Engenheiros obtiveram algum sucesso na missão de deter o desastre na usina nuclear atingida por um tsunami no Japão, mas evidências de pequenos vazamentos de radiação sublinharam os perigos da pior crise nuclear desde Chernobyl 25 anos atrás.
Trezentos técnicos vêm lutando dentro de uma zona de risco para salvaguardar a usina Fukushima, de seis reatores, desde que foi atingida pelo terremoto e pelo tsunami que mataram 7.508 pessoas e deixaram 11.700 desaparecidos no nordeste japonês.
A crise múltipla e inédita custará à terceira maior economia do mundo quase 200 bilhões de dólares, o maior esforço de reconstrução do Japão desde a Segunda Guerra Mundial.
O acidente também afetou centrais nucleares ao redor de todo o mundo.
Como sinal encorajador para os que trabalham em Fukushima, a situação no reator mais crítico, o de número 3 – que contém plutônio altamente tóxico – parece ter se afastado do limite depois que carros de bombeiro o molharam durante horas.
Também progrediu o trabalho para reativar a eletricidade nas bombas de água usadas para resfriar o combustível nuclear superaquecido.
“Estamos fazendo progressos… (mas) não devemos ser muito otimistas”, disse Hidehiko Nishiyama, vice-diretor da Agência de Segurança Nuclear do Japão.
Os engenheiros conectaram um cabo de força aos reatores 1 e 2, esperando restabelecer a eletricidade no final deste sábado. Eles também esperam chegar aos reatores 3 e 4 em breve para testar o religamento das bombas.
O sucesso pode ser uma guinada em uma crise já vista como tão grave quanto o acidente de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979. Senão, medidas drásticas podem ser necessárias, como cobrir a usina de areia e concreto como foi feito em Chernobyl após o pior desastre com um reator nuclear em 1986.
Os sistemas de resfriamento foram reativados nos menos críticos do seis reatores, 5 e 6, usando geradores a diesel.
“Parece que a situação se estabilizou em parte, mas ainda é muito séria”, declarou Bo Stromberg, um analista da Autoridade de Segurança em Radiação da Suécia.
Fonte: Reuters
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