do PT, Lula disse que desistiu de “dar murro em ponta de faca”.

Patrono do projeto Dilma-2010, Lula torcia o nariz para Temer. Buscava alternativas. A principal era Henrique Meirelles, presidente do BC.

Lula desistiu de esmurrar a faca, segundo disse, porque Temer “fechou o PMDB”. Daí ter pedido a Meirelles que ficasse no BC.

Concluiu que, levada às últimas conseqüências, a resistência a Temer poderia comprometer “o essencial”.

E o que é “o essencial”? O apoio formal do PMDB a Dilma, com a cessão do tempo de televisão do partido à candidata.

Para ser oficial, a adesão precisa ser formalizada em convenção. E o grupo de Temer controla a grossa maioria dos votos.

O deputado “fechou o PMDB”, na expressão de Lula, em fevereiro, mês em que foi reconduzido à presidência do partido.

Temer reteve a cadeira, que ocupa desde 2001, em costura que envolveu os protolulistas José Sarney e Renan Calheiros.

De quebra, isolou o pedaço do PMDB que pende para o presidenciável José Serra, do PSDB. E fulminou a quimera da candidatura própria.

Também o PT rendeu-se a Temer. Ouvido pelo repórter, uma liderança do partido disse que o futuro vice não renderá votos a Dilma. Porém…

Porém, vai entregar à candidata um tempo de TV que, somado ao dos outros partidos da coligação, resultará na maior vitrine eletrônica da campanha.

Estimou que Dilma terá à sua disposição algo como 45% de todo o espaço televisivo a ser partilhado entre os candidatos à sucessão de Lula.

Para evitar reviravoltas, Lula desistiu de Meirelles. Pressentiu que era hora de garantir “o essencial”: o tempo de TV do PMDB. Digeriu Temer.

Fonte: Oliveira Wanderley

 

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