Quando Luiz Inácio Lula da Silva desceu a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2011, não era apenas ele que se afastava do centro do poder. Antigos aliados, bem mais distantes da sucessora, Dilma Rousseff, hoje se esforçam para ocupar cargos de segundo escalão – apenas meses depois de ganharem holofotes e afagos públicos de um dos mais populares governantes da história brasileira. Ainda há aqueles que, sem alternativa, se aninham na oposição ou acabam como articuladores menores no Congresso.
O UOL Notícias elencou dez políticos que, até agora, perderam poder na transição entre os governos Lula e Dilma. Há seis ex-ministros, incluindo dois concorrentes do PT na disputa presidencial de 2010, uma ex-governadora, um ex-presidente da Câmara e líderes partidários.
Veja a lista:
Hélio Costa (PMDB-MG)
Poder: ministro das Comunicações (de 2005 a 2010), senador (eleito para o mandato de 2003 a 2011) e candidato ao governo de Minas (2010)
O que deu errado: deixou o ministério para disputar o governo de Minas pela terceira vez, arrancando do PT apoio que era de Fernando Pimentel, amigo pessoal de Dilma e atual ministro da Indústria e Comércio. Perdeu para Antonio Anastasia (PSDB), que nunca havia disputado eleição e só tinha o apoio do ex-governador Aécio Neves. Hoje, sem mandato, Costa cobiça um cargo no segundo escalão, mas não tem a simpatia da presidente.
Marina Silva (PV-AC)
Poder: ministra do Meio Ambiente (de 2003 a 2008), senadora (reeleita senadora para o mandato de 2003 a 2011) e candidata a presidente da República (2010).
O que deu errado: rompeu com Lula, saiu do ministério, entrou no PV (que é um partido dividido entre caciques regionais) e perdeu a eleição. Mesmo fortalecida após a campanha, hoje gasta mais tempo disputando espaço entre os verdes do que desfrutando da popularidade adquirida.
O que deu errado: após a crise do mensalão, foi plantado por Lula na presidência do PT, onde privilegiou seu grupo interno (o “Construindo um Novo Brasil”), gerando antipatia dos outros –em especial o Mensagem ao Partido, do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e dos governadores Tarso Genro (RS) e Jaques Wagner (BA). Na campanha de 2006, foi envolvido no escândalo da suposta compra de dossiê anti-PSDB, o que sempre negou. Em 2010, a equipe de Dilma pediu que se afastasse da campanha.
Ciro Gomes (PSB-CE)
Poder: ministro da Integração Nacional (de 2003 a 2006), deputado federal (de 2007 a 2011) e pré-candidato a presidente da República (2010).
O que deu errado: depois de ser um dos deputados mais faltosos na Câmara, não teve a chance nem de perder sua terceira eleição para presidente. Seu partido, o PSB, preferiu apoiar Dilma Rousseff. A pedido de Lula, que o queria candidato ao governo paulista, mudou seu domicílio eleitoral do Ceará, onde é popular, para São Paulo. Mas Ciro só queria ser presidente. No governo Dilma, quis ser ministro da Saúde, mas a presidente lhe ofereceu a pasta da Integração Nacional. Hoje está sem cargo e mandato.
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