“O corpo e a alma me pedem para fazer uma música mais íntima”, declarou à AFP o cantor e compositor Gilberto Gil, que fará no sábado um show acústico, “pessoal e introspectivo”, em um grande teatro de Paris. Gil, ex-ministro da Cultura e que completará 69 anos em junho, se apresentará ao lado do violoncelista Jacques Morelenbaum e do filho Bem Gil no Teatro Chatelet, um dos templos da música parisiense.
O artista baiano, que tem mais de 40 anos de carreira, confessou em entrevista à AFP que a nova orientação em sua música tem relação com a “passagem do tempo, que deixa marcas”.”A apresentação será uma viagem em uma música mais íntima, mais terna e introspectiva. E isso tem a ver com a passagem do tempo”, reconheceu Gil. “O tempo deixa marcas estas se refletem em minha música”, completou o cantor, que foi ministro da Cultura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de janeiro de 2003 a julho de 2008, quando renunciou para voltar à música.
O artista, um dos idealizadores da tropicália nos anos 60, quando também combatia a ditadura militar, afirma que agora deseja fazer uma música mais afastada de conceitos, de ideologias, “uma música mais pessoal, que deixe mais espaço para a ternura”. “Eu já fiz tudo isso de estimular a música brasileira. Antes havia uma ideologia, que era ajudar a divulgar a nossa música no mundo. A tropicália foi isso. Agora quero voltar a coisas mais puras, livres, sem compromissos”, explicou.
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