Os protestos contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, se estenderam por toda a capital Cairo nesta sexta-feira, dia tradicional de orações, quando milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a queda do regime. A polícia tentou dispersar a multidão usando bombas de gás lacrimogêneos e jatos de água ao término da oração, na qual participou o opositor egípcio Mohamed ElBaradei junto a 2.000 pessoas.
Os fiéis oravam diante de uma grande mesquita do bairro de Guiza, e gritavam “Abaixo (o presidente) Hosni Mubarak!”, logo depois de terminada a oração, em meio a um importante dispositivo de segurança.
Este quarto dia de protestos recebeu, além disso, o apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoiava sem grande entusiasmo estas marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas. Durante a madrugada, foram detidos pelo menos 20 dirigentes da Irmandade Muçulmana, segundo o advogado do movimento.
A internet se encontrava inacessível na manhã desta sexta-feira no Cairo, segundo vários usuários e hotéis. A internet tem sido um instrumento muito utilizado pelos militantes desde terça-feira para convocar protestos exigindo a queda do regime de Mubarak.
O ministério egípcio do Interior advertiu que tomaria “medidas decisivas” contra os manifestantes. O aviso, publicado na madrugada desta sexta-feira (hora local), chegou depois que grupos opositores anunciaram que iriam organizar nesta sexta-feira manifestações “de ira” em várias cidades no fim das orações semanais, como parte da onda de protestos que deixaram sete mortos, cinco manifestantes e dois policiais, além de dezenas de feridos.
“O ministério do Interior renova sua advertência contra tais ações e afirma que serão tomadas medidas decisivas para enfrentá-las, de acordo com a lei”, indicou o comunicado.
Fonte: AFP
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