Um estudo do advogado e professor Ivo Gico, da Universidade Católica de Brasília (UCB), revela que somente 3% dos funcionários públicos federais demitidos por corrupção são condenados criminalmente. Devido aos dados, Gico afirma que o crime compensa no Brasil, pelo menos no que diz respeito à corrupção promovida por agentes públicos.

“O bandido é racional. Antes de cometer o crime ele avalia a probabilidade de ser pego, o tempo de pena que teria de cumprir e o lucro que pode ter. Sabendo das baixas condenações ele entende que vale a pena praticar o crime”, disse.

Para o estudo, Gico analisou os servidores federais demitidos por assuntos relativos à corrupção entre 1993 e 2005. A escolha metodológica foi feita devido à dificuldade de se identificar casos de corrupção e ao que chamou de administração “protetiva”.

“Tivemos que encontrar uma solução, uma vez que a identificação de corrupção não é fácil. Por isso optamos por pegar funcionários públicos que foram demitidos por corrupção. Como a administração é muito protetiva, entendemos que a probabilidade do crime ter sido cometido é muito grande, se não o servidor não seria afastado”, explicou.

Ao todo, o professor identificou 441 casos. Destes, 224 tentaram reingressar no serviço público através de medidas judiciais – 29 conseguiram. E, do universo, somente 3,17% foram condenados criminalmente.

 

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