O desemprego no país pode estar no menor nível em pelo menos oito anos, mas isso não significa que o brasileiro esteja contente com o seu trabalho. Segundo pesquisa em 23 países, o brasileiro é o segundo mais insatisfeito com seu emprego e também com seu salário — em ambos os casos só perde para os japoneses.
A taxa de desemprego (medida pelo IBGE em seis regiões metropolitanas) em setembro era de 6,2%, a menor desde o início da atual pesquisa, em 2002. E o rendimento médio do trabalhador no mês, de R$ 1.499, também foi recorde.
Os números do Brasil contrastam com os dos EUA, onde a taxa de desemprego ronda os 10%, mas a insatisfação com o trabalho é metade da do brasileiro.
Para chegar a essa conclusão, o estudo da holandesa Phillips (com mais de 30 mil pessoas) comparou a diferença entre quão importante é determinado item para o bem-estar da pessoa e quanto ela está satisfeita com este item. A diferença mostra o grau de insatisfação -ou satisfação.
Um exemplo concreto: a média mundial da importância do trabalho é de 74%, mas a satisfação é de 65%. Essa diferença de nove pontos percentuais, portanto, seria o grau de insatisfação.
No caso brasileiro, a insatisfação com o salário é de 45 pontos percentuais, dado que só perde para o do trabalhador japonês (a diferença é de 67 pontos percentuais), que ganha por mês, aproximadamente, R$ 5.600.
Em relação ao trabalho, a insatisfação é de 31 pontos percentuais, enquanto a média mundial é de nove pontos. No Japão, que mais uma vez lidera, esse indicador está em 41 pontos percentuais.
Apesar da crise global e dos anos seguidos de baixo crescimento, o Japão tem uma das menores taxas de desemprego do mundo: 5%.
Mas há muita insatisfação no país, especialmente entre os jovens, que não têm tão forte a cultura de dedicação à empresa, com longas jornadas semanais de trabalho, como na geração de seus pais e avós.
Fonte: Folha Online
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