Em meio à disputa entre PMDB e PT por cargos do segundo escalão, os peemedebistas ainda travam duas guerras particulares: a briga por nacos de poder entre as bancadas de deputados e de senadores e um embate entre gigantes – o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder Renan Calheiros (AL), que desfazem a parceria política quando o assunto é a presidência da Eletronorte. A disputa entre Renan e Sarney começou a partir do fracasso da operação para manter José Antonio Muniz no comando da Eletrobrás.

Os dois trombaram quando o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, movimentou-se para acomodar o técnico apadrinhado por Sarney à frente da Eletronorte.

Diante da decisão da presidente Dilma Rousseff de tirar Muniz da Eletrobras, a alternativa pensada por Lobão e Sarney foi a de levá-lo de volta à estatal que o maranhense já havia presidido durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A saída da holding para a Eletronorte seria um prêmio de consolação. Afinal, Muniz ficaria à frente da empresa que vai operar a usina de Belo Monte, projeto pelo o qual lutara 35 anos. O problema é que Renan já estava de olho nesse posto para atender o pleito de outro peemedebista: o ex-deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), que obteve votos para voltar ao Senado na eleição de outubro passado, mas acabou barrado pelo Supremo por ter renunciado ao mandato em 2001.

Esse espaço sempre fora ocupado pelo PMDB do Pará, que perdeu o posto em agosto de 2010, com a morte do então presidente da Eletronorte Jorge Palmeira. Daí para cá, dizem os peemedebistas, o cargo ficou com um técnico, e quem manda na empresa é o diretor de Planejamento e Engenharia, Adhemar Palocci, irmão do ministro Antonio Palocci.

 

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