As incertezas em relação à crise política no mundo árabe, com o agravamento das condições na Líbia, levou o barril do petróleo negociado em Londres (Brent) para 110 dólares por barril nesta quarta-feira. É a primeira vez que os preços chegam a esse nível desde setembro de 2008, quando a crise americana se intensificou.
Às 14:45 em Londres (11:45 de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte subiu a 110,35 dólares no InterContinental Exchange (ICE) – um preço que não era visto desde 2 de setembro de 2008. A essa mesma hora no New York Mercantile Exchange (Nymex) – bolsa de Nova York – , o barril do West Texas Intermediate – WTI, denominação do “light sweet crude” negociado nos Estados Unidos – era cotado a 97,97 dólares, o maior valor desde 2 de outubro de 2008.
Uma crise política prolongada no norte da África e a manutenção do preço do petróleo acima de 100 dólares podem jogar o mundo mais uma vez em uma recessão. O alerta foi feito ontem pelo diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, que deixou claro que a turbulência pode afetar a recuperação da economia mundial.
Os confrontos na Líbia – o primeiro produtor importante de petróleo a ter sua produção afetada pela revolução social que está se alastrando pelo norte da África e pelo Oriente Médio – e o discurso desafiador do ditador Muamar Kadafi pressionam os preços do produto, derrubam as bolsas e jogam para cima a cotação do dólar no Brasil.
“As pessoas estão ficando muito mais preocupadas agora porque isso está se espalhando e não tem freio”, disse Koen de Leus, estrategista da KBC Securities Bolero, em Bruxelas, referindo-se ao espalhamento das revoltas políticas no Oriente Médio e no norte da África nas últimas semanas. “Há duas coisas que você pode fazer: ou enfiar a cabeça em um buraco e esperar que tudo vá embora ou proteger-se ao fechar algumas posições no mercado de ações e ir ao mercado de petróleo.”
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