Deu na Folha de São Paulo:
O novo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu a estabilidade do poder de compra da moeda e a redução da meta de inflação fixada pelo governo, que hoje é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.
As afirmações foram feitas durante cerimônia de transmissão do cargo, na sede do BC, em Brasília.
Sai nesta sexta-feira a inflação acumulada no ano passado. A expectativa do mercado é que o índice em 12 meses fique em 5,90%, acima, portanto, do centro da meta da inflação. Reduzir essa taxa estará entre as principais preocupações do novo governo e do Banco Central nos primeiros meses de 2011.
“A consolidação dessa política macroeconômica, combinada com o aperfeiçoamento do marco legal e regulatório brasileiro, propiciará as condições necessárias para no futuro discutirmos a convergência da nossa meta de inflação para patamares mais baixos, semelhante aos observados nas principais economias emergentes. Esse é um processo que devemos ter a ambição de perseguir no futuro”, disse Tombini.
O presidente do BC afirmou também que o crescimento do crédito ao consumo deve ser menor a partir de agora e que o crédito imobiliário deve ganhar importância.
“Essa mudança é salutar para o sistema financeiro nacional e para o mercado de capitais brasileiro, mas principalmente para as famílias. Contudo, é importante que esse crescimento ocorra com qualidade e não se transforme em uma bolha de crédito, como em outros países.”
JUROS
Na cerimônia de troca de comando no Banco Central, coube ao ex-presidente da instituição, Henrique Meirelles, reforçar a expectativa de aumento da taxa básica de juros ainda neste mês.
Ao transmitir o cargo para seu sucessor, Meirelles aproveitou para dizer que o BC “diagnosticou”, nos últimos meses, “riscos não-aceitáveis” na expansão do crédito conjugados com pressões inflacionárias.
“Esse cenário demanda ações prudenciais seguidas de medidas convencionais de política monetária”, disse Meirelles, ao se referir às medidas anunciadas em dezembro para reduzir financiamentos ao consumo acima de dois anos e à perspectiva de aumento dos juros.
“Elevações da Selic não devem ser motivo de alarido. A necessidade de subir juros é parte do processo de trabalho do BC. Não deve ser vista com alarde ou como sinal de que algo está errado”, afirmou Meirelles.
O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúne dentro de duas semanas para decidir se aumenta ou não a taxa básica de juros, que está em 10,75% ao ano desde julho do ano passado. No mercado financeiro a aposta quase unânime é de alta.
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