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Apesar de dizer que ainda é cedo para avaliar o governo de Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou na noite de hoje em Araraquara (273 km de São Paulo) que “não basta falar de austeridade fiscal” para combater a volta da inflação. “É preciso praticá-la”, completou.

Ele afirmou, porém, que o perfil de Dilma é diferente em relação ao antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

FHC também criticou o volume de repasse de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para grandes empresas.

As declarações foram dadas pelo ex-presidente na noite desta segunda-feira, em entrevista após o lançamento do livro “Ruth Cardoso Fragmentos de Uma Vida”.

De autoria do escritor Ignácio de Loyola Brandão, o livro traça uma biografia da ex-primeira-dama.

O lançamento ocorreu em Araraquara, cidade onde nasceram Ruth e Brandão.

Questionando sobre os 100 primeiros dias de Dilma, FHC disse que o governo ainda está “se desenhando”. Mas não deixou de comparar a petista ao antecessor.

“[Ela] tem um estilo menos falante do que o do seu antecessor, dá a impressão de que é uma pessoa mais reflexiva e de que provavelmente conhece mais os números. Agora, no governo mesmo, nós vamos ver o que ela vai fazer”, disse.

Sobre a situação atual da economia e o risco da inflação, FHC disse que o problema é “sério” e que, caso não haja controle, “quem vai pagar são os pobres”.

Ele cobrou austeridade. “Eu espero que a presidente Dilma entenda isso e veja que neste momento não basta falar de austeridade fiscal, é preciso praticá-la”, afirmou.

Ainda sobre a linha econômica atual, FHC fez críticas à política de financiamentos adotada pelo BNDES. “Continua havendo, a meu ver, um excesso de transferência de recursos do povo para o BNDES, para o BNDES subsidiar grandes empresas. Nesse momento eu não vejo que haja condições para isso. Se ela continuar nessa linha, nós vamos criticar”, disse.

 

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