Nosso desafio é encontrar 25 bilhões de barris de petróleo até 2020”. A afirmação é do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, ditas ontem (27) durante o seminário que abordou o futuro do pré-sal no País. O evento aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e reuniu diversas autoridades, entre elas o governador Eduardo Campos, seu vice João Lyra, o secretário de Desenvolvimento Econômico Fernando Bezerra Coelho, o senador eleito Humberto Costa, entre outros convidados e lideranças empresariais.

O otimismo de Gabrielli será reforçado a partir desta quinta (28), quando o navio-plataforma Cidade Angra dos Reis dará início à exploração de petróleo do reservatório de Tupi, na camada de pré-sal localizada na Bacia de Santos. A previsão é de que 50 mil barris de óleo, em média, sejam produzidos por dia até 2011, dobrando esse número para 2012. O potencial de Tupi é de 5 a 8 bilhões de barris, segundo dados da empresa.

Não bastasse isso, a Petrobras consegue ampliar a produção de petróleo a partir da exploração do produto em estados do Nordeste, como Ceará e Sergipe. Gabrielli, que chegou a ser provocado por Eduardo Campos durante o seminário sobre a possibilidade de Pernambuco também ser o próximo, devolveu em tom de brincadeira: “A culpa é da movimentação das placas tectônicas, há 120 milhões de anos”.

Retomando suas explicações, Gabrielli informou que geólogos da Petrobras estão fazendo estudos sísmicos para constatar se no litoral pernambucano há viabilidade para exploração petrolífera. No entanto ressaltou que para alcançar a meta, não resta outra coisa a fazer, senão perfurar poços. “Não temos restrições financeiras nem técnicas para trabalharmos”, garantiu, ressaltando que as refinarias são parte integrante desse processo, no intuito de os benefícios chegarem à população.

As palavras de Gabrielli encontram ressonância nas palestras promovidas por especialistas em pré-sal, que aconteceram na manhã de ontem, no Golden Tulip Recife Palace. O geólogo Adali Espadini afirmou que a produção de carvão e petróleo continuará forte até 2030, o que dará ao País uma condição de destaque. Já em relação ao litoral pernambucano, Spadini informou que pelo fato de Ceará e Sergipe haver presença de petróleo, não significa que o estado também tenha. “Petróleo independe da posição geográfica”, argumentou.

Outro palestrante, Marcos Gonçalves, gerente do Ativo de Produção da Petrobras de Alagoas, destacou não apenas o novo formato de exploração das bacias do pré-sal – baseada em novas perspectivas, a criação de um marco regulatório mais adequado que atenda aos interesses do povo brasileiro e a colaboração da indústria de fornecedores no setor – com frisou a questão ambiental. “As empresas terão sérios prejuízos se não se preocuparem com isso”, avaliou.

 

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