Pronunciamento da Governadora Rosalba Ciarlini, hoje pela manhà, na entrevista coletiva que concedeu aos jornalistas do RN:

Bom dia, meus caros jornalistas, minhas caras jornalistas.

Convoquei esta coletiva porque sei do interesse natural de vocês pelo marco dos 100 dias de Governo, uma convenção sacramentada na política brasileira.

Todo mundo admite que três meses e dez dias não bastam para avaliar a gestão que vai durar quatro anos. Mas prevalece o sentimento de que, nesse curto prazo, é possível ter vislumbres do que será a gestão recém-iniciada. Isso é um fato que, de tão repetido, foi assimilado pela própria opinião pública como obrigatório.

O bom desse prazo é que ele funciona como uma espécie de trégua política. Cria-se um sentimento de tolerância que até ajuda a nova administração, no momento em que ela precisa tomar medidas duras, muitas vezes impopulares, para consertar erros e eliminar vícios.

Mas cria-se igualmente uma grande expectativa sobre o que virá em seguida.

Para mim pessoalmente e para o meu Governo esse marco dos 100 dias é o momento de virar simbolicamente a página.

E por que eu digo isso? Porque tenho consciência de que a partir de agora haverá uma maior cobrança.

Ouviremos velhas vozes, agora com o sinal trocado para oposição, cobrando o que não fizeram. É natural no jogo da política e estamos prontos para jogá-lo.

Caberá a nós do Governo dizer, mas sobretudo mostrar com ações, que é possível fazer melhor e fazer mais do que vinha sendo feito.

E ao longo desses quatro anos, vamos fazê-lo. Sem açodamento. Com a tranqüilidade de quem tem um projeto e determinação para realizá-lo. Dando satisfações à opinião pública, com mecanismos transparentes como este aqui, da conversa com a imprensa.

Eu disse que este é o momento de virar simbolicamente a página porque sei que esse é o sentido do marco dos 100 dias.

As pessoas querem saber de amanhã, de depois de amanhã. Por isso, estou aqui para falar do futuro, destacando obras e projetos que vão mostrar a cara do Governo. Não vou tomar o tempo de vocês repisando fatos que vocês mesmos noticiaram nesses 100 dias.

O caos financeiro, o desequilíbrio fiscal, o descrédito do Governo, os serviços públicos deficientes, as dívidas, os compromissos absurdos firmados a toque de caixa eleitoral – toda essa “obra” já é do conhecimento de vocês.

Ela foi notícia nesses 100 dias e até antes, porque faz tempo que o Governo do Rio Grande do Norte vinha numa espiral descendente. O que fizemos, estamos fazendo e ainda faremos para botar ordem nesse caos está no resumo distribuído a vocês pela Assessoria de Comunicação Social.

Nossa tarefa inicial era refazer as fundações do Governo. Era reconstruir a capacidade do Governo – perdoem-me o pleonasmo – de governar.

Reconstruir a capacidade operacional, reconstruir a credibilidade, reconstruir as condições mínimas de funcionamento dos serviços públicos essenciais.

Esse trabalho continua, é permanente, porque o passivo é grande e ainda temos muito o que fazer nessa área.

Mas, ao mesmo tempo, estivemos e estamos trabalhando naquilo que a população espera e deseja do novo Governo: fazer o Rio Grande do Norte avançar.

Não é tarefa que se resolva em cem ou em mil dias. É tarefa permanente, de todo dia, porque o nosso estado tem fragilidades e carências históricas, que exigem trabalho contínuo para corrigi-las, para resolvê-las.

O nosso projeto de Governo é avançar nessa direção. É contribuir de forma significativa para reduzir a desigualdade social, para melhorar os indicadores de qualidade de vida, para expandir o crescimento econômico, para qualificar os serviços públicos, para gerar oportunidades para as pessoas.

Estes são os nossos compromissos, que eu reafirmo aqui inclusive para que vocês da imprensa e a população possam nos cobrar.

Tiramos o Governo da inércia e estamos trabalhando para acelerar o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

Não vou entupir vocês aqui com promessas irreais e planos mirabolantes. Não fiz isso como candidata nem vou fazê-lo agora, porque tenho noção da minha responsabilidade frente à sociedade como um todo e ao Governo que chefio.

Mas, faço questão de destacar ações, projetos e obras que já estão em andamento ou vão começar agora. É a principal razão deste nosso encontro: abrir caminhos, andar pra frente, olhar pro futuro. Agora é mãos à obra.

É mãos à obra no saneamento, como eu já anunciei antes e repito aqui. Temos recursos federais para muitas obras e garantimos a contrapartida do Estado, impedindo a perda de verbas por falta de planejamento e boa gestão financeira.

É mãos à obra na política industrial, para atrair empresas – como já está acontecendo – e gerar empregos na capital e no interior, com um novo programa de incentivos fiscais e reforço na infra-estrutura.

É mãos à obra na energia, para transformar o extraordinário potencial eólico do nosso estado em fonte de energia limpa, de empregos para o povo e de arrecadação para os municípios e o estado.

Temos potencial – e projetos já em andamento – para gerar com os ventos o que hoje gera Itaipu, uma das maiores usinas do mundo.

E para ter aqui não só as usinas de energia mas a indústria de equipamentos que move os moinhos de vento.

É mãos à obra para melhorar a saúde, a segurança, a educação, com programas que nos tirem da péssima posição no ranking desses serviços essenciais.

É mãos à obra para realizar projetos e programas como esses que eu vou anunciar agora, como exemplos de que não estamos de olho no retrovisor, mas na estrada à nossa frente.

Obras e programas necessários, esses estão sendo ou serão continuados, porque o dono deles não era quem saiu e nem quem entrou. O dono é o povo, porque é o povo o dono dos recursos.

 

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