Cerca de cento e cinquenta policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e 30 fuzileiros navais com rostos pintados entraram na Vila Cruzeiro, na Penha, no início da tarde desta quinta-feira. Seis carros blindados do tipo M113 do Corpo de Fuzileiros navais estão sendo usados para transporte de pessoal. O veículo foi usado na guerra do Iraque.

A operação tem apoio de fuzileiros navais porque são eles que estão conduzindo os veículos, onde seguem os homens do Bope. Esse tipo de carro nunca foi usado na cidade do Rio. Segundo a nota divulgada pela Marinha do Brasil, os efetivos são limitados às tripulações que conduzirão as viaturas. “Foram disponibilizados, inicialmente, para prestar apoio logístico de transporte ao Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PMERJ, os seguintes meios do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil: viaturas blindadas sobre lagartas M-113, viaturas blindadas sobre rodas Piranha e carros Lagarta Anfíbios (CLAnf)”.

Um caminhão de uma loja de eletrodomésticos roubada recentemente, foi incendiado no morro pelos traficantes para dificultar o acesso dos policiais à comunidade. Retroescavadeiras blindadas do Bope estão à disposição para retirar as barreiras.

Um homem que estava em um moto foi baleado. Ele está sendo levado por policiais do Bope, para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

De acordo com o comandante do Estado Maior da PM, coronel Álvaro Garcia, essa operação enérgica está sendo necessária porque os bandidos que estão oferecendo ataque à sociedade se escondem neste local. Ele disse que a polícia não tem data para sair da Vila Cruzeiro e vai ocupar e permanecer no morro por tempo indeterminado, para mais tarde implantar uma UPP no local.

O coronel descartou o uso das metralhadoras .50, que têm capacidade de abater helicópteros e aviões. Esse armamento faz parte dos blindados M113 cedidos pelos fuzileiros navais:

A Polícia Militar chegou a fechar a Avenida Brás de Pina do parque Ary Barroso até a entrada da Igreja da Penha, mas liberou depois da entrada dos policiais na comunidade. Um trecho da avenida está sem luz. Há suspeita de que o incêndio do caminhão tenha atingido a rede elétrica. Na chegada do comboio, houve uma correria de moradores e de motoristas. As pessoas ficaram apavoradas.

Moradores da Avenida Brás de Pina e da Penha se dizem satisfeitos com a presença de tanques de guerra e de homens do Bope no meio da rua. Um morador, que é policial militar e está de férias, também de prontidão, disse que a situação estava insuportável e que apóia as medidas enérgicas tomadas pelo governo. Uma moradora chorando diz que vai sair da rua onde mora porque é uma situação de guerra civil.


A Secretaria estadual de Saúde divulgou o balanço de atendimentos desta quarta-feira, no Getúlio Vargas, devido aos confrontos na região. Ao todo, 21 pessoas deram entrada na unidade, quatro morreram e três continuam internadas. Para esta quinta-feira, a Secretaria reforçou o número de médicos na emergência. Médicos do Corpo de Bombeiros também estão no hospital. O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, está na unidade supervisionando as equipes.

Principal reduto do tráfico no Rio, a Vila Cruzeiro, junto com o Complexo do Alemão, se transformou no maior bunker de traficantes cariocas, recebendo bandidos de comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).A cidade virou uma Bagdá ou Telaviv em matéria de guerra cívil. VERGONHA NACIONAL !

 

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