Destaque do Correio Braziliense:

Desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si. Esse é o significado da palavra meditação, originária do latim meditare. A técnica milenar, associada à autoconsciência, afeta regiões cerebrais ligadas à memória, à empatia e à redução do estresse. Essa foi a descoberta de uma equipe de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (MGH, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, publicada no periódico Psychiatry Research: Neuroimaging. O estudo, feito com 16 voluntários e um grupo de controle formado por outras 16 pessoas, mostra que a prática regular da meditação, feita diariamente por pelo menos oito semanas, aumenta a espessura do córtex cerebral — principalmente nas regiões relacionadas à atenção e à integração emocional — e do hipocampo — área ligada à aprendizagem, à memória e à introspecção.

“Embora a meditação seja associada às sensações de paz e relaxamento físico, os praticantes vêm afirmando há muito tempo ter sentido benefícios cognitivos e psicológicos que duram ao longo dos dias”, explicou ao Correio, por e-mail, Sara Lazar, uma das autoras da pesquisa. “Esse estudo mostra, então, que mudanças na estrutura do cérebro, especialmente no córtex, podem ser a base dessas melhorias relatadas”, completa.

Os pesquisadores fizeram imagens por ressonância magnética da estrutura cerebral dos voluntários, duas semanas antes e duas semanas após eles participarem do programa de Redução do Estresse Baseada na Atenção e Consciência Plena (MBSR, na sigla em inglês), que durou dois meses. Além dos encontros semanais, que incluíam a prática da meditação com foco na consciência e sem julgamento de sensações, sentimentos e estado de espírito, os participantes receberam uma gravação em áudio para praticar meditação em casa. A equipe também lhes pediu que registrassem por quanto tempo faziam a técnica diariamente.

 

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