Deu no blog da Folha:
O PSD (Partido Social Democrático), sigla cujo manifesto de fundação o prefeito Gilberto Kassab lança nesta segunda-feira em São Paulo, não terá alinhamento automático nem com PT nem com PSDB.
É o que promete o próprio Kassab, que conversou com o blog na noite de domingo, após o ato de apoio ao PSD em Salvador (BA).
Depois de prever oito anos de mandato para Dilma Rousseff em entrevista à revista “Veja” no fim de semana, Kassab explicou a declaração:
“É muito difícil, com o instituto da reeleição, um governo que vai bem não ser reconduzido. Se você fizer um histórico das candidaturas de reeleição, verá que geralmente o eleitor confirma um bom governo.”
Ainda assim, diz que o PSD não deve se integrar à base aliada de Dilma no Congresso. “O partido será independente. O espírito do PSD é ajudar o país”, diz o prefeito.
Os elogios a Dilma e a declaração de independência significam que Kassab pretende se desvincular politicamente de José Serra, de quem herdou a prefeitura?
“Minha relação com ele continua muito boa. Tanto no plano pessoal quanto partidário”, diz ele.
Se Dilma deve ser reeleita e a relação com Serra continua boa, como o prefeito se comportaria num cenário e 2014 caso o ex-governador tucano fosse novamente candidato?
“É muito difícil numa eleição eu não estar ao lado do Serra”, declara Kassab.
Após cumprir as exigências burocráticas para pedir o registro provisório do PSD, Kassab pretende dar um mergulho na administração. A superexposição política do prefeito nos últimos meses, contrariando seu estilo de atuar nos bastidores, é considerada por assessores um dos fatores para sua rejeição recorde, apontada na última pesquisa Datafolha.
Em pouco menos de quatro meses, caiu 8 pontos o total daqueles que avaliam o governo de Kassab como ótimo ou bom. Os que julgam a administração regular passaram de 30% para 27%, e os que a consideram ruim ou péssima passaram de 31% para 43% dos entrevistados.
O intervalo entre as duas pesquisas do Datafolha coincidiu com a intensificação da movimentação partidária de Kassab. Nesse período, ele negociou o ingresso no PMDB, mas decidiu fundar a nova legenda.
Também manteve negociações com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para uma coligação entre o novo partido e o PSB em 2012, com o intuito de promover a fusão das legendas mais adiante.
Na administração, o maior foco de desgaste foi o reajuste de R$ 2,70 para R$ 3 na tarifa de ônibus municipais anunciada nos últimos dias de 2010 e implementada em janeiro. O aumento foi de 11%, enquanto a inflação medida na cidade no ano foi e 5,83%, segundo Fipe.
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