Depois da efervescência em torno da Influenza A (H1N1), agora uma das maiores preocupações da saúde no País recai sobre a chamada “superbactéria” KPC (Klebsiella pneumoniae), produtora de carbapenemase. O micro-organismo é resistente a quase todos os antibióticos e já causou mortes em alguns estados brasileiros, além do Distrito Federal. As incidências são registradas, na maioria dos casos, em hospitais no caso de pacientes com longo tempo de internação e que realizaram procedimentos invasivos.

Conforme o médico infectologista Marcelo Carneiro, mestre em Microbiologia e professor do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a KPC desenvolveu uma maneira de ficar resistente aos antibióticos. “Isso diminui as opções de tratamento das infecções por esses agentes”, esclarece. O especialista destaca que, como qualquer outra infecção, os efeitos no organismo são decorrentes da reação inflamatória entre o agente e o hospedeiro. “A presença desse mecanismo de resistência é que dificulta o tratamento e a escolha do antibiótico.”

Para o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a proliferação da KPC é inevitável. Nesse sentido, cresce a necessidade de prevenção. Segundo Carneiro, as bactérias podem sofrer alterações nas pessoas doentes, e a transmissão ocorre, especialmente, por meio das mãos – quando não higienizadas adequadamente. “Assim como na gripe A, a adoção de medidas simples diminui a disseminação dos agentes.” As pessoas mais expostas são aquelas com saúde debilitada, que estão internadas em hospitais e clínicas de repouso.

No entanto, a “superbactéria” também pode atingir a população fora das unidades de saúde. Por isso, além dos cuidados com a higienização correta das mãos, é imprescindível evitar o uso de medicamentos sem prescrição médica, especialmente a utilização indiscriminada de antibióticos que é o que torna as bactérias mais resistentes. Esta semana, o ministro da Saúde, José Temporão, enfatizou que o governo quer regulamentar a venda desses medicamentos.

 

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