Como termina mesmo um post abaixo, em que comento um discurso de Lula em que ele, excepcionalmente, não sataniza FHC? Assim: “Passa logo”. Pois é, passou! Não adianta: Lula e o PT têm uma natureza. Não tente ensinar um sapo a pular porque é besteira: ele já sabe; não tente ensinar um sapo a se comportar como um príncipe: é inútil; ele não vai aprender.
Leiam o que informa Fábio Guibu, na Folha Online:
Em sua primeira viagem pós-eleição para inauguração de obras ao lado do presidente Lula, a presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu nesta terça-feira (30), em Tucuruí (a 390 km de Belém, PA), continuar o que chamou de “herança bendita” do atual governo. “Eu vou continuar essa herança bendita do presidente Lula, eu tenho a missão e a responsabilidade de dar continuidade, de fazer avançar esse projeto de inclusão de milhões e milhões de brasileiros e de brasileiras.”
Em discurso de improviso para 3.000 pessoas, Dilma falou por 11 minutos. Comemorou o “momento histórico” do país, creditando ao presidente as conquistas sociais dos últimos anos. Ela não comentou fatos atuais, como o combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro, concentrando toda a sua fala nos feitos do governo. Lula discursou em seguida e brincou com os elogios recebidos. “Se a Dilma não falar bem de mim, no dia 1º eu saio correndo com a faixa [presidencial] e quero ver ela me pegar”, disse.
Logo depois, manteve o mesmo tom da sua sucessora e disse que a próxima presidente “vai pegar um país em construção”. Citou grandes obras em andamento, como ferrovias e hidrelétricas, além das descobertas de petróleo no pré-sal. “Eu sei que nós fizemos muito, mas sei que ainda falta muito para fazer”, declarou. No final do seu discurso, Lula disse que, após deixar o governo, vai ouvir no rádio Dilma dizer “nunca antes na história do Brasil, pela primeira vez na história do Brasil” e que “ao invés de ficar com raiva como meu adversário ficou, vou ficar feliz, porque você estará fazendo aquilo que o povo quer”, afirmou. Em Tucuruí, Lula inaugurou duas eclusas construídas no rio Tocantins. A obra, orçada em R$ 1,6 bilhão, foi projetada em 1981, mas sua construção só foi retomada em 2006.
Opinião Minha
A brincadeira de Lula, de pegar a faixa e sair correndo, tem um fundo de verdade. Dado o ministério de sua sucessora, é óbvio que o governo lhe pertence. A expressão “herança bendita” está aí para lembrar a pecha que ele pespegou no governo FHC logo nos primeiros dias de governo: “herança maldita”. Com ela, pretendeu fazer tabula rasa do passado, decretar que o Brasil foi descoberto em janeiro de 2003 e incorporar todas as conquistas de governos anteriores, especialmente as de FHC. Lula foi parcialmente bem-sucedido em tornar influente uma mentira histórica. Ao escolher essa linguagem, Dilma evidencia que a mistificação terá continuidade. Alguém esperava algo dirente?
O amor à verdade durou pouco…
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