Um mistério da astronomia está perto de terminar. Cientistas dizem ter conseguido explicar por que alguns planetas gigantes giram no sentido oposto ao das estrelas que orbitam, contrariando teorias de formação planetária.

Embora não haja exemplos assim no Sistema Solar, o Universo está cheio deles.

Normalmente, são planetas gasosos muito grandes e bem próximos às suas estrelas. Esse tipo de planeta foi batizado de Júpiter Quente.

Com modelos projetados em computador, analisando órbita, massa e outros dados, os cientistas da Universidade Northwestern (EUA) concluíram que os astros desse tipo “nasceram” com órbitas que não eram opostas às seguidas por suas estrelas.

Eles ficaram “ao contrário”, na verdade, pela influência gravitacional de um outro planeta gigante que orbita a mesma estrela.

Os dois astros interagem gravitacionalmente e, algumas vezes, com essa influência, a órbita daquele que está mais próximo à estrela começa lentamente a se alongar, ficando quase com a forma de uma agulha.

Nesse ponto, a estrela e o planeta passam a interagir de tal forma que acontecem pequenos puxões gravitacionais.

É aí que existe uma espécie de fricção que faz a órbita encolher e, em alguns casos, mudar totalmente. Estima-se que 25% de todos os planetas do tipo Júpiter Quente já registrados tenham órbitas inversas.

“Achávamos que nosso Sistema Solar era típico do Universo, mas tudo pareceu muito estranho nos sistemas extrassolares desde o início. Nós somos, na verdade, atípicos. Entender os outros sistemas nos dá um contexto de como o nosso é especial”, disse Frederic Rasio, astrofísico que é coautor do trabalho, publicado na “Nature”.

 

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