Depois de a campanha presidencial ser dominada por assuntos religiosos na virada do primeiro para o segundo turno, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (18) que temas religiosos nunca fizeram parte de suas disputas ao Palácio do Planalto e que questões como aborto e drogas não devem ser eleitorais.

Antes de um encontro de líderes do PV com o presidenciável José Serra (PSDB), FHC também criticou a campanha da petista Dilma Rousseff e o presidente Luiz Inácio Lula da silva, com um pedido para que nenhum deles contribua “para dividir o Brasil”.

“Eu nunca entrei nesses temas religiosos em campanha. Eu acho que as pessoas têm todo o direito [de discutir]. E acho que os políticos não devem confundir a questão do Estado com a questão confessional”, disse ele, no local que foi comitê de campanha do candidato derrotado do PV ao governo paulista, Fabio Feldmann.

“Questão sobre aborto não é eleitoral, como a questão da droga”, afirmou FHC, que é um dos principais defensores da liberação da maconha no Brasil. “Que as pessoas discutam [sistemas] é natural, mas acho uma questão de convicção pessoal, e não uma questão política”.

Vários setores católicos e evangélicos criticam Dilma por ter defendido a liberação do aborto e, mais tarde, ter atenuado sua posição. A campanha petista acusou partidários de Serra de formarem uma “central de boatos”, espalhando “mentiras e calúnias” sobre as posições da ex-ministra-chefe da Casa Civil sobre liberdade religiosa.

 

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