Uma equipe de reportagem da Folha de S.Paulo, que fazia a cobertura das férias do ex-presidente Lula, no Garujá, litoral sul de São Paulo, teve seu equipamento fotográfico e celulares apreendidos por homens a serviço da Presidência, informa o jornal em sua edição desta quinta-feira (6/1).
O repórter Fernando Gallo e o repórter-fotográfico Moacyr Lopes Jr. foram abordados por seguranças enquanto registravam, à distância e em mar aberto, imagens da praia onde o ex-presidente passa as férias. Lula descansa com a família no Forte dos Andradas, base do Exército no litoral sul, a convite o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Para a reportagem, um dos agentes, que se apresentou como Mizael, disse que os repórteres teriam invadido área militar. Mesmo sem mostrar documento, Mizael, e outros dois, identificados como sargento Frederico e agente Rodrigues, aprenderam a mochila da equipe, com o equipamento fotográfico e celulares e levaram para o Forte dos Andradas.
“Sabe que nós fazemos a segurança do chefe, e o chefe não gosta de ser incomodado quando ele está descansando”, alertou Mizael, que também disse que o caso poderia “complicar a vida” dos jornalistas em próximas coberturas.
Uma lancha da Capitania dos Portos escoltou o barco alugado pela reportagem. De acordo com um oficial da Marinha, a habilitação do condutor estava vencida.
Ao retirar o equipamento, o fotógrafo reclamou que a mochila estava molhada. Após a queixa, a Marinha reteve o material.
Jurídico da Folha discutirá com Marinha
Nesta quinta-feira, o departamento Jurídico da Folha partiu para o Guarujá, para conversar sobre o assunto com a Marinha, já que o equipamento continua apreendido. Para o jurídico do jornal,”são arbitrários os atos praticados pelo Serviço de Segurança da Presidência da República e o que houve foi uma afronta à liberdade de imprensa”.
Caso se repete
Não é a primeira vez que equipes de reportagem são abordadas no mesmo local. Em janeiro de 2010, repórteres da Folha e Estadão foram detidos por cobrirem as férias do então presidente Lula. Na ocasião, os seguranças disseram que iriam apreender os equipamentos e deletar as imagens dos repórteres. No entanto, duas horas depois, as equipes foram liberadas
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