Estava mesmo escrito que a redenção de Clodoaldo Silva viria nesta quinta-feira. Na última terça, ele confundiu a prova válida pela fase classificatória do Mundial de Natação Paraolímpica, em Eindhoven, nadou costas nos 50 metros borboleta e foi desclassificado. Ouviu críticas e apoio. Dois dias depois, redimiu-se: fechou o revezamento 4 x 50 metros livre e ganhou a primeira medalha: logo a de ouro. Os companheiros de prova – Daniel Dias, Jefferson Amaro e Ivanildo Vasconcelos – disseram que nadaram por ele.
“Falamos entre a gente: vamos ganhar essa medalha para o Clodoaldo”, contou Daniel Dias. Depois de dois anos longe das piscinas por causa principalmente de contusão nas costas, o Tubarão, como é chamado, voltou a competir neste Mundial e resgatou a autoconfiança. “O Clodoaldo voltou”, avisou. Ele retornou com um desejo: “Nos Jogos de Londres, em 2012, quero pendurar minha sunga com chave de ouro. Não vejo essa medalha como a volta por cima. Não tenho de dar resposta para ninguém. É legal saber que o Clodoaldo ainda é muito importante para a seleção”.
Seu discurso foi de humildade. Não se considerou fundamental para a vitória e enalteceu as braçadas rápidas de seus colegas. “Estou feliz. Isso mostra que estou no caminho certo, mas tenho que melhorar muito”, declarou o atleta de 31 anos, comparado, tempos atrás, ao norte-americano Michael Phelps por causa dos seis ouros e uma prata conquistados na Paraolimpíada de Atenas, em 2004.
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