Modelo Airbus igual ao que se perdeu no Atlântico (Reproduçào/Reuters)
Nos últimos 12 meses, mais suspeitas do que certezas restaram do desastre do voo 447 Rio-Paris da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico e matou 228 passageiros e tripulantes. Após o fracasso das buscas, entraram no centro das críticas de experts independentes, de pilotos e das famílias de vítimas a Airbus, a Air France e, sobretudo, o Escritório de Investigação e Análises para a Aviação Civil (BEA), órgão do governo francês responsável pela investigação.
O BEA, financiado pelo Estado francês, acionista da Airbus e da Air France, é contestado em especial por desautorizar toda análise que não a sua própria sobre a tragédia, por liberar a conta-gotas informações à opinião pública e, sobretudo, por negar o papel da comprovada falha da sondas pitot, os sensores de velocidade das aeronaves Airbus. Transcorrido um ano, pouco se pode afirmar sobre o que levou o Airbus a desabar de 11 mil metros de altitude.
Investigações paralelas, como a do ex-comandante de A330, Henri Marnet-Cornus, e de Gérard Arnoux, também comandante de Airbus e presidente do sindicato União Francesa de Pilotos de Linha, contestam o BEA. Para eles, como para dezenas de pilotos comerciais da Air France, não há dúvidas: o congelamento dos pitots está na origem de uma sequência de falhas eletrônicas que forçaram o capitão da aeronave, Marc Dubois, ou o copiloto, Pierre-Cédric Bonin, a tomar decisões de urgência, potencialmente erradas.
 

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