Por Ana Laura Farias
“Esse é o momento mais crítico do DEM”. A afirmação é do cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) Túlio Velho Barreto. Com a decisão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de deixar o DEM e fundar o PSD, o partido ficou abalado nacionalmente. “O DEM está perdendo a maior vitrine política que tinha, que é a Prefeitura de São Paulo, cidade de maior importância econômica de todo o país”, explica.
O setor pernambucano da legenda também não ficou imune. A saída de André de Paula, uma das maiores lideranças do DEM, para o novo partido, que vai apoiar o Governo Eduardo Campos, movimentou a oposição pernambucana.
Túlio Velho Barreto lembra que outros episódios também contribuíram para a “crise” do DEM, como o suposto envolvimento de José Roberto Arruda (então governador do Distrito Federal) no mensalão do Distrito Federal. Antes da polêmica, Arruda tinha sido cogitado para assumir a vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB), candidato à Presidência nas eleições de 2010.
A derrota de Marco Maciel ao Senado e o afastamento do ex-prefeito Roberto Magalhães também contribuíram para o “enfraquecimento” do partido, segundo o cientista político.
A outra fragilidade da legenda é a ligação com outros partidos de oposição, como o PSDB. “A ligação do DEM com o PSDB não é plenamente consolidada, tanto que 14 prefeitos tucanos apoiaram Eduardo Campos”. Segundo o cientista político, o DEM se “afina” bem com o PPS e o PMDB.
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