O aumento do número de pessoas empregadas nos últimos anos está diminuindo o percentual de trabalhadores associados a algum sindicato no universo de pessoas empregadas. A mudança também ocorre porque há uma transferência de empregos dos setores com maior organização de trabalhadores para aqueles de menor tradição sindical.

Em 2009, 17,7% da população ocupada eram ligados a algum sindicato, uma redução de 1,9% na comparação com 2008. Os dados da última Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que ano passado 16,5 milhões de trabalhadores eram sindicalizados.

De acordo com Cimar Azeredo, gerente da Pnad, a mudança pode ser explicada pela diminuição da oferta de postos de trabalho na indústria. “A indústria é o segmento com mais sindicalizados. Tem a tradição da organização do chão de fábrica”, lembra Cimar, ao destacar que há uma diminuição da oferta de empregos na indústria e o aumento da oferta de postos de trabalhos no setor de serviço.

Cimar aponta, no entanto, que o número absoluto e o percentual de trabalhadores sindicalizados são maiores do que na década passada. Em 1992, o percentual era de 15,9%.

Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a queda apontada pela Pnad é “um efeito estatístico” provisório que tende a ser revertido com as campanhas salariais. Juruna ressalta que as pessoas mais jovens e os trabalhadores com menor escolaridade tendem a ser menos sindicalizados.

 

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