A inadimplência do consumidor registrou alta de 11,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior e identificou o maior crescimento da inadimplência anual desde 2005, segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian na última segunda-feira(13/09).
Segundo Antonio De Julio, especialista em desenvolvimento financeiro e pessoal do Moneyfit, o aumento da inadimplência do consumidor brasileiro, infelizmente poderá aumentar nos próximos meses, pois, o final de ano se aproxima e as compras de natal podem acelerar os gastos e complicar as finanças das pessoas que já têm contas em atraso.
“Para não começar o ano de 2011 com mais dividas, é preciso avaliar o que é possível gastar sem exageros e as contas que podem ser renegociadas e quitadas”.
Para Antonio De Julio, alguns dos principais motivos da inadimplência é a facilidade de crédito, entre aquisição de cartões, prestação de automóveis, parcelamento de eletrodomésticos e eletroeletrônicos a longo prazo.
Além disso, ele explica que o brasileiro não está acostumado a tantas “facilidades” de crediário e esquece que temos uma das piores taxas de juros do planeta.
“Também podemos citar a falta de planejamento e conhecimento de algumas pessoas em relação a suas próprias finanças e a falta de uma poupança para momentos de dificuldade”, alerta Antonio De Julio.
Para ele, a inadimplência entre os consumidores brasileiros poderá continuar e o que está acontecendo no momento pode ser o início da explosão de uma possível “bolha de crédito” que poderá ser causada pelo acúmulo de dívidas anteriores, principalmente dívidas com prazos maiores como a compra de veículos, que bateu vários recordes consecutivos.
“Os brasileiros compraram esses bens sem calcular as taxas de juros e custos com manutenção, impostos e seguro dos veículos. O número de cheques sem fundos pode ser o primeiro indicador da falta de dinheiro do brasileiro para honrar seus compromissos do dia a dia. Com medo de perder o carro por falta de pagamento, ele não deixa de pagar a prestação e “desconta” em outras coisas”, explica o consultor.
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