Tá na Revista Época:
Um grupo de cientistas demonstrou que bloquear a atividade da proteína interferon gama (IFN-gama) com remédios pode ser útil para o tratamento do câncer de pele, publica a revistaNature em sua última edição. O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados. Quando detectado precocemente, apresenta altos percentuais de cura.
A equipe, liderada pelo cientista Glenn Merlino, fez vários testes em ratos e observou como a radiação ultravioleta sobre o organismo desencadeia a produção de um tipo de glóbulo branco denominado macrófagos, o que favorece a criação da interferon gama e o desenvolvimento de melanomas.
Merlino, do National Câncer Institute de Maryland (EUA), garante que bloquear com anticorpos a interferon gama, uma proteína de “tipo II”, inibe o crescimento anômalo de células na pele, enquanto bloquear da mesma forma interferons de “tipo I” não produz o mesmo efeito.
Ao contrário, se considera que os interferons de “tipo I” são moléculas que impedem o desenvolvimento de tumores, ao ponto de uma delas, a IFN-alpha, ser utilizada clinicamente para tratar o melanoma.
Deste modo, a ideia de que a IFN-gama favorece o progresso dos tumores cancerígenos significa uma “potencial mudança de paradigma” neste campo da medicina e um importante avanço tanto na prevenção como no tratamento do câncer de pele, diz Merlino na publicação.
Apesar de a comunidade científica aceitar que existe uma relação entre a radiação ultravioleta e a formação de melanomas, o mecanismo subjacente a esta associação ainda não está descrito de maneira exaustiva, de acordo com o estudo.
Poste seu comentário