O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não será mantido no cargo pela presidente eleita, Dilma Rousseff. Ela já bateu o martelo em relação a esse assunto, aborrecida com o fato de Meirelles ter usado a imprensa para impor condições para ficar no BC. Dois nomes estão na mesa da presidente eleita para suceder Meirelles: Nelson Barbosa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e Alexandre Tombini, atual diretor de Normas do BC. “Ele (Meirelles) não vai continuar, já foi decidido”, disse a fonte à agência Reuters.
Dilma também deverá tirar o status de ministro do próximo presidente do BC. Meirelles exigiu que Dilma mantenha a autonomia da instituição para definir a taxa básica de juros (Selic). Ao agir assim, o presidente do BC indicou ao mercado que, sem ele à frente do BC, a política monetária será afrouxada, mesmo em momentos de riscos inflacionários, como os registrados atualmente. As especulações em torno da permanência ou não de Meirelles no cargo de presidente do BC aumentaram após o convite feito à Guido Mantega para permanecer à frente do Ministério da Fazenda.
Ele aceitou o pedido. Participantes do mercado defendiam a permanência de Meirelles no cargo como contraponto ao ministro da Fazenda e a uma política fiscal menos rigorosa. Depois da decisão de Mantega, jornais publicaram que Meirelles não continuaria no cargo a menos que Dilma pudesse garantir a autonomia do BC. Mas notícias publicadas na imprensa mostravam que Dilma teria se irritado com as supostas condições apresentadas por Meirelles para permanecer no cargo.
Na chefia do BC desde janeiro de 2003, Meirelles foi o presidente que ficou por mais tempo no cargo. Com atuação no combate à inflação sempre elogiada, ganhou ainda mais destaque na coordenação, junto com Mantega, do combate aos efeitos da crise financeira global.
 

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