Vencedor de Melhor Trilha Sonora no Festival de Cinema de Brasília de 2008 apresenta a diversidade cultural brasileira por meio da musicalidade da sanfona.
O Milagre de Santa Luzia é uma viagem pelo Brasil que toca sanfona conduzida por Dominguinhos, o mais importante sanfoneiro em atividade no país. Através de encontros regados a muita música e reunindo depoimentos – curiosos, divertidos, emocionantes e esclarecedores – dos principais sanfoneiros brasileiros, o filme dirigido pelo cineasta Sérgio Rozenblit faz um mapeamento cultural das diferentes regiões do país onde o instrumento se estabeleceu. Entre preciosos registros desses grandes artistas populares, estão os do poeta Patativa do Assaré e dos músicos Sivuca e Mário Zan, falecidos pouco tempo depois de suas entrevistas para o documentário.
Após ser exibido em diversos cinemas brasileiros por 17 semanas entre 2008 e 2009, O Milagre de Santa Luzia agora é lançado em DVD, com uma série de extras que se somam aos 105 minutos de duração do filme original. Nesses extras, diversas histórias sobre a sanfona contadas e tocadas pelos músicos, a arte e os mistérios dos afinadores do instrumento, o passo a passo da construção da sanfona em uma fábrica, uma homenagem ao sanfoneiro Geraldo Correia, entre outros conteúdos inéditos.
Em São Paulo, Dominguinhos se encontra com músicos jovens, como Gabriel Levy e Toninho Ferragutti, que imprimem à sanfona um caráter mais jazzístico. É também em São Paulo que acontece o encontro com o saudoso Mario Zan e com Oswaldinho do Acordeon. Juntos, os três interpretam Quarto centenário, de Mario Zan, o sanfoneiro que melhor traduz a cultura caipira paulista. Composições suas, como Chalana e Um homem não deve chorar, ultrapassaram as fronteiras brasileiras e foram gravadas em diversas línguas. É reconhecido como o maior solista de festas juninas de todos os tempos, autor de inúmeras quadrilhas, como Festa na roça e Pula a fogueira.
De volta ao Nordeste, Dominguinhos encontra Raimundo Campos, produtor musical de Recife, com quem gravou sua inédita e comovente interpretação de Triste partida (de Patativa do Assaré). Em João Pessoa, na Paraíba, se dá a conversa com Sivuca, que declara, emocionado, “[a sanfona] representa 67 anos de convivência, de paz e harmonia com a música”.
Fonte: Ronaldo César
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