Relatório da Polícia Federal enviado ao Ministério Público Federal acusa o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda de ter chefiado uma organização criminosa que montou um esquema de corrupção na administração da capital do País. No documento, a PF indicia Arruda e vários de seus ex-aliados pelos crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha. O relatório poderá ser usado para embasar a denúncia que será apresentada pelo Ministério Público ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Procuradoria-Geral da República não determinou a data para encaminhar a ação penal.

Segundo trechos do relatório publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo, 12 ex-integrantes do governo Arruda e sete empresas supostamente teriam cometido crimes para obter “vantagens espúrias”. O jornal diz, ainda, que, de acordo com a PF, essas empresas se beneficiavam de contratos públicos para irrigar o esquema ilegal.

“José Roberto Arruda encabeçava uma organização criminosa voltada à captação de dinheiro bancado por empresas contratadas”, afirma um dos trechos do relatório da PF.

O ex-governador do DF é considerado o mentor do esquema que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Em novembro de 2009, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora, para investigar caixa 2 de campanha eleitoral e distribuição de propina a Arruda, ao vice Paulo Otávio e a aliados. A propina serviria para bancar gastos da campanha de Arruda em 2006, comprar votos de deputados e para o enriquecimento pessoal de participantes do esquema.

Arruda foi flagrado em gravação de vídeo recebendo dinheiro do suposto esquema de corrupção, em gravações feitas pelo ex-secretário de governo Durval Barbosa – o que detonou a maior crise política da história de Brasília. Além de Arruda, filmado recebendo R$ 50 mil, deputados são flagrados em vídeos guardando maços de dinheiro em meias e bolsas.

Em fevereiro, Arruda foi preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entendeu que ele estaria prejudicando as investigações sobre o caso. Em abril, o governador cassado do Distrito Federal foi solto, deixando a carceragem da PF de Brasília, onde estava preso.

 

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