Tá no blog de Jamildo:
A limpeza pública é um dos grandes desafios atualmente no mundo, seja de atividades domésticas, ou atividades industriais poluentes ou comerciais, entre outras. É um desafio ainda maior em um ambiente isolado como Fernando de Noronha, onde a união entre sustentabilidade e tratamento de resíduos sólidos possibilitam a reutilização desses materiais. Pelo fato do Arquipélago estar localizado à 545 km do Recife, torna-se difícil a logística de determinados serviços, entre eles o manejo do lixo.
A limpeza urbana da ilha é realizada diariamente – de segunda à sábado, das 7h30 às 17h30 – por meio de coleta domiciliar e em estabelecimentos comerciais. De todo resíduo coletado, apenas 14% corresponde à material orgânico. Essa parcela passa por triagem e seleção na UTRS – Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos – onde é destinada a área de segregação e compostagem. Durante esse processo o lixo é submetido a tratamento anaeróbico que envolve diversas fases, entre elas, o controle da umidade nas leiras – montes de matéria orgânica. Esse material é transformado em composto orgânico e distribuído gratuitamente para a população. Quando há excesso de umidade, ocasionado principalmente no período das chuvas, essas leiras exalam um odor característico. Vidro é transformado em areia usando na construção civil e a poda é convertida em forragem e usada na agricultura.
É necessário que o navio que transporta os resíduos sólidos para o continente, com a agilidade que o processo requer, seja de maior porte ou de uso exclusivo para o serviço. Devido ao alto custo do navio para um trecho de viagem (Recife-Fernando de Noronha), o recolhimento do material é feito em períodos, entre 20 e 30 dias, quando as condições do mar permitem a atracação ou embarque do lixo no Porto de Santo Antônio.
Algumas providências foram tomadas para melhorar o serviço no setor. A partir de Medida Cautelar expedida pelo Tribunal de Contas do Estado, relativa à Concorrência Pública 001/2009, houve atualização e limitação dos preços dos serviços de transporte de resíduos recicláveis para R$ 533,50 a tonelada e R$ 598,95 para o transporte de resíduos não reaproveitáveis. A contratação do transporte marítimo do lixo para o continente está obedecendo esses patamares de previsão o que vai oferecer melhor condição para os futuros participantes da concorrência pública do lixo em andamento. As empresas participantes do Edital deverão apresentar os documentos de habilitação e propostas a partir deste mês.
Já está em elaboração o Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – PGIRES, previsto em lei específica, além da reestruturação da UTRS. A reestruturação da UTRS deverá obedecer as orientações estabelecidas no PGIRES no tocante às adaptações necessárias e inclusão de novos equipamentos que permitam, inclusive, diminuir a quantidade de lixo a ser enviado para o continente.
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