O governo federal destinou montante recorde de recursos aos beneficiários do Bolsa Família no primeiro semestre deste ano. Quase R$ 7 bilhões foram pagos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para as mais de 50 milhões de pessoas contempladas pelo programa em todos os municípios do país. De cada quatro brasileiros, um recebe o Bolsa Família. Nunca antes na história do programa, lançado no final do primeiro ano de governo Lula, a quantia havia ultrapassado a casa dos R$ 6 bilhões no período janeiro-junho. Em relação ao primeiro semestre de 2009, o total desembolsado neste ano é 20% superior . Atualmente, as famílias beneficiadas recebem entre R$ 22 e R$ 200.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que implementou o Bolsa Escola durante seu governo no Distrito Federal (1995-1999) – auxílio financeiro baseado na frequência escolar –, o Bolsa Família é uma boa iniciativa, mas ainda não oferece “portas de saída” aos beneficiários. “A educação é a base de tudo. Se a escola que as crianças e os adolescentes contemplados frequentam é ruim, não há porta de saída e de ascensão social. A escola é a porta de saída no futuro. Desta forma, não adianta muito oferecer cursos de pedreiro e marceneiro aos adultos, por exemplo, porque a família não deverá alcançar ascensão”, acredita.
Quando perguntado se o programa tem algum impacto eleitoral, Cristovam diz: “tem impacto, assim como toda boa ação de governo. Isso é normal. Traz votos. Mas não acredito que o Bolsa Família tenha esse cunho. O governo Lula não dá bolsas para ganhar votos, não é uma política eleitoreira”, afirma.
O senador lembra que o ideal seria reduzir a quantidade de pessoas que precisam do benefício no futuro. “Nós devemos sonhar com essa redução. Eu gostaria de ver o governo ganhando votos derrubando cadeias argumentando que não precisamos mais delas. Os gestores deveriam comemorar esse tipo de feito”, analisa.
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