Muita gente acreditou que Lula e José Alencar não chegariam ao final do mandato, claro que por motivos diferentes.
Lula foi buscar em José Alencar, um homem rico, industrial e político, senador por Minas Gerais, um suporte conservador para enfrentar o temor das classes abastecidas do país, ofertando a garantia de ter um vice sólido, discreto e bem relacionado com o empresariado nacional. Era um aval necessário para enfrentar as urnas e garantir a governabilidade. Em suas primeiras candidaturas era comum dizer que Lula poderia até ganhar, mas não assumia, e se assumisse não terminava o mandato, pois o exército ou o poder econômico nacional derrubaria o cara. José Alencar trouxe essa tranquilidade na campanha vitoriosa.
Depois em outro momento quando estourou o mensalão, a palavra impeachment rondou o Palácio da Presidência da República, mas Lula conseguiu reverter aquele período complicado de seu governo e entrega a faixa a Dilma com índices recordes de aprovação popular.
Com José Alencar os problemas foram outros. Desde que foi descoberto o seu câncer o homem vem enfrentando uma batalha árdua. Já se contam dezenas de interferências médicas, semanas de hospital, cirurgias, a ponto de muita gente ter acreditado que o vice de Lula não chegaria ao final do mandato, mas ele tem demonstrado a força de um homem de ferro. Tem dado mostras de perseverança e conseguido vitórias sucessivas que o trazem até aqui.
É claro, dirão, que ele tem muito dinheiro e tem os melhores médicos e casas de saúde, aqui e no exterior, mas todo esse dinheiro quando vem a doença e a morte não valem nada, o que vale é o caráter e a história deixada, e isto José Alencar tem, e é com esse exemplo que ele escreve seu nome na história do país. Um vice que reclamou da política de juros do país sem criar um problema institucional, um empresário que aceitou ser governado por um metalúrgico, e que quer ver o país no rumo do desenvolvimento, não apenas econômico, mas social, valorizando as pessoas e o interior do Brasil.
É um empresário rico e vice-presidente da república, e a gente pode chamar de Zé.
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