Um mês após postar mensagens de ofensa contra nordestinos na internet, a estudante Mayara Petruso ainda evita aparecer em público. Ela deixou de sair de casa sozinha, largou o curso de Direito na FMU e, segundo a família, foi obrigada a se refugiar longe da casa da mãe, em virtude de ameaças que ainda sofre.
Depois de perder o emprego, Mayara diminuiu também a frequência de encontro com o grupo habitual de amigos e ganhou fama de “a menina que não gosta de nordestinos” na cidade onde morava com a família, em Bragança Paulista, interior de São Paulo.
A família também ficou reclusa. Alegando terem recebido ameaças por e-mail e telefone, a mãe e a avó da garota se dizem assustadas ao verem pessoas estranhas rodeando seu pequeno comércio, na periferia de Bragança. Orientada pelo advogado que defende Mayara, a família optou por limitar o contato com a imprensa.
Ameaçada
“A Mayara é ameaçada todo dia. Tudo que vocês falam só a prejudica. Ninguém sabe o que aconteceu de fato e peço para que parem de nos procurar”, afirmou a avó da estudante, Magda Penteado, ao ser procurada pela reportagem do iG. “Tanta coisa para se preocupar no mundo e vocês ficam perturbando a minha neta?!”, indagou nervosa.
Depois de muita insistência, a mãe da garota, Luciana Penteado, resolveu trocar poucas palavras com a reportagem. “A vida da Mayara está em perigo. As pessoas não sabem o que ocorreu de fato e fazem julgamentos antecipados”, disse a mãe. “A gente só quer um pouco de sossego para continuar a vida”, desabafou.
Luciana Penteado se disse cansada do assédio da imprensa e de pessoas estranhas que, segundo ela, passaram a rondar sua casa em Bragança. Ela lamentou que a privacidade da família tenha sido exposta na internet. “Nossos dados pessoais e endereço foram expostos na internet como se fossemos criminosos”, contou.
È esperado que ela tenha aprendido alguma coisa com tudo isso.Isso sim é válido.
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