“As pessoas passam a ficar mais sensíveis e temerosas, o que favorece a crença em um boato”, afirma psicóloga.
“Novidade que circula na boca do povo, sem origem conhecida que a autentique. Notícia falsa”. Descobrir a origem de um boato é uma missão quase impossível, como define o dicionário. Entretanto, para os especialistas, é fácil descobrir as causas que levam à população a acreditar em um boato e ser contagiado por ele. Para a psicóloga Kátia de Carvalho Meira, o medo que atingiu a população do Grande Recife provocado pelas notícias inverídicas sobre possíveis estouros de barragens e inundações, nesta quinta-feira (5), é reflexo de uma série de acontecimentos no mundo, principalmente as catástrofes naturais.

“Vivemos um período de desastres naturais e mudanças climáticas. Todos os dias, os noticiários informam sobre enchentes, tornados e terremotos, como o que ocorreu no Japão. Esses acontecimentos repercutem no nosso emocional. As pessoas passam a ficar mais sensíveis e temerosas, o que favorece a crença em um boato “, disse Kátia Carvalho.

A psicóloga também explica que vivenciar situações parecidas com as grandes catástrofes, mesmo que em menor intensidade, como aconteceu com os moradores do Grande Recife nos últimos dias, que enfrentaram alagamentos, deslizamentos de barreira e caos no trânsito, pode ocasionar muitas vezes o chamado estresse pós-traumático. “As pessoas passam a redimensionar um fato, dar a ele maiores proporções e isso acaba contagiando o inconsciente coletivo”.

A influência do boato em um indivíduo também vai depender do estado emocional em que ele se encontra. “Se a pessoa está mais sensível ou carrega algum trauma, o seu envolvimento será muito maior”, afirma a psicóloga .

Para Kátia, além da falta de equilíbrio emocional, é importante refletir sobre o despreparo da população de Pernambuco para lidar com situações inusitadas. “É preciso realizar um trabalho preventivo, de orientação. Se as pessoas fossem orientadas, por exemplo, a buscar informações nos órgãos oficiais nos períodos de chuva, reagiriam com mais tranquilidade e talvez os boatos não ganhassem tanta força”, disse.

Fonte: Ne 10

 

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