Começou o governo Dilma Rousseff. Pela primeira vez desde que iniciou a montagem de sua equipe ministerial, a presidente eleita contrariou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contra a opinião de seu patrono, resolveu anunciar a nomeação do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) para o Ministério da Justiça. Lula não gosta do petista paulista, um dos três coordenadores da campanha de Dilma.

A confirmação da indicação de Cardozo – com as de Antônio Palocci, na Casa Civil, e de Gilberto Carvalho, na Secretaria-Geral da Presidência, ambos indicados por Lula – foi antecipada para evitar que pressões contrárias se tornassem insuportáveis. Elas partiam das lideranças do chamado Construindo o Novo Brasil, corrente majoritária do PT, historicamente ligada ao presidente Lula.

Secretário-geral do PT, Cardozo propôs a refundação da legenda durante a crise do mensalão e um expurgo dos envolvidos. Por isso, tem muitos desafetos na cúpula petista. Disputou e perdeu a presidência do PT para José Eduardo Dutra, outro integrante da coordenação da campanha que encabeçou a chapa Construindo um Novo Brasil. O questionamento de Lula é simples: o que teria acontecido durante a crise do mensalão se o ministro da Justiça fosse Cardozo e não Márcio Thomaz Bastos?

 

Seja o primeiro a comentar


Poste seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *