Deu no Estadão:
Com 33 deputados federais e, por ora, dois senadores, o Partido Social Democrático (PSD) deixa de ser um projeto político e se consolida como novo ator no cenário político nacional. Mais sete deputados são esperados pelos fundadores da legenda nos próximos dias e até o DEM considera iminente a adesão do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo.
A adesão de Colombo é considerada a certidão de óbito do DEM, cuja fusão ao PSDB se tornaria inevitável. Com apenas um governo estadual, o do Rio Grande do Norte, e já menor do que a dissidência que originou o PSD, o DEM tem nos tucanos sua única perspectiva de poder político.
Nesse ritmo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, calcula que até setembro o PSD terá 50 parlamentares. Mesma estimativa do tesoureiro e estrategista do DEM, Saulo Queiroz, que neste final de semana acertou sua filiação com Kassab.
Os mentores do PSD não estão preocupados com as críticas à falta de cara do partido – “nem de centro, nem de direita, nem de esquerda”, como (não) definiu Kassab. Sustentam que a cara existe – e é a do velho PFL, cujo projeto de renovação deu com os burros n”água.
A indefinição – se situação ou oposição – atende às conveniências do PSD e do governo nesse momento. O primeiro ganha número por não condicionar adesões a perfil ideológico; o segundo avalia que reduz sua dependência da atual base aliada com uma nova opção de alianças pontuais no Congresso.
Recomeço
Os demistas históricos – aqueles com origem no PFL – avaliam hoje que o projeto de modernização do extinto partido, idealizado pelo seu presidente de honra, Jorge Bornhausen, foi um erro estratégico a que foram levados por orientação de marqueteiros. Ao mudar o nome e entregar a direção a políticos jovens como Rodrigo Maia (RJ), apagaram a memória de sua participação no processo de redemocratização junto com Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Trocaram esse passado por uma nova imagem, apegados aos velhos conceitos de direita e esquerda. Por isso, sustentam, o PSD será necessariamente uma reafirmação da doutrina liberal, um PFL adequado aos novos tempos.
Alvo comum
Novo no pedaço, o PSD tem como alvo o mesmo eleitor classe média emergente que o governo Dilma quer fidelizar e a cuja conquista o ex-presidente Fernando Henrique condicionou a sobrevivência da oposição. Os criadores do PSD juram de pés juntos que essa é a meta e não a adesão ao governo. É pagar para ver. Passaporte “verde”
O governo e o relator da reforma do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), acreditam na votação do projeto na quarta-feira imediatamente após o feriado da Semana Santa. O relatório, que desagrada profundamente os ambientalistas, acabou virando passaporte de Rebello para a vice-liderança do governo na Câmara, devolvendo visibilidade ao ex-presidente da Casa e ex-ministro de Estado.
Coligações
PT e PMDB querem votar após a Semana Santa o fim das coligações nas eleições proporcionais, ponto de consenso que parece resumir até aqui a reforma política. Valeria, pois, já para as eleições de 2012, com apoio da oposição, já que apenas partidos menores, como PR, PC do B, PTB e PSC não se entusiasmam com a medida, que põe fim ao balcão de negociações nas campanhas pelo tempo de propaganda no rádio e TV.
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