Os meses de abril e maio serão “críticos” para a fabricante de eletrônicos Panasonic no Brasil. Da sede japonesa, a empresa importa câmeras fotográficas e telas de cristal líquido para a venda no Brasil, um fluxo que deve ser suspenso em breve devido à interrupção da produção de cinco fábricas da companhia no Japão – fruto do terremoto seguido de maremoto ocorrido na sexta-feira. “O estoque de produtos de março está garantido. Mas em abril e maio sofreremos os impactos da interrupção da produção no Japão”, afirma, Masanobu Matsuda, presidente da Panasonic no Brasil.

Outras empresas japonesas de tecnologia, como Sony, Canon e Nikon, também devem sentir os efeitos do desastre. Mas suas filiais brasileiras ainda avaliam a amplitudo do problema.

A matriz da Canon pode suspender as atividades em uma de suas principais fábricas, no sul do Japão. A medida afetaria o abastecimento de produtos no Brasil. A fábrica paralisada na cidade de Oita conta com cerca de 4.500 funcionários e produz câmeras, lentes e impressoras compactas.

A Nikon interrompeu a produção de suas fábricas de equipamentos de precisão no norte do Japão – e não há previsão para normalização da situação. O mesmo vale para a Sony. A sede da companhia, em Tóquio, funciona com força bastante reduzida: do total de 6.000 funcionários, apenas 120 comparecem para trabalhar, em função dos problemas ferroviários pelos quais passa a capital.

O setor de tecnologia em todo mundo sofrerá as consequências do terremoto e do tsunami que balançaram as estruturas da economia japonesa. De acordo com a consultoria iSuppli, o país foi responsável por 14% da produção global de eletrônicos em 2010.

Diante da incerteza do quadro, por ora, as empresas prometem empenhar esforços na ajuda a colaboradores e seus familiares. “Felizmente, nenhum funcionário sofreu ferimentos ou perdeu a vida, mas muitos estão aflitos em busca de parentes”, diz Matsuda, da Panasonic. “Estamos tentando dar o maior apoio possível a essas pessoas”, complementa, com voz embargada o executivo.

Fonte: Reuters

 

Seja o primeiro a comentar


Poste seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *