Por Renata Giraldi, da Agência Brasil
Pela primeira vez em 50 anos, o governo do presidente de Cuba, Raúl Castro, vai autorizar os cidadãos cubanos a fazer viagens de turismo para o exterior. A medida faz parte de um plano de reformas políticas divulgado hoje (9) pelas autoridades de Havana. O governo anunciou que vai “estudar disposições que permitam aos cidadãos cubanos viajar para o exterior como turistas”. Não há detalhes sobre essas viagens ao exterior.
O plano reúne 313 medidas e oficializa as reformas econômicas implementadas por Castro desde o ano passado. De forma homeopática, o governo cubano abre o mercado interno para as atividades autônomas e estimula a adesão à demissão voluntária.
Recentemente, o governo cubano autorizou a legalização de compra e venda de imóveis e de carros e a expansão das cooperativas privadas. As iniciativas fazem parte de um conjunto de medidas para que o governo cubano tente escapar da pressão e das dificuldades internas que o país tem enfrentado em decorrência do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Pelo plano, anunciado hoje, há a possibilidade de transformar os edifícios públicos em imóveis residenciais com o objetivo de amenizar a escassez de moradias em Cuba. Desde a Revolução Cubana, em 1959, as famílias cubanas passaram a compartilhar as casas, mesmo quando não havia vínculos afetivos entre elas.
No mês passado, o ex-presidente cubano Fidel Castro anunciou sua decisão de deixar o comando do Partido Comunista de Cuba, cargo que ocupou desde a revolução no país. Fidel não justificou a decisão, mas sinalizou que prefere cuidar da sua saúde. Ele aproveitou ainda para afirmar ser favorável às mudanças anunciadas pelo governo de seu irmão, Raúl.
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