A Operação Carcará realizada no norte de Minas apreendeu até agora 500 pássaros e aplicou multas no valor total de R$ 600 mil. Como efeito da operação já foram recolhidos mais 460 aves entregues voluntariamente ao IBAMA.
Segundo o chefe do IBAMA em Montes Claros, Berilo Maia, a Carcará deve se tornar uma campanha permanente. “A operação seria encerrada, mas, devido aos resultados, não tem data para acabar. Muitos criadores têm feito a entrega voluntária de animais com anilhas suspeitas, por medo de serem autuados”.
Já foram fiscalizados mais de 60 criadores de pássaros e apreendidos, dentre outros, sabiás, pássaros-pretos, trinca-ferro, cardeal do sul (de ocorrência no Rio Grande do Sul). Além de espécies ameaçadas de extinção como o pixoxó e cigarrinha verdadeira (ambos de ocorrência na mata atlântica litorânea), bicudo e curió. As aves estão sendo encaminhadas para as unidades com centros de triagem de animais silvestres em Minas. Algumas apresentavam mutilações e sinais de maus tratos.
Inteligência
A operação é realizada em treze municípios norte – mineiros e teve início no dia 6 de setembro. A analista ambiental do IBAMA Ariane Machado informa que os criadores estão burlando as anilhas de filhotes para animais adultos, caracterizando comércio ilegal. O analista ambiental Daniel Dias revela que os animais sofrem muito com essas ações, e agora precisam passar por uma triagem e, nesses casos, há necessidade de soltura para o habitat natural, uma vez que muitos deles acabam morrendo por causa de maus tratos.
A operação foi deflagrada após investigação do Núcleo de Inteligência do IBAMA em Minas Gerais sobre adulteração e falsificação de anilhas, inserção de dados fraudulentos ou inconsistentes no sistema informatizado de gestão de fauna do IBAMA – Sispass e alguns criadores foram sorteados ao acaso.
Participam agentes do IBAMA, além de policiais civis de Montes Claros, sob a coordenação do Núcleo de Fiscalização do IBAMA/MG, tendo como base de apoio o Escritório em Montes Claros.
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